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Lembranças

Atualizado dia 28/01/2016 12:30:33 em Autoconhecimento
por Maria Cristina Tanajura


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Sentimos saudades dos momentos felizes vividos um dia, das pessoas que participaram deles; somos capazes de retornar a eles e isso nos alegra, especialmente quando estamos tristes por alguma razão.
Mas também podemos sentir saudades de uma pessoa que não conhecemos nesta encarnação e que nem sequer sabemos que nome tem, ou qual é sua aparência... E esta sensação é, em dados momentos, muito forte, nítida e aquece os nossos corações.

Já interpretei isso como se fosse um mecanismo de compensação criado por mim mesma, para que pudesse superar mais facilmente momentos tristes que estivesse vivendo. Mas depois que passei a compreender e acreditar na reencarnação, percebi que o que a gente sente nesses casos, na verdade, é saudade de amigos ou amores que agora não estão encarnados, mas existem em outra dimensão e também não se esquecem de nós.
Já não tenho dúvidas disso, depois de muita luta interior, de ter que vencer muita resistência, pois seria muito melhor que eles estivessem por aqui, ao alcance de um telefonema, de um toque, de um olhar. Mas, infelizmente não é assim.
Se prestarmos muita atenção a isso, acho que a maioria de nós sentirá ou já sentiu, em um momento ou em outro, com mais ou menos intensidade, a mesma coisa. Uma doce nostalgia de um relacionamento profundo, verdadeiro, terno, querido, com uma qualidade que jamais tenha se repetido nesta vivência atual, mas que nos assegura de que a compreensão e o amor entre dois seres existem, apesar de no momento isso não estar sendo vivido.
A vida é da forma que a gente acredita que ela seja. Embora sejamos todos um e estejamos interconectados de alguma forma, há escolhas a serem feitas e existem também os diversos níveis evolutivos. Nem todos pensam de forma igual, ou sentem da mesma maneira.
Como hoje, a existência desses seres amados -e que não tenho consciência de como são- já são uma presença em minha vida, resolvi escrever sobre isso, na esperança de que outros se sintam encorajados a não descartar sensações como essas, pois certamente os nossos amores se sentirão muito felizes de se saberem amados, apesar das barreiras impostas pelas diferentes dimensões em que vivermos.
O afeto entre dois seres jamais morre ou desaparece. Como o Amor é Deus e Ele é eterno, este sentimento também perdurará sempre, infinitamente. É a semente perfeita, sadia, que sempre dará frutos, sem depender de tempo, ou de espaço.
Mais uma razão pra jamais nos sentirmos sós, mesmo que fisicamente em dado instante isso esteja acontecendo. Fazemos parte de uma rede invisível, mas muito real, de relacionamentos alimentados pela sintonia e se tomarmos consciência disso, mais fácil será percebermos que todo o tempo estamos acompanhados.

Fazemos parte de uma fantástica sinfonia onde somos apenas uma nota, mas nossa presença faz diferença, é necessária. Junto conosco estão muitos –os que podemos ver e os que apenas podemos perceber– e com todos eles trocamos vibrações. De amor, de compreensão, de incentivo, força e esclarecimento.
Seria muito bom que não guardássemos mágoas ou ressentimentos, pois esses sentimentos nos ligam, também, aos nossos desafetos, trazendo-nos tristezas e problemas. Pela compaixão, colocando-nos no lugar do outro, talvez seja mais fácil perdoar e seguir adiante, mais livres.
Somos responsáveis pela atmosfera de amor, ou de dor, que construímos em torno de nós. Assim, trabalhemos, através do autoconhecimento, para livrar-nos dos sentimentos negativos e fortalecermos o que existe de melhor em nós. Quem sai ganhando é cada um.

Lembranças, saudades, trazem-nos o passado para o presente. Como dizem os físicos que o tempo não existe –penso que a realidade é uma e indivisível. O que a gente precisa é limpar a mente do que não nos serve mais, dos lixos e preenchê-la com o bem, com a beleza, com a ternura, com a gratidão e a compreensão. Assim, viveremos numa atmosfera leve, amorosa, feliz, mesmo estando num planeta que passa por momentos tão conturbados.

Prestemos atenção às nossas lembranças! Se existem, fazem parte de nós. Se são amorosas, cultivemo-las como a uma bela e rara flor. Se forem tristes, aceitemos que fizeram parte de nossa evolução e nos ajudaram no processo de aprender a amar.

Texto revisado

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Conteúdo desenvolvido por: Maria Cristina Tanajura   
Socióloga, terapeuta transpessoal.
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