MUDANÇA DE MARÉ
Autor Christina Nunes
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 3/18/2005 9:03:48 PM
Fazemos parte da natureza de Deus. Suas lições são sublimes, nada obstante sutis. No nosso trajeto evolutivo deveríamos atentar, como o faziam os antigos oráculos, para os ensinamentos inerentes à Vida, capazes de nos guiar seguramente no caminho do nosso progresso rumo às luzes íntimas, com a mesma suavidade e naturalidade das vagas mansas de um mar verde e límpido, investindo incessantemente nas areias lavadas da manhã.
Alguém, certa vez, comentou que grandes seres presentes entre nós, muitas vezes no mais absoluto anonimato, desempenham papéis de subida relevância no auxílio do despertar dos que lutam e enfrentam, nas várias vidas, os desafios de auto-burilamento neste mundo.
Descem aos grilhões da carne; compartilham conosco de todos os incômodos, e da aspereza própria de um orbe ainda imerso em pleno estágio de purgação e, somente pela influência poderosa e purificada de suas energias, saneiam uma atmosfera inteira, em larga proporção. Sem nenhum estardalhaço; sem púlpitos, cátedras, discursos, ou atuação pública ostensiva - apenas vibrando na alta freqüência de sua realidade interior, alguém desconhecido vem, e beneficia povos inteiros, alheio a expressões de reconhecimento, a aplausos e a benesses. Sem provocar alarido, pousam temporariamente no chão das iniqüidades planetárias próprias deste período no mundo, com suas sublimes asas de energia imaculada. E daqui se esvaem, e tudo que talvez possa ser sentido seja aquilo que se assemelhe a uma mudança sutil de maré. Uma transformação aparentemente tênue - qualitativa - que, pouco a pouco, dá aos seres a consciência de um ambiente purificado, e que se evidencia tão gradativamente como as mudanças de estação, de modo quase imperceptível.
Assim age a natureza, e assim atuam esses seres, perfeitamente sintonizados no ritmo da harmonia divina, regente da totalidade da Vida. Semelhante às mudanças de estação e das marés, onde nada é brusco - o verão não sufoca o inverno anterior com repentinos cinqüenta graus de calor à sombra, salvo em situação ostensiva de desequilíbrio climático, e as marés não revertem de norte a sudoeste com a impetuosidade de uma borrasca. Assim também se dá o despertar da consciência dos povos em revolução evolutiva sobre a face da Terra.
Torna-se necessário e imperativo, portanto, que, aqueles que se vêem mais acima nos degraus da escada infinita ajam em consciência e em sintonia com a sabedoria inerente nas coisas de Deus: sem espezinhar, sem oprimir e sem exigir da fruta ainda distanciada do amadurecimento adequado o néctar saboroso, conseqüênte do tratamento paulatino, porém infalível, que os ritmos naturais lhe facultarão no devido tempo.
A necessidade de discorrer sobre este assunto brota da constatação inequívoca de um erro de julgamento na atitude de muitos que se situam na vanguarda das informações disponíveis nos dias que correm, sobre o despertar da consciência rumo às dimensões mais altas da existência. Sub-repticiamente, é verdade, mas de maneira inegável. Nada obstante muitas vezes bem intencionados, incorrem no engano de que devem despertar, a toque de caixa, para níveis superiores de entendimento, mentes ainda incipientes e que pedem, no seu atual estágio de vivências que seguramente as conduzirão a patamares mais elevados, não as claridades ofuscantes dos Mestres Ascensionados, mas talvez que ainda, apenas, os prodígios benéficos de intenções das rezadeiras.
Já um sábio adágio nos afiança, de há muito, que a Natureza não dá saltos. Os sucessos vinculados à evolução espiritual de todos, obedientes a este princípio, seguramente também não; e, mesmo nas leis divinas, o princípio do livre arbítrio é soberanamente respeitado, para que maior glória resida no mérito posterior das nossas conquistas, à caminho da Luz.
Imprescindível se faz a indispensável dose de humildade, que preserve os que estão à frente no entendimento da lastimável falta de visão para a realidade de que cada ser humano é um universo, e de que, muitas vezes, a riqueza interior do indivíduo não se mede tanto pelo que exibe à luz do dia, em termos de falar, de aparentar ou de fazer; mas sim pelo que, na maioria das vezes, reside apenas, e exclusivamente, no santuário inacessível de seu ser, nos recessos desconhecidos do seu alcance de consciência.
Lucilla e Caio Fábio Quinto
"Elysium”
https://www.elysium.com.br
Lucilla é autora do romance psicografado lançado em novembro passado, "O PRETORIANO", pela editora MUNDO MAIOR (www.mundomaior.com.br). Leitura fácil e envolvente, de autoria espiritual de Caio Fabio Quinto, o conteúdo trata de uma das vidas passadas vividas pela médium e pelo seu mentor, na Roma de Júlio César, de cujos exércitos Caio foi um dos comandantes, narrando lances de convivência no cotidiano dos personagens, ricos de ensinamentos ilustrativos da Codificação Espírita de Kardec, das leis de causa e efeito, e do aprendizado espiritual que a todos nós envolve no decorrer do nosso trajeto evolutivo durante as reencarnações terrenas. Os direitos autorais estão revertidos às obras assistenciais da FUNDAÇÃO ANDRÉ LUIZ, no amparo aos deficientes e crianças carentes.
Aos interessados, maiores informações para compra no site da editora, ou no da FUNDAÇÃO ESPÍRITA ANDRÉ LUIZ: link
Texto revisado por Cris
Avaliação: 5 | Votos: 18
Chris Mohammed (Christina Nunes) é escritora com doze romances espiritualistas publicados. Identificada de longa data com o Sufismo, abraçou o Islam, e hoje escreve em livre criação, sem o que define com humor como as tornozeleiras eletrônicas dos compromissos da carreira de uma escritora profissional. Também é musicista nas horas vagas. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |
