NADA ESTÁ PERDIDO
Autor Merit Rabanés
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 10/6/2005 2:26:38 AM
Tenho entrado em contato com minhas verdades, aquelas que ficam escondidas nos escaninhos da mente; verdades que são semelhantes às da maioria de meus clientes, que também as escondem, deixando para depois uma possível resolução. É um processo de defesa, muitas vezes inconsciente.
Nada está perdido. Nem o tempo foi perdido. Mesmo quando achamos que não estamos fazendo algo que gostaríamos, o tempo não foi perdido. O tempo foi usado. Nem quando se está num leito de dor, num hospital, num asilo, num orfanato, o tempo está perdido.
Quando aprendermos, efetivamente, que mesmo doentes estamos usando o tempo que nos foi dado para esta atual vida, muito diminuiremos nosso sofrimento, porque deixaremos de querer fazer o que não nos é possível naquele momento.
Queremos mas não podemos. Restrições e limitações, que não podem ser transpostas apenas com nossa vontade, devem ser encaradas e aceitas como obstáculos importantes que devem ser vividas. Apenas quando aceitamos o obstáculo como atividade importante a ser compreendida e superada (quando possível) nos rendemos ao não sofrimento.
Na medida em que queremos mas não podermos ter e fazer o que o nosso vizinho tem e faz, o que o nosso colega tem e faz, o que o nosso filho tem e faz, desperdiçamos muita energia e acreditamos que perdemos nosso tempo quando, na verdade, apenas optamos em usá-lo desejando algo que não está ao nosso alcance.
Não é difícil estabelecer metas. É difícil aceitar que algumas delas não poderão ser conseguidas. Precisamos entender que, ainda assim, nada está perdido. Que ainda assim, nosso tempo não foi perdido. Ouço muito a expressão "perdi tanto tempo com aquilo", "perdi muito tempo com ele". A verdade é que usamos nosso tempo com más escolhas, usamos nosso tempo em longas hesitações, em longas divagações, em longas ilusões. Mas nosso tempo não foi perdido. "Temos todo tempo do mundo..." Renato Russo.
Outra reclamação usual é a de que "o tempo está passando e eu estou sozinha", "quero constituir família, ter filhos", "sou carente, também preciso de beijos e de abraços", "preciso galgar mais um degrau lá na empresa". Tudo é ter mais, fazer mais, referenciais que temos ganho ao longo dos tempos, das gerações e que deixam de ser metas importantes em nossa vida para se tornarem motivos de sofrimento, de dor, de frustração.
Porque a mulher bonita e inteligente, que tem uma excelente carreira profissional quer tanto casar e ter filhos? Quem lhe garantirá que isso lhe trará a felicidade que tanto sonha? Porque a mulher de 46 anos vê o tempo passar e se acredita sozinha? Quem lhe garantirá que ter um companheiro será sinônimo de felicidade? Porque a pessoa que se reconhece carente e deseja beijos e abraços acredita que beijos e abraços lhe trarão satisfação? Quem garante àquele que quer um posto melhor em seu trabalho, que isto o fará mais feliz? Posto maior, responsabilidade maior. Talvez, sim, a felicidade. Talvez não.
Não os estou estimulando à desistência de seus sonhos, de seus objetivos. Estou falando sobre ter consciência do tempo que estão usando. Seja lá como for, o tempo está sendo usado. Ainda que acreditemos ter errado, ter usado mal o tempo, ainda assim ele não está perdido. Mesmo nas situações em que deliberadamente erramos, usamos o tempo para entender, posteriormente, que não agimos bem e que podemos, sempre, reconstruir o que destruimos e aprendermos a lição.
Nada está perdido. Confie. Confie na providência divina, confie em você, confie nos sinais que o tempo nos envia. O Universo sempre nos dá um sorrido e murmura um "oi" bem humorado. Somos nós que, acreditando estar desfavorecidos, não percebemos o quanto estamos sendo abençoados.
Texto revisado por Cris
Avaliação: 5 | Votos: 43
Visite o Site do autor e leia mais artigos.. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |
