Julgamentos
Atualizado dia 24/03/2014 15:21:32 em Autoconhecimentopor Adriana Garibaldi
Somos viajantes num mundo de múltiplas possibilidades, onde cada um de nos desempenha um papel definido e intransferível na orquestra da existência .
Prisioneiros da realidade temporal, podemos, por médio de nosso livre arbítrio, criar, dentro desta redoma do mundo físico, um céu de valiosas aquisições nobres, ou um inferno de contrariedades e dor.
Sem duvida vivemos baixo o dominho de uma liberdade condicional. Mesmo que acreditemos ingenuamente estarmos usufruindo de plena liberdade no mundo. E, se em algum ponto isso possa parecer verdade, nos encontramos condicionados aos resultados acertados ou não de escolhas que fizemos, nesta ou em vidas anteriores.
Quando aceitamos este fato comum a todos, compreendemos que, ante o quadro de vida em que estamos inseridos, nos confrontaremos com outras realidades, outros paradigmas, outros mecanismos de resposta, pertencentes as diferentes criaturas que se movimentam em torno de nos, e que dialogam conosco, conforme as suas experiências particulares.
Poderíamos exemplificar esta atividade interpessoal em que nos encontramos engajados, como sendo vários mundos imersos num mundo único que nos congrega a todos.
Não porque pertençamos ao gênero humano , porque já tivéramos experimentando situações semelhantes e ate quase idênticas, as nossas respostas internas são igualmente semelhantes. Cada alma responde de uma forma particular aos fatos e vê a realidade comum trás um cristal tingido na cor de profundas concepções individuais.
Por isso, quando julgamos o mundo dos outros seres, e as suas respostas a realidade, podemos ser precipitados e injustos, quando não conseguimos ver-los a partir de seus mundos , mas a partir do nosso.
Vivenciar o entorno e analisar o comportamento das pessoas com um olhar critico, é uma ação arriscada e muitas vezes infeliz.
Para vermos com clareza, precisaríamos entender os outros na perspectiva de suas próprias realidades.Tarefa um tanto difícil para nos que ainda não estamos em condições de ver a nos mesmos com a clareza necessária, ao ponto de definir com sabedoria os moveis internos para nossas próprias ações indesejadas.
E, nesse ponto, muitas vezes surgem as projeções inconscientes, ao enxergarmos no mundo externo aquilo que trazemos dentro de nos. Uma distorção cognitiva de julgamento, que somente um estudo mais profundo de nossos dramas particulares pode ser capaz de nos esclarecer.
Não por isso, seria correto nos omitir ante a criminalidade que abunda em torno de nos, Mem justificar os atos delituosos que prejudicam a coletividade.
Contudo, se faz necessário compreender o quanto podemos cometer erros graves, ao analisarmos o comportamento alheio.
Quando nos espelharmos nos Grandes representantes do conhecimento superior vemos que, quanto maior a evolução desses seres, menor e o seu julgamento a respeito dos enganos em que as criaturas deslizam.
Quanto maior e a claridade interna, maior a indulgencia para com as faltas alheias.
Banhados internamente pela luz do amor incondicional, adquirimos os olhos puros de ver , sem traves nem argueiros. Capacitando-nos a ver as pessoas a nossa volta como criaturas destinadas a evolução plena, que, se por um instante estacionam, prisioneiros no erro, mas dia ou menos dia despertarão dos próprios enganos, e, da mesma forma que nos, também presos a diferentes pressões, acordarão para a realidade da Luz.
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