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Mente criativa

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Autor José Diney Matos

Assunto Autoconhecimento
Atualizado em 12/9/2005 3:03:23 PM


O próprio ato de pensar nos dá a certeza da existência da mente. E onde há mente há criatividade. Mas ao contrário daquilo que costumamos imaginar, não somos apenas o que pensamos, sentimos e fazemos, em que pese a importância desses eventos em nossas vidas. Se somos capazes de refletir sobre isso, é porque somos dotados de algo mais. Esse algo mais é a mente consciente, aquilo que permite que olhemos para nós mesmos como objetos de análise e reflexão. Então, criar é usar a mente consciente para a geração de conhecimento.

Pode parecer paradoxal, mas a consciência que temos acerca de nós mesmos resulta da angústia existencial acumulada desde o amanhecer da humanidade. Portanto, não há criatividade quando não há angústia. O processo de conscientização que leva à criatividade se dá por meio de dois componentes básicos: memória e consciência. Se tivéssemos o dom da consciência, mas não exercitássemos a memória, não sentiríamos a angústia que alimenta a vontade de conhecer. O drama humano passa pela angústia existencial que resulta da conjugação desses dois fatores, consciência e memória. Este é o paradoxo que propicia a busca pelo conhecimento e gera criatividade.

A questão do conhecimento vem sendo debatida desde os filósofos da antiga Grécia e permanece até hoje. Segundo eles, o mundo não existe para ser plenamente conhecido, até porque isso seria impossível dentro do estreito caminho da razão “a priori”. Portanto não existe a possibilidade de um conhecimento pleno, nem acerca do mundo, nem acerca da natureza humana. O que existe é a possibilidade de alcançar um conhecimento aproximado das ocorrências da vida por meio da utilização do instrumental científico de que dispomos, da percepção aguçada e da capacidade individual para o autoconhecimento e o talento criativo.

O século XX se caracterizou pelo debate, quase histérico, entre os defensores da natureza e os defensores da criação. O embate natureza versus criação, a meu ver, não passa de um falso dilema. A natureza não prevalece sobre a criação e vice-versa. Há décadas a ciência vem debatendo a questão da evolução da espécie e do comportamento humano sob a ótica dessa falsa dicotomia, o que levou o conhecimento científico a impasses inúteis.

Sabemos hoje que o comportamento é parcialmente herdado por meio dos genes, mas isso só ocorre em circunstâncias específicas e sob certas influências ambientais, mesmo porque genética não é destino. Sabemos também que o cérebro humano vem se expandindo ao longo do tempo, visando a adaptação necessária para lidar com a complexidade da evolução biológica, cultural e social do homem. Sem essa expansão não seria dado ao homem criar, acumular conhecimento e utilizar idéias. E não teria sido capaz de inventar atividades vitais à sua sobrevivência e evolução, tais como agricultura, linguagem, escrita, comércio, medicina e tecnologia. Isso nos leva a concluir que os genes não só registram e transmitem experiências e informações, como reagem a essas experiências. Assim, não existe o embate natureza versus criação, mas natureza e criação.

Watson e Skinner criaram, na psicologia, os pressupostos teóricos (empíricos) que afirmam que o homem de fato é uma “tábula rasa”, onde tudo pode ser inscrito. E que tudo no comportamento humano é produto das condições ambientais e de condicionamentos, voluntários ou não. O mesmo conceito foi usado na sociologia por Émile Durkhein, e na antropologia por Franz Boas, visando demonstrar que a mente é moldada pela sociedade e pela cultura, e não o contrário. Trata-se de um determinismo que reduz o homem a mero resultado de processos histórico-culturais. Segundo Durkhein, a causa determinante de um fato cultural deve ser buscada entre os fatos sociais que o precederam, e não entre os estados de consciência individuais. Para Boas, a cultura é um sistema de idéias e valores disseminado pela língua e outras formas de comportamento social, e não por aspectos de natureza individual. Ambos afirmam que o comportamento criativo advém de processos sócio-culturais.

Então qual o papel da mente na criatividade das pessoas? Para os adeptos do behaviorismo existem apenas seres humanos motivados por mentes que buscam permanecer na zona de conforto daquilo que já é conhecido, o que ocorre por meio de mecanismos de condicionamento. Assim, o comportamento criativo sempre é limitado pelas condições ambientais e sócio-culturais.

Minha crença é outra, pois creio que cabe ao homem agir intencionalmente para que suas potencialidades aflorem e a criatividade possa ser exercida, mesmo sob eventuais fatores condicionantes. Esse poder está no cérebro e na mente, e não no ambiente que nos cerca. Capacidade mental e cerebral de um lado, e livre-arbítrio de outro, permitem a atitude individual para o comportamento criativo. As condições ambientais também influenciam, mas não determinam.

Ser criativo é extrair o que de melhor existe nesse mecanismo de trocas construtivas entre cérebro e mente consciente. Por isso o autoconhecimento é tão importante, porque é a partir dele que damos início ao processo de conscientização que abre as portas do nosso potencial criador. Quando cientes de nossas potencialidades utilizamos a mente e o cérebro para extrair o que há de melhor em nós, ou seja, nossos talentos. E assim transformamos criatividade em criação.

José Diney
Educador, consultor de empresas, conferencista e especialista em gestão de pessoas e gestão de carreiras. Fundador e presidente do IBEHI – Instituto Brasileiro de Estudos Humanísticos Integrados - e autor dos livros "Artimanhas do Ego", publicado em 2004, e "Bem-Estar Criativo Para o Sucesso", Editora Saraiva, que acaba de chegar às livrarias. Esta obra aborda temas ligados à potencialização do desempenho pessoal e profissional e sua relação com o sucesso e a qualidade de vida.

Texto revisado por Cris

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