Memórias de um pseudo-esquizofrênico - II
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Autor Teresa Cristina Pascotto
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 24/03/2011 09:30:01
Hoje, livre dos véus da ignorância da dualidade, posso compreender que encontrei nessa condição uma forma de fugir ao meu propósito de vida, de me tornar um médico psiquiatra, pois apesar de ter todos os potenciais e condições necessárias para seu cumprimento, eu tinha um grande medo de trilhar esse caminho, devido à forte influência negativa das memórias de vidas passadas, nas quais não tive bons resultados e sofri muito. Portanto, nesta vida em questão, teria que passar por grandes desafios, como é natural para todos os propósitos de todos os seres humanos, e um deles seria ter que enfrentar a contraposição da psiquiatria convencional que se manifestaria quando eu tentasse colocar minhas idéias nada convencionais no tratamento de doenças psíquicas. O propósito que havia firmado era no sentido de trazer mudanças inovadoras para a psiquiatria, que resultariam em processos de cura através de técnicas muito simples e naturais, levando as pessoas ao equilíbrio e, para isso, além de meus estudos e pesquisas convencionais, desenvolveria minha mediunidade, fator que me levaria a estar em sintonia com o Plano Espiritual, para receber apoio e orientação no desenvolvimento de técnicas e tratamentos inovadores.
Confesso que nos poucos momentos em que não estava totalmente escondido em meu "mundo particular" da pseudo-esquizofrenia, sentia saudade de viver como um ser "normal", o que me levava a tentar entrar em contato com a realidade, porém, eu me entristecia muito quando fazia isso, pois nos primeiros momentos de contato consciente com as pessoas, percebia seus olhares de pena e, principalmente, de medo, o que fazia com que se distanciassem de mim, como se quisessem se proteger. A dor desse desprezo me consumia e eu me recolhia novamente. Porém, às vezes, eu insistia e à medida que eu me manifestava com um comportamento mais "normal", aos poucos elas começavam a relaxar e a se aproximar.
Nestes raros momentos, eu interagia, conversava normalmente, era afetuoso e atencioso, como eu de verdade era, mas quando me dava conta de que estava agindo como uma "pessoa normal" e que isso podia ser "perigoso", pois poderiam desconfiar que eu não era esquizofrênico, imediatamente retomava meu ar alheio e vago, e voltava a assumir a atitude de esquizofrênico.
Mas esta passagem da volta do mundo real para o mundo ilusório, me causava dor e angustia, não era fácil, eu sentia prazer em estar com as pessoas, interagindo como uma pessoa saudável, recebendo atenção e afeto, sendo tratado com dignidade, era muito bom me sentir inserido no contexto familiar, mas quando minha crença errônea me fazia lembrar que essa "normalidade" teria um preço alto, eu rapidamente escolhia viver a dor do alheamento e da solidão, na segurança de meu "mundo esquizofrênico". Minha crença era que se escolhesse viver na realidade, o mundo me cobraria e exigiria a perfeição, o sucesso, a exatidão, atitudes responsáveis, e isto acentuava minha sensação de fracasso e impotência.
Eu vivia em um mundo particular: o mundo da mente, da fantasia, das ilusões, onde eu criava tudo o que queria, onde, inclusive, eu me conectava "com a mente" das pessoas à minha volta. Cada pessoa cria seu próprio "mundo de ilusões", um mundo à parte, onde vive sua "insanidade velada", fazendo desse mundo um lugar de refúgio, alheamento ou descanso, onde cria e vive suas fantasias ou se esconde da realidade quando está com dificuldade de lidar com a vida. Eu conseguia "entrar nesse mundo ilusório" na mente das pessoas e acabava interagindo com elas nesse lugar particular. Descobri que as pessoas interagem umas com as outras muito mais através desse mundo ilusório e oculto criado pela mente, onde uma manipula a outra numa dinâmica oculta e destrutiva, do que através do "mundo real", da realidade física.
Chegou um tempo em que eu mesmo passei a acreditar em minha esquizofrenia, o que me levou, cada vez mais, a me desconectar da realidade, vivendo quase integralmente em meu mundo particular. A partir disto, descobri um mundo que estava além da mente, descobri o mundo espiritual, onde era fascinante viver, eu me sentia inteiro, real e equilibrado.
A cada vez foi se tornando mais difícil viver na realidade e minha única saída tornou-se viver o maior tempo possível sintonizado com o plano espiritual. Nele a verdade divina era algo quase palpável.
E assim vivi, até meu desencarne. Porém, quando finalmente isto aconteceu, deparei com uma dura realidade: eu fui um covarde suicida. Viver uma falsa esquizofrenia me trouxe a condição conveniente de me isentar de minhas responsabilidades sobre minha vida e do cumprimento de meu propósito, foi uma escolha suicida, pois não vivi de verdade, "matei" minha pulsão de vida e apenas passei pela vida.
Como não criei meu próprio umbral, por conta do conhecimento da vida espiritual, logo fui acolhido pelos Seres de Luz. Foi fácil ser envolvido e acolhido, mas não tão fácil foi ter que me confrontar com a dura realidade do "suicídio vivo" que cometi, contido na omissão e na covardia.
Fui muito esclarecido e orientado, e compreendi que, apesar de ter errado me escondendo na esquizofrenia, ao invés de ser o psiquiatra que meu Espírito havia determinado que eu seria, esta experiência foi de grande valia, pois como vivi na carne essa falsa doença, isto me trouxe mais conhecimento e aprendizado, o que me torna mais capacitado, para compreender o que ocorre na realidade oculta da mente humana, e que faz com que o ser humano escolha viver na insanidade. Isto me capacita a ajudar as pessoas, daqui do plano espiritual, enquanto também aprendo, me aperfeiçôo e me desenvolvo no preparo para minha próxima encarnação, onde realizarei o propósito que deixei de cumprir na vida anterior.
Como na realidade de Deus, nada é errado ou certo, se não fiz o que planejei fazer nessa vida, esse meu "erro", acabou se tornando meu melhor acerto, pois foi de maior valor eu ter vivido a pseudo-esquizofrenia e aprendido estas verdades inimagináveis vivendo na carne, do que se eu tivesse sido médico, onde talvez eu tivesse sido limitado e medroso, não ousando nem inovando no desenvolvimento de novas técnicas de cura. Hoje me sinto um verdadeiro médico, que pesquisa e desenvolve técnicas para ajudar as pessoas a se curarem a partir de sua alma. Sim, a cura deve acontecer a partir da alma, pois é ela que carrega todas as memórias passadas e todas as condições para sua própria cura.
Espero que meu relato possa ajudar de alguma forma. Que Deus os abençoe!
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Atuo a partir de meus dons naturais, sou sensitiva, possuo uma capacidade de percepção extrassensorial transcendente. Desenvolvi a Terapia Transcendente, que objetiva conduzir à Cura Real. Atuo em níveis profundos do inconsciente e nas realidades paralelas em inúmeras dimensôes. Acesso as multidimensionalidades Estelares. Trago Verdades Sagradas. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |