LIDANDO COM A RAIVA E O ÓDIO
Autor Raul Imhof
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 7/24/2005 7:02:20 PM
Somos seres humanos. E como humanos estamos expostos a sentimentos que nem sempre conseguimos controlar ou esconder.
Raiva e ódio são dois desses sentimentos tão comuns no ser humano. São sentimentos destrutivos porque são obstáculos para a saúde e para a convivência. As raivas e ódios provém de mágoas, de injustiças, de frustações... Achamos que são nosso escudo e nossa proteção, mas não o são; isso é uma grande ilusão. Na verdade são inimigos internos que nos levam a perder a paz interior e a felicidade, trazendo-nos confusão, insatisfação, infelicidade e sofrimento. A nossa arrogância às vezes está na raiz de nossos descontentamentos e insatisfações gerando o ódio que nos leva à doença, porque como veneno destroem as virtudes acumuladas a longo prazo e com enorme esforço. Vingar-se jamais nos levará à vitória. É herói aquele que vence a raiva e o ódio. Mas como fazer para chegar a este ponto?
É necessário antes de tudo, buscar os fatores que dão origem às nossas mágoas e ódios. Perdemos mais com raiva e ódio do que com a paciência e a tolerância. Porém, quando chegamos a conhecer sua causa, sua decodificação, iremos nos acalmar. Herói é quem vence a raiva pela paciência, que vem da verdadeira humildade.
Para vencer a raiva é preciso não dar muita importância ao que os outros pensam de nós. Também vencemos a raiva e o ódio quando aceitamos nossas limitações ou nossa ignorância sobre uma infinidade de assuntos, tanto científicos como do dia-a-dia. Quando assim agimos temos condições de refrear a nossa cólera. Quem se lamenta tem dó de si, é egocêntrico. Cai com facilidade no apego, no radicalismo, na obsessão. São estes, entre outros, os fatores que nos levam à raiva e nos fazem perder a paz.
Porém, no momento em que entendemos que tudo é transitório, que o ofensor tem condicionamentos, casualidades, história e fatos do passado que o fazem errar, então, não daremos reforço à raiva. Quantas vezes agimos por ignorância, desconhecendo as feridas internas que motivam nossos erros. O reconhecimento de sua origem nos capacita a viver o princípio de relativizar as ofensas de nosso agressor.
Também podemos eliminar a raiva pela meditação, que nos leva a compreender. Perdoar é compreender. A maior parte de nossos sofrimentos somos nós mesmos que os causamos. A angústia é criação nossa.
Outra saída é não levar tão a sério as pequenas ofensas. Isso é infantilidade. É obra nossa, de nossa imaturidade. Antes de reagir aos insultos, humilhações e injúrias é melhor não perder a calma. Nesse sentido o sofrimento passa a ser uma oportunidade de crescimento, de agradecimento e de amadurecimento. São ocasiões que poderemos crescer na humildade reduzindo nossa arrogância e presunção.
Muitas pessoas vencem a raiva fugindo da agressão, despistando, procurando não bater de frente, mudando de assunto, saindo de cena com educação. Porém, o mais certo é que nossas raivas cessarão quando soubermos nos alegrar com o sucesso dos outros, com a felicidade de nossos inimigos, elogiá-los quando merecem. Aquele que se sente feliz pela felicidade de seus inimigos, tem grandeza de alma, muita sabedoria, paz interior e só pode ser feliz.
Uma semana de muita alegria, paz e sucesso.
Raul
Texto revisado por Cris
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