Movimentos reativos!
Autor Paulo Salvio Antolini
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 2/9/2014 5:18:15 PM
“A reação é sempre posterior a uma ação!”
A grande queixa de executivos por onde tenho passado é de que as pessoas hoje em dia não possuem iniciativa. Para tudo esperam um comando. Em grande parte das vezes esse fato ocorre porque quando tomaram a iniciativa foram criticados e repreendidos. Agora só irão fazer o que for solicitado, é a “lei do vou me garantir”.
Mas isso é muito sério. Tem raízes profundas em nossa educação e que carregamos desde nossa infância. Hoje, as várias correntes educacionais tentam estimular a iniciativa e a criatividade, mas por outro lado, as formas de passarem conceitos de disciplina conflitam e criam inseguranças também muito sérias nas crianças.
A melhor forma de olhar esses fatos é revendo cada um sua própria trajetória. Como foi sua infância e adolescência em relação a isso? Seus pais permitiam que você tivesse iniciativas e tomasse a dianteira de suas ações sem antes passar pela aprovação deles? Ou cada vez que tentava vinha uma enxurrada de criticas e muitas vezes o ter que desfazer o que você já havia iniciado?
Esse assunto revela o porquê de muitas ações tomadas pelos jovens sem o conhecimento dos pais. Caso eles falassem, as criticas e mesmo as tentativas de impedimento seriam intensas. Pois os pais aprenderam a proibir, mais do que conversar e mostrar as possibilidades, as conseqüências. Mesmo hoje, onde se fala tanto de comunicação com os jovens, o que prevalece no final é o “eu sei o que estou dizendo, você faça o que estou mandando”. Há sim outro comportamento, alguns pais dizem: “Está bom, então se vira”, deixando o filho desorientado e inseguro, pois já foi avisado que não terá nenhum suporte.
A criança torna-se jovem e logo um adulto. Precisa agora “dar conta” de sua vida. Ter seus objetivos e buscar atingi-los, mas aí se manifesta sem aparecer claramente as inseguranças e ameaças vividas no passado. A pessoa quer, mas não vai atrás. Ela aponta a direção, mas não dá os passos necessários. Fica esperando que algo ou alguém dê o comando, aí a vida passa a reger a ação de cada um. E esse “cada um” passa então a reagir.
É muito comum as pessoas verem que necessitam fazer algo, por exemplo, uma conta a ser paga e que não se tem o dinheiro, e em vez de se adiantarem e irem até o credor negociar, deixam a data chegar, o credor acionar o débito para ai sim, saírem correndo tentando uma prorrogação de prazo ou mesmo um parcelamento. Outro exemplo? Ocorre algo que deve ser contado a alguém, mas a pessoa não o faz por receio da reação. Deixa com que a situação venha à tona por si só. Depois fica pedindo desculpas por não ter feito, por não ter dito.
Observem como são chamadas as pessoas que tomam a iniciativa.: “Caras de pau”. Só porque vão atrás do que desejam.
O mundo está sempre em transformação. Esse é um momento onde as seguranças e estabilidades já não se garantem. Nos trabalhos, cada vez mais se faz necessário o auto-domínio e a capacidade de ação. Aquele que fica esperando para reagir, ou seja, agir após um comando fica para traz. Os resultados que se conquista estão vinculados às ações tidas e não às reações. As reações propiciam tentativas de “conserto” de rumo, não o rumo.
Deixar o medo (muitas vezes ao assumido), o orgulho (idem) de lado e iniciar seu próprio movimento em direção ao que se pretende é o que se faz necessário para a conquista de seus objetivos. Não ficar parado esperando que as coisas aconteçam, mas fazer com que elas aconteçam faz toda a diferença.
Quem é reativo possui uma grande resistência as situações, resistência essa que “imobiliza”, tira a flexibilidade e mobilidade necessária para se fazer presente e direcionador de seu próprio destino.
Ter abertura para ser você mesmo, sem vergonha ou constrangimento, sem receio de julgamentos. O termo moderno é ser pró-ativo.
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