NÃO ESTAMOS DANDO A DEVIDA ATENÇÃO À NOSSA SAÚDE
Autor Rubens Mario Mazzini Rodrigues
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 4/3/2006 12:42:11 PM
A falta de atenção à saúde pela maioria das pessoas é o fator isolado mais importante para nossa saúde geral. A maioria sabe disso na teoria, mas não põe em prática esse conhecimento. O conhecimento não aplicado de pouco nos serve. A maioria de nós não procura criar sua saúde de forma ativa, mas aprnas reage à medida que apresenta manifestações dessa falta de cuidado, que são os primeiros sinais e sintomas de doença.
Estudos recentes demonstram que 50% de todas as mortes e 70% de todas as doenças são auto infligidas. Isso significa que essas doenças poderiam ser evitadas e que a morte não precisaria ocorrer devido a essas causas. E quais são essas causas? Elas podem todas ser atribuidas a uma única categoria: falta de auto-cuidado. Mais especificamente, alimentação inadequada, sedentarismo, uso de tabaco e abuso de bebidas alcoólicas. E, também, hábitos estilos de vida que levam ao estresse crônico, excessivo e desnecessário. O estresse é uma das principais causas de doença crônica, 40% da população atualmente sofre de alguma doença crônica, sendo que a tendência é de que isso apenas piore cada vez mais, caso se mantenha o nosso atual estilo de vida. Por definição, doenças crônicas são aquelas para as quais a medicina atual não tem uma cura definitiva. Isso inclui doenças cardíacas, hipertenção, câncer, asma, artrite, enxaquecas, diabetes, esclerose múltipla, colite ulcerativa, doenças da tireóide, transtornos de ansiedade, síndrome do pânico, depressão, doença de Alzheimer e Parkinson, entre outras - doenças terríveis que perduram por anos a fio, caudando dor e sofrimento.
Cerca de 69% de todas as admissões hospitalares se dão em função do tratamento dessas doenças crônicas. E, infelizmente, na maioria das vezes, tudo o que os hospitais podem oferecer são tratamentos paliativos. Poucos dos serviços de saúde oferecem abordagens que visam as causas dessas doenças, embora todos eles saibam quais são as causas, tanto quanto a maioria das pessoas que estão sofrendo dessas doenças. Aquilo que costumamos chamar de sistema de saúde é na verdade um "sistema de tratamento de doenças", que trata de cuidar pessoas já doentes e faz muito pouco ou quase nada para cuidar das pessoas enquanto ainda estão saudáveis, para ajudá-las a manter sua boa saúde e melhorar sua qualidade de vida, embora essa seja a melhor forma de efetivamente melhorar os níveis de saúde da população e diminuir os custos com os cuidados médicos com as doenças já instaladas. A prioridade ainda tem sido colocada no tratamento das doenças e não na prevenção das mesmas. A maior evidência disso é o fato de que menos de 1% do orçamento da saúde é dedicado à prevenção. Em suma, o que é necessário aqui é educação e persuasão - através das evidências - no sentido de uma mudança geral de mentalidade e consciência em relação ao que seja cuidado com a saúde.
A maioria das pessoas que se julgam informadas e conscientes, até mesmo boa parte do profissionais de saúde, não estão suficientemente conscientizadas a ponto de realmente tomarem os devidos cuidados com sua saúde para evitarem o adoecimento. Uma das conseqüências disso é que boa parte da população não está mais confiando no sistema de saúde tradicional e está buscando ajuda nas terapias alternativas ou complementares, as quais colocam mais ênfase na prevenção do que no tratamento das doenças. Isso demonstra que boa parte da população está mais consciente da necessidade de buscar formas alternativas de cuidados com a saúde do que o próprio sistema de saúde tradicional e oficial. O risco disso, no entanto, é que muitos acabam caindo em mãos de pessoas sem um preparo e habilitação adequados, umas vez que muitas das atividades desse tipo ainda não estão devidamente regulamentadas.
Em boa medida, o sistema de saúde está voltado para a doença por que a doença é muito mais lucrativa do que a saúde. É preciso um gasto muito maior para tratar doenças do que para prevení-las. Os laboratórios farmacêuticos estão muito mais empenhados em desenvolver medicamentos para tratar doenças do que para prevení-las. É não é de interesse deles que os Estado invista em prevenção, para eles quanto mais doença e doentes melhor. Da mesma forma para a indústria de equipamentos bio-médicos. O que é necessário para mudar esse estado de coisas é um comprometimento maior de todos com a saúde ao invés de com a doença: se você se tornou um fumante, deve querer parar; se você costuma abusar das bebidas alcoólicas, deve querer limitar o seu uso a níveis saudáveis; se você tem uma dieta inadequada, deve querer cortar os excessos e suprir as deficiências; se você é sedentário, deve querer se engajar em um programa de exercícios regulares e bem orientados; se você se sente pressionado, irritado e estressado a maior parte do tempo, deve querer adotar um estilo de vida mais satisfatório e saudável; se você é ansioso, deprimido e sujeito a crises de pânico deve querer cultivar práticas capazes de compensar os efeitos do estresse e acalmar a ansiedade e não apenas apelar para o uso de remédios em doses crescentes.
Também é preciso levarmos em conta um terceiro aspecto da saúde muitas vezes negligenciado, a saúde espiritual. Como o ser humano é dotado de corpo, mente e espírito, essas três instâncias necessitam de uma atenção equilibrada para que o bom estado de saúde seja mantido. Nosso planeta é habitado por seres sencientes, em sua maioria, de natureza bastante primitiva ainda. O que separa os seres mais primitivos dos mais evoluídos é o tipo particular de comportamento, a atitude geral perante a vida. Os tipos menos evoluídos enxergam mas não vêem, observam mas não se tornam conscientes, são ensinados mas não aprendem, fazem de conta que entendem mas não praticam, negam a realidade, exercem em grande medida o auto-engano. Isso é particularmente verdadeiro no que se refere aos cuidados com a saúde.
É preciso pois, também, uma conversão espiritual. Muitas das pessoas que se dizem religiosas ou espirtualistas não suficientemente conscientizadas da necessidade dos cuidados com o próprio corpo. Muitas das pessoas que se dizem religiosas ou espirtualistas não suficientemente conscientizadas da necessidade dos cuidados com o próprio corpo. Muitas exercem sua religiosidade ou espiritualidade de forma superficial ou simplesmente seguem dogmas prescritos por autoridades religiosas ou gurus esprituais apenas para aliviar suas consciências esperando milagres que possam sanar de forma mágica as conseqüências danosas (doenças) de seus estilos de vida inadequados. Se realmente queremos evoluir como espécie precisamos tomar o primeiro e mais elementar passo no processo evolucionário: manter-nos vivos, com boa saúde e por mais tempo.
Várias técnicas antes apenas empíricas atualmente têm seus efeitos terapêuticos comprovados por estudos cientificamente controlados, como é o caso dos efeitos da prática de Yoga e da meditação para melhor de transtornos de ansiedade, depressão e compensação das conseqüências do estresse.
Em suma, é preciso haver uma consciência e atuação efetiva em relação a todos os fatores causadores de doença para nos mantermos saudáveis ao invés ignorá-los até ficarmos doentes para, só então, buscar assistência curativa para as doenças já manifestas.
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