JOÃO PAULO II
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Autor Christina Nunes
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 4/9/2005 10:41:40 AM
Não sou católica e não gosto de política - o que, já de início, bem o reconheço, deixa-me até certo ponto despreparada para discorrer sobre o Papa recém desencarnado, cujo passamento tanta comoção provocou no mundo. Permitam-me, no entanto, falar a respeito como pessoa comum. Como quem, nada obstante, costuma conhecer muito das pessoas através da sensibilidade no campo das energias.
É sobre isto que pretendo comentar: sobre o que a pessoa carismática que foi Karol Wojtylae me transmitia em termos de irradiação de energias individuais, baseando-me somente no que eu via, como todos, através dos veículos de comunicação: o Papa que visitou mais de cem países; que beijava o solo de cada nação onde chegava; que costumava acarinhar criancinhas no colo; e que, poeta e ator, possuía o dom maravilhoso de encantar com a demonstração de um fino humor por meio das palavras, com seus ditos espirituosos: "se Deus é brasileiro, o Papa é carioca"; ou recordando o inesquecível Charles Chaplin com o seu simpático rodar de bengalinha; ou, ainda, expressando justa indignação diante dos desmandos do mundo, perante o terrorismo e as guerras.
Da infância até agora, foi este Papa que me habituei a ver nas imagens televisivas. E recordo nitidamente que, ainda nesta fase incipiente da vida, a sua figura peregrina me inspirava espontânea simpatia. Ingenuidade, dirão alguns, talvez, do alto do seu conhecimento catedrático de diplomacia e de política. Porque é muito fácil alegar que nada disso se sustentava numa atitude autêntica. Malabarismos de poder, unicamente, visando exatamente esta reação: a conquista da simpatia popular em favor da Igreja Católica, em tempos de evasão da mesma, numa época em que os jovens - a despeito do que se diz insistentemente na mídia - não vão à Igreja tanto quanto se queria pelas autoridades eclesiásticas.
Mas não é nesta polêmica estéril que me atenho, e sim nalguma coisa mais profunda. No resultado final; no fruto que atesta a qualidade da "árvore", e no caso, das atitudes. Porque, por mais artifício houvesse na atitude de Karol Wojtylae - o que não creio, dado que soube ser conservador extremo quanto a determinadas questões delicadas, como a do aborto, o que vem atestar a sua autenticidade ideológica dentro da postura religiosa que adotou - se fosse este o caso, ainda assim, o resultado da sua estratégia foi maravilhoso nestes tempos de desarmor. E não foi outra a razão deste afluxo histórico, e verdadeiramente assombroso, de um verdadeiro oceano de seres humanos à Roma para os seus funerais. Este tipo de resposta não se dá às atitudes inerentemente políticas. Há algo mais profundo, sutil; uma energia irradiada poderosamente de alguém, que vai encontrar ressonância entre os povos de todas as nações, como pudemos observar.
Com efeito, possuímos, todos nós, componentes dos agrupamentos humanos espalhados neste mundo tão sofrido dos últimos séculos, um "faro" espiritual e psíquico infalível, para reconhecer uma mensagem sincera de amor e de paz. Foi isto o que aconteceu em relação a João Paulo II. E, portanto, a resposta foi justa; as honrarias e a demonstração maciça de afeto e admiração, compreensíveis. A qualidade do fruto era boa. Transmitiu, eficientemente, durante estes vinte e seis anos, a idéia de união e de unidade entre os povos do planeta, que deveria viger permanentemente, para que alguma esperança de paz, e de uma solução satisfatória para todos os problemas graves que castigam a Terra, enfim, se estabelecessem.
Um Papa que beijava o solo de cada país onde chegava, numa homenagem simbólica da preciosidade de cada nação e de cada povo que, na sua singularidade, compõe a raça humana; um Papa que beijava, pacientemente, os bebezinhos que lhe eram encaminhados - e os que iam ao seu encontro espontaneamente, como fez aquele lindo pequeno, durante uma solenidade pública; um Papa que, indistintamente, visitou tribos, autoridades, países ricos, e uma favela, onde disse: "Não vim aqui por curiosidade. Vim porque amo vocês".
Obrigada, Karol Wojtylae, por ter sido o portador desta linda mensagem de amor, que veio sedimentar, ainda mais, no meu percurso, a fé em Deus e na esperança.
Com amor,
Lucilla e Caio Fábio Quinto
https://www.elysium.com.br
Lucilla é autora do romance psicografado "O PRETORIANO", lançado em novembro passado pela editora MUNDO MAIOR (www.mundomaior.com.br). De leitura fácil e envolvente, com autoria espiritual de Caio Fabio Quinto, o conteúdo trata de uma das vidas passadas vividas pela médium e pelo seu mentor, na Roma de Júlio César, de cujos exércitos Caio foi um dos comandantes. Narra lances de convivência no cotidiano dos personagens, ricos de ensinamentos ilustrativos da Codificação Espírita de Kardec, das leis de causa e efeito e do aprendizado espiritual que a todos nós envolve no decorrer do nosso trajeto evolutivo durante as reencarnações terrenas. Os direitos autorais são revertidos às obras assistenciais da FUNDAÇÃO ANDRÉ LUIZ, no amparo aos deficientes e crianças carentes.
Aos interessados há maiores informações para compra, no site da editora ou no da FUNDAÇÃO ESPÍRITA ANDRÉ LUIZ: link
Texto revisado por Cris
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Chris Mohammed (Christina Nunes) é escritora com doze romances espiritualistas publicados. Identificada de longa data com o Sufismo, abraçou o Islam, e hoje escreve em livre criação, sem o que define com humor como as tornozeleiras eletrônicas dos compromissos da carreira de uma escritora profissional. Também é musicista nas horas vagas. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |