Medos.



Autor Paulo Salvio Antolini
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 5/20/2012 11:11:00 AM
Medos!
Existente em todas as espécies, enfrentar ou fugir conforme o acreditar ser possível vencer ou perder, é que desencadeia nos animais uma dessas reações. E em nós, seres humanos?
O Michaelis define medo como: "Perturbação resultante da idéia de um perigo real ou aparente ou da presença de alguma coisa estranha ou perigosa; pavor, susto, terror. Apreensão. Receio de ofender, de causar algum mal, de ser desagradável. Gestos ou visagens que causam susto".
Inacreditável o número de situações que despertam este sentimento nas pessoas, afetando a condição do pensar e agir espontaneamente. Atinge diretamente a autoconfiança, colocando-a para baixo.
Medo de não arrumar emprego, medo de não manter o emprego, medo de ficar só, medo de perder o companheiro ou companheira, medo de ser abandonado pelos que ama, medo de não ser aceito por aqueles com quem convive, medo de..., medo de... e assim vai uma infinidade de possibilidades, todas despertando e alimentando um estado constante de ansiedade, gerada por esse medo, que na maioria das vezes não ocorre, mas que influi sim nos resultados, pois para eliminar esta ansiedade, tomam-se decisões baseadas nos temores não analisados clara e conscientemente. "Achei que ele iria terminar comigo, não suportaria isso, então me antecipei". "Pedi minha demissão porque iria ser mandado embora de qualquer forma" e por ai vai.
O medo reflete em sua base originária, a falta de fé, a falta do acreditar. Qualquer que seja a situação que desencadeie este sentimento, acuados pelo "terror do perder", as pessoas fogem. Fogem de tal forma que suas mentes não conseguem refletir. "Nem pensar", expressão comum quando se está assustado, medroso. Ocorre a paralisação mental.
O passo mais difícil para se enfrentar os medos é admitir que ficamos paralisados por ele, Admitir que não conseguimos raciocinar normalmente e que, se olharmos de frente para ele, ele não nos irá "devorar". Portanto, o que parece simples quando dito, dificílimo de fazer, "olhar nos olhos de nossos medos" possibilita o ir desvendando o que está em nós que ainda não vimos. Todos nossos medos escondem recriminações, imagens negativas, sentimentos reprimidos e que se encontram em nosso lado "sombra", arquétipo junguiano que é caracterizado por tudo que não gostamos ou queremos ver de nos mesmos.
Quando se vive assolado pelo medo, a quantidade dos hormônios do estresse que se encontra no organismo é algo surpreendente. "Fulano está com a adrenalina a toda" é o primeiro comentário para no momento seguinte, manifestar-se uma "paralisação", que faz a pessoa se fechar, muitas vezes literalmente, trancando-se em um quarto e não querendo mais sair dali.
A tão falada Síndrome do Pânico, que atormenta boa fatia da população, quando olhada em "seus olhos", começa a se esvaziar. As reações são tão intensas que há uma torrente mental que impossibilita a pessoa o pensar. Pensar é o caminho do tomar consciência e quando não se quer ver o que está além de nossos simples gestos ou comportamentos, o medo é a melhor defesa. Exatamente. O medo é uma das defesas que usamos quando ainda não estamos prontos para encarar nossa forma de ser.
Quando nos propomos a vencê-los, começamos pelo firme propósito de não ficarmos nos julgando. Seja lá o que for, faz parte de nós. Ai então, mesmo que cautelosa e vagarosamente, passamos a encará-los. Nossa mente começa a se movimentar, possibilitando as percepções e reflexões que nos desvendarão de tal forma que, com grande surpresa, percebemos que os mesmos medos deixaram de existir. Sensações físicas incomodas e estranhas, que antes nos auxiliavam no processo da fuga, agora passam a serem melhor percebidas e conforme vamos sentindo-as, elas vão lentamente se dissipando. Vamos nos familiarizando com elas e em um determinado momento, sem às vezes nem percebermos, deixam de existir. Nossos medos, nossos fantasmas, nossos monstros interiores deixaram de existir da forma como se apresentavam antes.
Quando vencemos nossos medos, eliminamos como conseqüência uma infinidade de culpas. Culpas que muitas vezes nem imaginamos suas origens.









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