MENSAGEM DE UMA AMPARADORA CIGANA
Atualizado dia 5/26/2007 12:07:02 AM em Autoconhecimentopor Irene Carmo Pimenta
Hoje tu puseste canções ciganas e a saudade apertou teu coração. Sei que não choras de tristeza e sim de saudades. Foram tempos difíceis sim, mas tempos felizes.
Nossas roupas eram simples, pé no chão muitas vezes. A comida escassa – e o desprezo dos brancunchos* que nos amaldiçoavam e nos escorraçavam como se fôssemos demônios – ladrões de crianças, trapaceiros, feiticeiros.
Mas nós éramos tão felizes. Tínhamos a estrada. Tínhamos o vento, o sol, a chuva, a neve, os pássaros, as flores e toda a natureza.
Vivíamos na terra e não precisávamos possuí-la...
Tínhamos o riso, a música e a dança. O céu estrelado era a nossa tsara e Deus o grande Barô Cumo – guiava nossa kumpania* pela estradas do mundo. Éramos livres romi. E o amor pela liberdade nos fazia suportar tudo com alegria.
Hoje do lado de cá (no astral) – podemos compreender porque nós assustávamos tanto. A nossa liberdade assustava aqueles que tinham dinheiro, poder, mas eram na verdade escravos.
Em volta da fogueira a puri* – contava para os pequenos, histórias lindas sobre a origem do nosso povo. Que não era a Índia nem o Egito, mas as estrelas que brilhavam lá no alto.
Éramos andarilhos das estrelas peregrinando aqui na terra para aprender e para ensinar. Muitas dessas estrelinhas ainda vivem hoje na carne – vivendo como ciganos (poucas, muito raras) e não ciganos (muitas).
Muitos dos nossos já se foram romi* – voltaram para a pátria. E por isso que hoje, dia da Mãe Querida – que o nosso povo honrou como Sara, a Kali - sentiste a tristeza e a saudade.
Mas te digo niña – muitos se foram – mas muitos permanecem.
No astral – como uma grande Kumpania de Luz – continuamos o nosso trabalho. Inspirar a liberdade, a fraternidade e a alegria aos nossos irmãos terrenos. Na carne...como irmãos que se encontram e se reconhecem pelo olhar – independente da cor que trazem na pele ou da raça a que pertencem. Hindus, árabes, moldavias, calons, brasileiros, egípcios ou kalderaches – somos todos irmãos na Luz.
Dia virá romi, que tu irá juntar-te a nós. Mas ainda é tempo de trabalhar na carne.
Por isso niña, não chores. Vista-se de cores e dance...! Toque seu panderito de fitas coloridas – como fazias em terras de Espanha.
Peregrinamos por tantos povos – encarnamos em tantas raças. É tudo aprendizado criança... É tudo evolução.
Hoje tu és uma romli drabarni mamiorri (uma cigana curandeira). Mas tu usas mais as palavras que as ervas. Que elas sejam, pois abençoadas. Que tu possas ajudar muitos a se curarem através delas. Por que a verdadeira cura romi, é a liberdade da alma.
Que Santa Sara abençoe a tu e aos que lerem essas palavras!
Salves
ABUELLITA
Texto escrito por inspiração dia 24 de Maio de 2007 ás 17;00 hrs.
Nota: Abuellita é uma amparadora cigana – ela mesma foi uma puri – a matriarca do grupo cigano a que pertenceu. Ela se plasma bem velhinha – uma abuellita (uma avozinha – muito amorosa e muito sábia). Ela me inspirou esse texto – e confesso a vocês que ainda estou muito emocionada pelo conteúdo. Posto esse texto a pedido dela.
Amor Paz e Luz na estrada de todos! Que Santa Sara abençoe a todos nós!
Irene Carmo Pimenta
www.oficinadeconsciencia.com.br
NOTAS:
Brancuncho – homens brancos (penso que eram os europeus)
tsara - tenda, casa
kumpania – o grupo cigano
puri – a matriarca da tribo
romi – cigana
Texto revisado por: Cris
Avaliação: 5 | Votos: 31
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