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Medo da Morte

Atualizado dia 03/12/2014 00:21:41 em Autoconhecimento
por Valéria Bastos


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Medo ancestral, recorrente, misterioso. Difícil quem não tem, mais difícil ainda quem já o superou. É um treinamento da mente, das emoções, dos conflitos internos, das crenças. Passar pela morte com a mesma naturalidade com que se passa pela vida deve ser a nossa meta. A morte é um evento tão natural quanto o nascimento, mas a encaramos ainda com tabu, sofrimento e falta de compreensão.

Se olharmos a natureza e tudo à nossa volta, perceberemos que nada é estável, que tudo é impermanente e contínuo. Assim também somos nós: impermanentes e contínuos. Seguiremos de onde paramos. Por isso, é tão importante ressignificar os medos em torno desse momento para que se prossiga da melhor maneira possível.

Continuamos de onde estamos. Se temos medos, conflitos, assuntos inacabados, culpa, angústia, peso, assim será a próxima vida que seguirá, novamente dentro do mesmo padrão mental, emocional, vibratório. É bem lógico isso, não é? Da mesma forma que o universo inteiro não dá saltos, nós também não poderíamos fugir a essa regra. Obviamente que o sistema de crenças tenta burlar essa ordem cósmica e inclui evolução fora do corpo.

O crescimento acontece em ciclos e mais ciclos. Por isso, vivemos fazendo promessas que não se cumprem. É preciso deter os impulsos, as reações, mudar os hábitos, fazer diferente, criar hábitos novos, trocar o combustível com o carro andando, sem causar dano à máquina. É gradativo, cheio de idas e vindas, de começos, paradas e recomeços. Faz parte da vida e de todo o sistema de adaptação em todas as espécies. Conosco, naturalmente é igual.

Legal ter consciência disso, para tirar as ilusões que encobrem esse evento. Isso me faz lembrar a historia de um Mestre Zen que disse com muita naturalidade para uma Monja, ao sair de manhã: “Quando eu voltar, você não estará mais aqui”. Veja se faz isso direito! É lindo algo tão espontâneo. Mas para nós, pode ser frio e indiferente. Apenas uma questão cultural, encarada com extrema naturalidade pelos tibetanos, que vivem o morrer a cada instante da vida e não se desesperam diante do momento de morte. Ao contrário, eles celebram. No Tibete, os lamas auxiliam os mortos em sua travessia de uma margem para outra, durante 49 dias. Esse tempo serve para guiar o “passageiro” em suas possíveis visões distorcidas no Bardo – mundo entre vidas.

Nós, ao contrário, evitamos conversas sobre a morte, o que reforça ainda mais os obstáculos que cada pessoa carrega. Naturalmente porque fomos educados de outra forma. Mas hoje é possível encarar a vida com mais franqueza, verdade, simplicidade, objetividade. Podemos a cada dia, a cada instante, experimentar um tipo de morte em nós. Sentir a morte de várias maneiras, a morte de uma mente, de uma emoção, de um apego, de uma crença. Deixar morrer opiniões, formas de ver a vida, entendimentos, conhecimentos, julgamentos, distorções, críticas, desequilíbrios. Morrer para a tristeza, a derrota, o pessimismo, o preconceito. Morrer e morrer para aquilo que não serve mais, deixar ir, viver aqui, acordar. Abrir os olhos, ver a vida em tudo, a beleza, o colorido, o pulsar inesgotável, a energia constante. Sentir que isso não cessa e, se não cessa, não há o que temer. É um sopro, um suspiro, uma brisa leve. Inspira, expira, aqui e agora. Assim, logo após a morte, será agora novamente. É a vida que segue, sempre segue, não há morte então. Se há vida sempre, a morte é a nossa grande ilusão.

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Conteúdo desenvolvido por: Valéria Bastos   
VALÉRIA BASTOS - Terapeuta Holística - Constelação Familiar, Terapia de Vidas Passadas, Deep Memory Process (Processo de Memória Profunda), Resgate de Alma, Captação Psíquica, Facilitadora de Grupos, Xamanismo. (61) 99217.1295 SEPN 513 Bloco A Sala 112 - Ed. Bitar 1 - Asa Norte - Brasília/DF
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