Meditações para o corpo e meditações para a alma
Atualizado dia 15/10/2015 10:52:10 em Autoconhecimentopor Renato Mayol
É importante a diferença entre o ato de meditar no sentido amplo (lato sensu) e o ato de meditar no sentido estrito (stricto sensu), e quando não é feita essa distinção, da mistura resulta a confusão.
De forma genérica passou-se a usar o termo “meditação” em sentido amplo (lato sensu), para um conjunto de técnicas que têm como objetivo o restabelecimento da saúde física, psíquica e emocional.
Essas meditações lato sensu são para o corpo e independem do fato de o praticante ter ou não alguma religião. Dessas meditações, há diferentes tipos. Meditações para dormir, para parar de fumar, para libertar-se dos medos, para a cura, para o aumento da energia vital, para a redução do estresse e muitas outras mais.
Quase sempre, essas meditações vêm acompanhadas da recomendação posológica de terem que ser praticadas pelo menos uma vez ao dia, mas de preferência, duas vezes, uma pela manhã e outra à noite! Os seus resultados costumam ser uma maior eficiência nos afazeres diários e um novo modo de perceber e de reagir à realidade.
Para essas meditações lato sensu empregam-se técnicas para relaxamento e técnicas de visualização. O relaxamento da musculatura do corpo, de um modo geral, é conseguido através da auto-hipnose. O método, simples na aparência, em verdade é difícil e exige prática. Quanto à técnica da visualização, essa consiste em projetar na tela da consciência uma imagem mental de algo que desejamos. É uma técnica muito efetiva, em especial quando emoções e sentimentos são aliados à visualização.
Em grande parte, o êxito do que queremos alcançar na terceira dimensão repousa na visualização de cenas onde a tristeza, a escuridão e a morte são transformadas em cenas de Amor, Luz e Vida.
Para as meditações lato sensu, muitos costumam ser os materiais de apoio utilizados - músicas, cristais, velas acesas, vasilhas com água, luz de cor violeta, e incensos, entre vários outros. Às vezes, tais materiais tornam-se sutis grilhões a prender os que se perdem nas atrações dessas ferramentas. Até “kits de meditação” confeccionados de forma a propiciar conforto e satisfação aos clientes podem ser encontrados no mercado, além de centros de meditação on-line, onde tudo tem um tempo pré-estabelecido para acontecer. Mas, enquanto você estiver preocupado com o relógio, dificilmente você conseguirá relaxar e meditar.
Os resultados dessas meditações lato sensu podem ser mensurados e compartilhados, porém, não há como compartilhar o êxtase da vivência da União Divina, quando esta se concretiza na meditação stricto sensu ou meditação para a alma. Esse tipo de meditação também independe do praticante ter ou não alguma religião. Essa meditação nasce de um sentimento inato que motiva a busca da filiação Divina.
Para a meditação stricto sensu que visa à viagem de volta ao Centro, depois de uma fase preliminar onde são usadas técnicas de relaxamento e de respiração, prossegue-se com técnicas que, em geral, visam à saturação do pensamento para aquietar a mente. Pode ser o uso de figuras geométricas simples ou complexas, ou o uso de frases enigmáticas que tem por objetivo propor um problema à mente que ela não consegue resolver, ou a repetição de determinadas sílabas ou palavras especiais, recebidas de algum suposto guia espiritual, guru ou mestre.
Há também muitos que tentam harmonizar o corpo e a mente através de técnicas de respiração acopladas a alongamentos e a um conjunto de posições ou posturas acrobáticas, como etapa preliminar ao estado meditativo. Porém, apenas uma melhor oxigenação e revitalização do organismo não vão levar à união com o Todo.
E há quem emprega métodos inusitados, como o uso de tanques de isolamento, jejum prolongado, curiosas práticas sexuais, ou até o uso de substâncias químicas, como a psilocibina e a dimetiltriptamina. Essas, em especial, são perigosos atalhos para alucinações, e se o cérebro receber mais do que estiver preparado para processar, tais substâncias poderão eventualmente levar a transtornos psiquiátricos.
O fato é que muito se ilude quem acha que apenas com algum método ou alguma técnica pode forçar a porta de acesso ao Todo. Nenhuma técnica vai levar por si só à vivência da União Divina onde nos tornamos Criadores com o Criador.
Ademais, se qualquer um desses métodos fosse capaz de levar de volta ao Centro apenas alguns dentre todos os seus muitos milhões de praticantes, incluindo-se os supostos mestres e gurus, certamente bem melhor estaria este nosso mundo.
A meditação no sentido estrito de “retorno ao Centro” ou meditação para a alma, essa nunca será acessível somente pelo uso do raciocínio, de rituais ou de quaisquer malabarismos espirituais. Mais provável é que no abandono de quaisquer técnicas aconteça a graça da união com o Divino, pois essa depende de profundas mudanças interiores conseguidas pelo desapego das ilusões do mundo, e das emoções suscitadas pelo sentimento do Amor Infinito.
Assim, não somos nós que nos elevamos - é a Luz Eterna que infunde quem, em estado amoroso, passivo e receptivo, leva todas as células do seu corpo a vibrarem em uníssono e em frequências sempre mais altas, tornando-se o corpo um recipiente feito de Amor, apto então, e só então, a ser preenchido pela Força Criadora e ter a sua alma arrebatada, em seu “retorno ao Centro”.
Texto extraído do livro "Câncer, Medicina e Milagres", do Dr. Renato Mayol Adquira aqui
Texto Revisado
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