Jesus, o homem
Autor Bernardino Nilton Nascimento
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 7/10/2008 1:27:56 PM
Quem, por um desvio, por um movimento, se afasta do objetivo da criação, que consiste na harmonia de procurar enxergar o belo, a prática do bem, foge do amor ao próximo, idealizado pelo homem Jesus?
Então, Jesus, aproximando-se da multidão, começou a falar. E as palavras que falou na ocasião ficaram fortes e solidamente gravadas em toda aquela multidão, e prosseguem, até os dias de hoje, a consolar e sustentar muita gente que ainda sofre, à mercê da própria sociedade: “Bem-aventurados os brandos, os pacíficos e os de bom coração”. Como esquecer essa mensagem tão pura, tão bela, onde Jesus, com uma afirmação tão simples, vem mostrar o poder da fé e do amor ao próximo.
Podemos afirmar que somos inexperientes no que diz respeito ao amor altruísta e medrosos de perder os prazeres da vida material. Temos medo de nos lançar de coração a uma vida dedicada ao próximo. Acredito que, para muitos, por egoísmo, por não ter a capacidade de deixar de olhar para si e olhar o outro, incondicionalmente.
Mas, e o amor de Jesus e Maria Madalena? Isso vem mostrar que a pureza da alma não sacrifica o amor a dois. Jesus amou uma mulher sem deixar de amar o próximo. Amou uma mulher sem perder a fé, não abandonou sua missão, não perdeu seu dom e sua devoção a Deus. Portanto, sendo verdade ou não o amor de Jesus e Maria Madalena, isso só vem consolidar o amor de Jesus aos seus princípios. Mesmo tendo uma mulher, não deixou o apego tomar conta do seu coração e mostrou seu amor pela humanidade, oferecendo sua vida em troca da verdade, do amor ao próximo e da fiel devoção a Deus.
Hoje, com convicções amorosas de bondade, provavelmente, por nós mesmos, sentimos que precisaríamos de mensagens dolorosas, duras, a ponto de nos sentir feridos em nossos sentimentos, porque não fomos capazes de ver o belo, o dom superior, a pureza da alma.
Não há necessidade de abandonar uma vida sentimental, romântica, com emoções, para desejar, de coração, a felicidade do próximo. Você deve procurar a sua felicidade, a sua alegria de viver suas emoções, sem sair do trilho da vida eterna e da fé em Deus.
Jesus, o homem, tornou-se Cristo depois da morte, reforçada com uma prova de vida eterna através de sua reencarnação. Em nossos corações é um homem de paciência. Já na sua época, ele disse que nos enviaria aquele que, afinal de contas, nos consolaria efetivamente. Ele percebeu que sua mensagem seria como uma semeadura. Que os humanos da época não perceberiam a extensão de tudo aquilo que pregava e, portanto, precisariam de tempo para assimilar aquelas idéias, aqueles conceitos de bondade, e adaptar-se ao clima amoroso que haveria de crescer, pouco a pouco, no coração da humanidade, para que um dia ela pudesse dizer que é uma sociedade de compaixão, de solidariedade, de fraternidade, de fé, de amor ao próximo e fiel aos seus princípios de bondade e amor a Deus.
Jesus pacientemente esperou, e espera, pelo nosso crescimento. Se os conceitos de amor que ele nos disse à época não conseguiram fertilizar nosso coração, hoje, nós mesmos, cansados de sofrer, estamos procurando a cura dentro do nosso eu interior, sem mais procurar culpar alguém.
Jesus, o homem da paciência, esperou nosso amadurecimento para que, de posse dele, pudéssemos, então, dizer que cremos e que desejamos que os sentimentos bondosos felicitem nossos corações. Estamos, pouco a pouco, implantando esse amor altruísta sem medo de perder o amor amante, criando primeiramente, em nós mesmos, o sentimento do amor. Já estendemos esse sentimento para nossa família, para os colegas de trabalho, vizinhos, pessoas do nosso bairro, da nossa cidade, do nosso estado, do nosso país e, por que não, aos seres de todo o mundo, Aos poucos, estamos sendo mais humanos, e também aos poucos, estamos criando em volta de nós um clima de efetiva alegria espiritual. Em que pesem os nossos fracassos, em que pesem nossas dificuldades, em que pesem nossos problemas interiores. Caminhamos! Lentamente, mas caminhamos! E mesmo de joelhos, chegaremos ao topo da luz, com sabedoria.
Então, Jesus, o homem, também vem mostrar que o companheirismo, a convivência, o carinho e o amor de um homem por uma mulher, ou de uma mulher por um homem, não desvia o nosso dom de bondade, de compaixão, de procurar o nosso crescimento interior e mostrar seu amor ao próximo.
E Jesus continua sendo aquele homem da paciência que diz: “Bem-aventurados os mansos; bem aventurados vós, que amastes o próximo!” Já não são mais outras palavras que nos agradam o espírito senão estas, as do sentimento fraternal e as do sentimento do amor de Jesus. Lentamente, vamos subindo os degraus que nos elevam. A espiritualização clareia definitivamente a mensagem que estamos estudando, aprimorando conhecimentos, vencendo barreiras internas, superando dificuldades.
Que Jesus nos abençoe, não o pai, mas sim o nosso irmão querido, que ficou rico de amor e que hoje, quando estamos em dificuldade, podemos e temos intimidade para pedir-lhe um pouco do seu amor, sem precisarmos pagar. Podemos nos alimentar bastante desse amor para ajudar o próximo. Que Deus, a todos nós, ajude e abençoe, e que possamos prosseguir nossa caminhada, no nosso aprendizado, na nossa purificação, sem causar danos ao espírito. Que o amor de Jesus não seja em vão.
BNN
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