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Medo da Morte

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Autor Marcos Spagnuolo Souza

Assunto Autoconhecimento
Atualizado em 01/07/2010 08:31:15


  Não gosto de passar perto do hospital, da funerária e do cemitério. Não gosto porque tudo isso me faz lembrar que sou uma pessoa finita e que mais cedo ou mais tarde estarei no hospital, na funerária, no cemitério. Não gosto também de passar perto de uma loja que vende caixão porque imediatamente me vejo dentro dele e fico com muito medo. Quando entro em um hospital vou ficando sem força e se não sair acabo desmaiando. Em alguns momentos da vida, principalmente quando estou em minha cama vivendo os últimos momentos do dia antes de dormir, penso como será o meu funeral: visualizo o meu corpo estendido no caixão, coberto de flores e depois o enterro, a colocação do caixão no túmulo e finalmente me cobrirem de terra. Os referidos pensamentos, que surgem de modo involuntário, me mergulham no medo absoluto da morte que é antítese do prazer em ver as pessoas que amo, de olhar para as coisas que gosto, de não mais poder ler o "meu" livro, de escutar as músicas que me colocam em êxtase e finalmente de sentar em um bar para tomar um chopp gelado acompanhado de pessoas queridas na mesa de nossa preferência. Sim, tenho muito medo da morte porque ela é o fim e no fim não existe mais início. Não gosto de ir a enterro porque sou colocado de modo trágico diante da finitude. O meu medo da morte, o meu medo da curta existência, me coloca frente a frente com o fim e não existe nenhuma maneira de burlar ou evitar o meu desaparecimento. Observo o que ocorre diante dos meus olhos e verifico que tudo morre; inclusive as pedras, estrelas, planetas, constelações e galáxias. Sei que a morte é a coisa mais natural, mas, o medo da morte não me abandona.

Impregnado com o meu medo da morte andava por uma trilha que rodeia a montanha sagrada e avistei o velho ancião descansando nas sombras do flamboyam amarelo. Perguntei se ele tinha medo da morte. Respondeu que não podia ter medo da morte porque tinha percepção nítida que ele, em essência, podia ser comparado a um navegante que utiliza uma pequena jangada em um riacho que atingiria um rio maior e depois o oceano e depois outros oceanos. A jangada que utilizou para iniciar a viagem não mais existia e muitas outras jangadas ele teria que utilizar para chegar ao seu destino. As jangadas desaparecem, mas, o navegante continua a sua trajetória. O importante, disse o velho ancião, é não confundirmos com a jangada.


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