LIÇÕES DE VIDA INSTANTÂNEAS
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Autor Alberto Carlos Gomes Lomba
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 4/4/2005 3:07:50 PM
“Sereis bem felizes quando os homens vos odiarem, vos separarem, vos tratarem injuriosamente e rejeitarem seu nome como mau, por causa do filho do Homem...”
Jesus
Quando me dei conta, na vida, de que realmente estava começando a pensar, o que aconteceu nos idos de 1964, estava recebendo meu diploma de jornalista.
Naquele glorioso ano da revolução, trabalhando como “foca” (termo que indica jornalista em primeiras letras com a notícia), me dei conta de que a vida ia me reservar e me ensinar muitas lições.
Acreditem: iniciei minhas primeiras reportagens no Última Hora, de São Paulo, que ficava ali no Anhangabaú. E minha carreira foi curta nesse jornal, pois foi fechado abruptamente. Aí aprendi a primeira lição que a Faculdade de Jornalismo “Cásper Libero” não me ensinara. Coragem. E logo aprendi que aquele velho ditado, “melhor morrer em pé que viver ajoelhado” seria meu estandarte.
Cheio de sonhos e fantasias, querendo enfrentar o mundo, querendo ser um Davi sem a proteção de Deus, comecei a esbarrar num Golias de intolerância.
E o tempo foi passando. Ah! Esse amigo que nos faz esquecer tudo, que acomoda até as placas tectônicas, mas que deixa marca indeléveis gravadas na nossa memória!
Nos idos de 73 mudei para o interior. ”Começar de novo” como a letra da música.
E nesse lindo interior fiz de tudo. Trabalhei em armazém de secos e molhados (como se chamavam antes os futuros supermercados), fundei uma imobiliária, administrei até a construção de edifício.
Nessa época meus sonhos de jornalista, de mudar o mundo, ficavam em simples conjecturas filosóficas. Assim mesmo fui abrindo espaços, criando jornais, enfim, dando à imprensa seu real valor junto à comunidade. Editei jornais em várias cidades aqui da região além de empresas e, um dia, caí na asneira de me meter em política.
Não precisam ficar assustados. Nunca me candidatei a nada, apenas atuei na área de assessoria de imprensa. Foi aí que descobri o triste calvário da intolerância. Pela difícil convivência com os políticos logo cheguei à conclusão que eles não gostam de intelectuais e nem de pessoas inteligentes, pois estas não podem ser manipuladas. Sem contar que somos perigo imediato para as suas candidaturas, pois podemos, num desses momentos de insânia, também querer sermos candidato. E no interior a mídia dá muito prestígio.
Todavia, o que mais me mostrou o arquétipo da intolerância foram aquelas pessoas que agreguei à imprensa. Com o passar do tempo, desaprenderam o que é fidelidade à verdade, autocrítica e enfim, tornaram-se estrelas sem brilho ou mesmo “laranjas”. Triste, não é? Como justificativa de sua mediocridade começaram a questionar meu estilo jornalístico por ser cristalino e verdadeiro.
Nada disso me entristece. Ao contrário! Foram e serão lições de vida instantâneas. E nada posso acrescentar que não seja a certeza de que as pessoas não vivem em nossas vidas. Passam apenas. Umas ficam mais tempo, outras menos.
Mas sempre existirão acréscimos e decréscimos. E temos que aprender a lidar com isso.
Luzes a todos os que me estão lendo neste momento.
Texto revisado por Cris
Avaliação: 5 | Votos: 15
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