Mandalas - As imagens da totalidade psíquica
Atualizado dia 10/28/2008 11:28:28 PM em Autoconhecimentopor Instituto AION
A palavra mandala vem do sânscrito, que significa círculo.
Mandalas são figuras geométricas formadas de maneira simétrica e que não raramente possuem um ponto central. Essas imagens, embora para a maioria das pessoas estejam mais relacionadas com o Oriente, estão presentes nas mais diversas culturas.
Jung verificou em seus pacientes que elas surgiam espontaneamente quando, em meio a uma crise, tinham a função de um elemento organizador da psique e também que, produzidas pelo inconsciente, funcionam como uma compensação da nossa vida psíquica.
Estes símbolos, como imagens arquetípicas, não são uma simples alegoria ou um mero signo, mas sim as imagens de um conteúdo que supera as dimensões do nosso ego. Como diz Jung, em sua obra Símbolos da Transformação:
O símbolo não é uma alegoria nem um semeion (sinal), mas a imagem de um conteúdo em sua maior parte transcendental ao consciente [...] são conteúdos reais, são agentes com os quais um entendimento não só é possível, mas necessário.
Estas figuras evocam os mais remotos significados da nossa vida e representam idéias de uma totalidade que não podemos compreender somente de forma consciente e racional.
O mundo dessas formas geométricas é a ligação do homem com o seu mundo interior (microcosmo) e o exterior (macrocosmo). Elas simbolizam, ainda, a idéia da comunhão dos opostos, possuindo um sentido de completude.
Símbolos como a cruz, o círculo, o quadrado e o triângulo são alguns dos exemplos destas representações simbólicas. Idéias como, por exemplo, a da "Távora Redonda" do rei Arthur, que se organiza em torno do símbolo do Santo Graal, são a representação de um ideal transcendental. Assim como a figura solar de Cristo e seus doze apóstolos, que simbolizam os astros em torno do Sol e os meses do ano.
Já vimos também como a simbologia cabalística do Magen Davi significa uma proteção para a humanidade e, por força disso, é uma imagem do arquétipo humano da transcendência, em forma de mandala.
As mandalas, em seu centro, lembram-nos da relação entre a expansão do ponto até o círculo, que é uma idéia abstrata da Criação das formas e do Universo. O ponto não possui um lugar determinado no espaço e simboliza a unidade de tudo. Ele possui, virtualmente, todas as coisas e dimensões. Já o círculo é uma expansão desse potencial, que adquiriu uma outra dimensão e se manifestou no mundo visível.
Isto significa que o mundo visível do círculo coloca-nos em contato com o mundo transcendental do ponto, ou com a subjetividade da Criação, conforme vimos na simbologia do Tetragrama, explicado no capítulo 2.
Nós podemos estabelecer várias relações entre o ponto e o círculo, como a unidade e multiplicidade, o incompreensível e compreensível, o imanifestado e manifestado e entre Deus e a Criação.
Vale lembrar que a definição de ponto em geometria é um postulado. Como podemos ver, o significado último destas imagens não pode ser capturado pela nossa mente consciente e racional. São construções que nos trazem mensagens de um profundo significado intuitivo.
Em resumo, as mandalas são uma representação simbólica e dinâmica de nossa vida interior e servem como uma compensação ou equilíbrio do nosso sistema psíquico, e que incluem os paradoxos de nossa existência. Estes símbolos trazem-nos a idéia de uma essência coletiva da qual pertencemos de fato.
Texto extraído do livro DNA Espiritual - de Celso Cardoso
Texto revisado por: Cris
Avaliação: 5 | Votos: 8
Visite o Site do autor e leia mais artigos.. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |