MIRAGENS NA MINHA JANELA...
Autor Claudette Grazziotin
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 01/12/2006 03:52:56
Convalescendo no corpo,
pela dor do coração,
a tarde de primavera
sentindo minha solidão,
do meu quarto, na janela,
desenha uma linda tela
com a magia de sua mão.
Para espantar minha tristeza,
o vento vem ajudar
e salpica alvas nuvens,
fofinhas como algodão
que só querem me alegrar,
anseiam ver no meu rosto
largo sorriso brilhar.
Da minha cama, silenciosa,
vejo uma imagem chegar
e com sua beleza rara,
inunda meu triste olhar.
Encantadas cerejeiras,
cobrem de flores, meu leito,
vêm aqui desabrochar.
Um aroma delicado,
todo meu corpo perfuma;
me vestem com sua seda
e organza de suaves cores,
bailam qual gotas de chuva
leves como uma pluma.
Só vejo que chega a noite
quando as cerejeiras e suas flores,
a lua banha de prata
e beija suave minha mão.
Seca, com sua luz, minha lágrima
e pacifica minhas dores
com uma antiga canção.
Desvanecem-se os sonhos
de ilusões envidraçadas,
vão-se as cerejeiras em flor!
Fico só com minha saudade.
A lua faz sentinela
debruçada em minha janela,
vendo que sofro de amor!
Ilustração: Jeune fille a la fenêtre, Tamara de Lempicka
Texto revisado por Cris
Avaliação: 5 | Votos: 6
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