Monogamia- até que a morte os separe ?
Autor Silvana Giudice
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 12/2/2011 5:29:41 PM
Recentemente assisti uma entrevista com o autor de MONOGAMIA- o psiquiatra Adam Phillips, que me fez lembrar que suas teorias vão de encontro com muitas coisas que sempre pensei, vivenciei , compartilhei com clientes e até escrevi em muitos de meus artigos sobre a dificuldade que o os seres humanos encontram em serem fiéis, e mais- de permanecerem assim, até que a morte os separe!
Phillips diz- "O que amamos e odiamos num casamento feliz é ver nossos primeiros desejos e medos acontecendo na vida real"
Nossa relação quando criança, até mais ou menos 11, 15 anos é basicamente monogamica, ou seja conectada com a mãe ou o pai.
Quando crescemos nossa necessidade e capacidade é de se relacionar com várias pessoas, entretanto é poderoso ainda nosso apego a este primeiro tipo de relação- a monogamica.
Queremos é claro uma relação de fidelidade, mas desejamos coisas proibidas, e não sabemos que queremos, muito menos que somos capazes de lidar com elas.
É real a sociedade sem a possibilidade de infidelidade? Como posso me obrigar a ser tudo para o outro?
Como posso esperar que o outro seja tudo para mim?
A pressão perigosa entre os casais é a monogamia acabar com o desejo e virar uma prisão, uma obrigação.
Claro que para alguns a fidelidade é uma forma de viver e um desejo genuíno, mas afirmar que é a unica forma boa de relação para todos também é uma hipocrisia! Há de se levar em conta que a fórmula "felizes para sempre" pode ser enganosa tanto quanto a achar que a pessoa que não se prende a ninguém é livre.
Muitos escolhem a monogamia por exemplo como uma forma de viver sem correr riscos. Certo? Errado!
Riscos, mesmo assim sempre existirão....
Numa relação monogamica cada parceiro sabe e não sabe muitas coisas sobre o outro. Além disso temos que contar que o ser humano é imprevisível até para ele mesmo.
Podemos até tentar e jurar fidelidade eterna, mas e dai? Quem se garante ou atira a primeira pedra?
Quantos não provaram que a carne é fraca?
Os romances e o cinema que o digam! As histórias mais famosas, verdadeiras e muitas delas até trágicas se defrontaram com o adultério. Quem sabe porque os autores acreditassem que escrever histórias monogamicas fosse algo tedioso demais...
A verdade é que num relacionamento precisamos criar algo que nos ajude a viver e nos sentirmos vivos...E nesse sentido "cada um" sabe o que é melhor para sí e "cada dois ou tres" fazem a sua história- fiel ou infiel, feliz ou infeliz!
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