Liberdade com responsabilidade.



Autor Paulo Salvio Antolini
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 6/4/2012 8:15:46 PM
Liberdade com responsabilidade.
A expressão não é minha. Já a ouvimos muitas vezes. Há empresas que a usam como "slogan" com seus funcionários. Mas sobre o que ela transmite é que pretendemos refletir um pouco.
Liberdade é soltura, o direito de se mover, expressar, realizar de acordo com sua vontade. É o poder manifestar-se sem repressões ou opressões. Liberdade é o que todos queremos, o que todos clamamos. Mas será que sabemos usá-la positivamente? Esta é a questão. A utilização da liberdade implica no reconhecimento de valores que contemplam a consideração alheia. "Sua liberdade termina onde começa a do outro" é outra expressão também muito conhecida e pouco praticada. E torna-se quase impossível falarmos de liberdade sem falarmos também de respeito. Respeitar, acatar, reconhecer como direito do outro.
Todos reinvindicam direitos, mas muitos esquecem que os direitos vêm sempre acompanhados de deveres. Responsabilidades que precisam ser atendidas para que as condições de boa convivência possam existir.
Filhos querem o direito do ir-e-vir, mas quando lhes é cobrado o que estão fazendo dentro desse espaço, se enfurecem e se rebelam, revoltando-se contra os pais, criticando-os por "serem muito cobradores". Não querem "responder" por seus atos e suas escolhas. Alguns casais vivem em "pé de guerra", dizendo-se sufocados, mas olham apenas os seus desejos, sem considerarem os direitos de seus pares.
Nas empresas, funcionários solicitam maior autonomia para executarem suas funções e, no entanto, revoltam-se quando questionados ou cobrados acerca dos resultados que não aconteceram. É impressionante a alienação das pessoas que estão desvinculadas da responsabilidade no emprego de suas liberdades. Sentem-se tremendamente injustiçadas quando questionadas, incompreendidas em suas ações e revoltadas com aqueles que estão constatando os maus atos por elas praticados.
Está cada vez mais ocorrendo uma confusão conceitual. Ser livre não significa ser egoísta e voltado apenas para si mesmo. Ao contrário, significa ser você mesmo, porém levando em conta aqueles que os cercam. Não significa apenas fazer o que se quer, mas fazê-lo sem ferir os demais.
Ser livre é ter o direito de optar e ao fazê-lo, responder por todas as conseqüências desta opção. A sociedade estimula cada vez mais os consumidores a terem, a adquirirem, mas não está nem um pouco preocupada em observar a maneira como tais posses são conquistadas. Pode parecer ridículo, mas as pessoas querem comprar e ter a qualquer custo, sem se preocuparem com o fato de o estarem fazendo de maneira lícita ou ilícita. "Ter" é importante. E pronto.
Mas em situações onde ocorre o ganho fácil, a conquista sem o merecimento, há uma conseqüência danosa para a pessoa: a eterna insatisfação. Após uma conquista é preciso mais e mais. Passa-se por cima de tudo e de todos em busca disso.
Sabemos que os exemplos que valem são os de nossas ações e não os de nosso discurso. O famoso jargão "Faça o que eu falo e não o que eu faço" não funciona. A criança imita os pais. O adulto segue os modelos de liderança que observou em suas experiências. Quais estão sendo os exemplos dados à nossa existência?
Olhemos para nossas crianças. Os pais, na busca de dar-lhes uma infância feliz e realizadora, enche-os de presentes. Brinquedos de todos os preços e..., dados em qualquer ocasião. Comentário comum: "Brincam meia hora e depois encostam o brinquedo. Nunca estão satisfeitos". Natural. Não houve uma construção do valor. Não haverá também reconhecimento da parte de quem recebe, seja criança ou adulto.
A liberdade sem responsabilidade leva ao caos, promove a confusão e alicerça a injustiça. Prejudica quem merece e não recompensa quem recebe. Não realiza ninguém. Se é assim, por que insistimos nessa forma de ser?









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