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Languidez de domingo

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Autor Renata Kindle

Assunto Autoconhecimento
Atualizado em 10/6/2014 11:12:55 AM


Domingo de manhã... A molecada joga futebol na rua. A vizinha começa a cantarolar cedo e a voz não é das mais audíveis! A outra bate o portão com força, parece estar atrasada para a missa. A mãe chama. O filho responde alto. O pai mete um Beethoven no último volume! O cachorro late freneticamente. Os gêmeos de cinco anos do andar de baixo brigam. O comício na praça tem microfones superpotentes... Você abre só uma frestinha do olho, mas você afunda na cama e decide que é melhor desaparecer entre os lençóis.
 

O sol grita lá fora e insiste em entrar no seu quarto, cujas cortinas ainda estão, em vão, tentando impedir essa absurda invasão. Os passarinhos? Aqueles que as princesas da Disney encantam com suas vozes perfeitas (já reparou como as princesas são perfeitas – aposto que têm chulé... Cinderela não, que esta sabe tirar o sapato com classe... deixa isso para conto futuro... acho que o pensamento escorregou agora) Enfim, retomando... (peço desculpas), os passarinhos, com seus cantos e pios agudos são indubitavelmente os piores! Bem-te-vi então, nem comento, parece ferro em bigorna. Seu grito fica ecoando por horas; é um saco!
 

Não é mau humor (isso eu explico depois), mas é manhã daquele domingo que você escolheu para simplesmente não fazer nada. Ora, nada?! Perguntam e se indignam todos. E o pior, eles perguntam julgando você a pessoa mais à toa do mundo. Não contabilizam a semana que passou, o que você fez, o que você não pôde fazer porque estava assoberbada com o que fez. Que resposta você vai dar? Nenhuma, óbvio, pois sente-se cansada demais até pra isso. Mas não é o cansaço que determina seu estado de não estar, é a languidez, uma espécie de preguiça que aparece devagarzinho, que aos poucos vai te desligando e você parece que vai derretendo e nesse derreter, derretem-se também todas as suas vontades. Tudo o que havia antes sido planejado para o domingo parece que perde o sentido, fica pra depois, só no "daqui a pouco eu faço". Dá preguiça até de almoçar. Quer dizer, de almoçar não, mas preparar o almoço parece uma tarefa hercúlea... solução: pedir pizza... Mas essa é outra tarefa que parece difícil demais. Onde está o telefone? Não o da pizzaria, mas o seu... preguiça de procurar. O jeito é ver o que tem pronto na geladeira e nada parece agradar ao seu paladar.
 

Quando estamos em estado de languidez de domingo, o melhor a fazer é nos entregarmos, rendermo-nos fácil, pois resistir é burrice e perda de tempo. O melhor é voltar pra cama, pra rede, pro sofá e afundar-se, deixar que o domingo passe alheio aos seus desejos. Claro, tem sempre aquela parte chata dentro da gente que fica piscando a agenda da segunda-feira que, por sinal, está cada vez mais próxima. Então a languidez começa a dar espaço para uma sensação muito pior: a angústia! O domingo está acabando, Faustão grita nos seus ouvidos (mas a tevê é a do vizinho e não a sua). Logo virá a musiquinha do Fantástico para anunciar que o domingo acabou. E o que foi que você fez de concreto? Nada?!
 

Tá, até pode ser que você não tenha dado aquele telefonema para o amigo que precisava tanto lhe contar as últimas dele. Você pode até não ter tido o melhor almoço da sua vida, nem ter visitado sua tia doente, nem ter feito as unhas, ajeitado os cabelos, lido um bom livro, respondido aos seus e-mails, ou limpado aquela gaveta vítima da sua compulsão de ajuntar papéis, tampinhas, bilhetes de cinema... mas daí a dizer que você não fez nada já é um pouco demais, não? Isso é severidade demais com um pobre corpo cansado!
 

Você fez sim e deve se orgulhar disso. Você deixou o corpo descansar languidamente, não deu a mínima para ninguém, não fritou um ovo sequer, mas a cabeça e o corpo ficaram ótimos para encarar a semana que já se anuncia.
 

Muitas vezes as pessoas associam os finais de semana com baladas, zoeiras, cerveja, shows, muitos amigos... mas tudo isso, que é muito bom também, diga-se, perde o sentido se for na obrigação do final de semana. Às vezes, essas paradas são necessárias para redefinirmos nossa rota, para traçarmos nosvos planos de ação, definirmos novas metas, novos objetivos. Entretanto, outras vezes, essas paradas se fazem necessárias apenas para darmos a nós mesmos o direito de descansarmos, sem culpa, para continuarmos nosso caminho!
 


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Conteúdo desenvolvido pelo Autor Renata Kindle   
Psicóloga clínica e hospitalar (crianças, adolescentes, adultos, casais e família); autora de alguns textos e artigos. Desenvolvedora de um trabalho piloto sobre a atuação das emoções no corpo físico, que se realiza com grupos de oficinas terapêuticas.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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