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Não quero mais sofrer...

Atualizado dia 10/4/2007 1:28:26 PM em Autoconhecimento
por Maria Silvia Orlovas


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Recebi Tânia no meu espaço aqui em São Paulo esbaforida porque havia chegado atrasada para a consulta e, talvez, justamente pela agitação foi colocando tudo o que sentia muito rápido e sem reservas, pois normalmente as pessoas não falam muito de si mesmas num primeiro encontro. Acho isso até natural porque querem ter segurança que serão respeitadas em suas colocações.

Tânia, porém, foi clara dizendo que não queria mais sofrer, que estava me procurando para pôr um fim no sofrimento já que ela entendia que se soubesse a causa do sofrimento poderia dele se libertar. Expliquei para Tânia que nem sempre as coisas que nos perturbam são assim tão simples de serem resolvidas, porque em princípio, nem tudo depende de nós. Se por acaso sofremos pelas atitudes das pessoas à nossa volta, pela falta de um amor, ou até mesmo porque enfrentamos uma situação financeira difícil não há um fim do sofrimento apenas conhecendo as causas. Aliás, muitas vezes já sabemos exatamente porque sofremos e mesmo tendo a consciência racional do sofrimento não conseguimos nos livrar dele.

Acho que a maioria dos leitores se recorda de um livro sobre “inteligência emocional” (de Daniel Goleman) que foi um best seller. De fato precisamos usar nossa inteligência emocional, mas isso não é tão fácil de fazer como poderíamos imaginar. Acho que o mais correto seria até pensar em equilíbrio emocional, e dentro deste objetivo que todos deveríamos ter de alcançar um equilíbrio em nossas emoções conseguiríamos desenvolver essa inteligência.

Como praticante de meditação, orações, mantras e tendo vivido há muitos anos pesquisando sobre a prática, posso dizer que aprendemos e melhoramos nosso comportamento no mundo objetivo quando acalmamos nossas emoções. Parece que a mente se expande e ganhamos mais compreensão sobre os fatos da vida. Porém, não é fácil conviver com o sofrimento quando ele nos encontra. Ninguém gosta de sofrer e muitos de nós desejamos simplesmente se livrar dele sem ponderar na causa. Seria como cortar as folhas mas não retirar a raiz...
De que adiantaria isso?
Tânia imaginava que encontraria em Vidas Passadas as causas do sofrimento. De fato, as vidas que vieram na nossa sessão mostravam aprisionamento de energia, sentimentos de rejeição e desafeto. Porém, conversando com ela no final do nosso primeiro encontro quis alertá-la para o fato de que é importante mudar sua conduta agora.
Ela que havia sido em vidas passadas uma mulher submissa à vontade do marido e dos filhos, que tinha se casado com um homem escolhido pelos pais, como era costume na época, hoje queria escolher os seus passos e ser livre. Nessa história de escolher seus caminhos, muitas vezes se desencantou com as pessoas e suas atitudes. Seu último namorado, então, tinha sido um verdadeiro desastre.
Conversando um pouco melhor, ela me confidenciou que teve um filho com ele e que depois disso ele desaparecera da vida dela.

Nessa altura da conversa, foi ficando claro para mim que essa moça queria ser feliz mudando as atitudes das pessoas. Era uma mulher bonita e atraente, tinha um coração lindo, mas não observava corretamente as atitudes do mundo à sua volta. Sua energia de luz e amor era tão intensa que ela queria impor o seu ritmo às pessoas e o que acontecia eram constantes desilusões.

Falei para ela que era importante tirar o véu de maya da frente dos seus olhos. Esclareci que é fundamental enxergarmos quem são as pessoas, o mundo à nossa volta... Como ela era generosa e expansiva, fazia tudo para as pessoas, e sempre atraía amigos, colegas que precisavam da sua ajuda. Aí ela se sentia importante, cuidava da pessoa, levantava o astral dos outros e, quando as pessoas estavam melhores e mostravam suas verdadeiras tendências, ela sofria horrivelmente com a decepção.
Lembrei da importância de se abrir para os diálogos porque ficou claro que ela, na ânsia de ser uma pessoa legal, otimista, participativa, fixava-se apenas nas coisas boas do outro, deixando de lado e sublimando as atitudes que sinalizavam egoísmo, descaso com os demais, etc.

Sugeri que ela começasse observando como seus amigos, namorados, colegas tratavam pessoas subalternas, como por exemplo, garçons... Parece ridículo, mas muita gente trata mal atendentes de loja, garçons, caixas de supermercado ou olhadores de carro... Por que tratar mal essas pessoas?
Será que existe algo que justifique não respeitar alguém que está trabalhando para servir você?
E se essa pessoa trata mal quem está a seu serviço como ela ou ele lhe trataria quando estiver contrariado???
Na verdade, são pequenos sinais que nos dão respostas importantes sobre o comportamento do outro.

Pessoalmente, acho que a espiritualidade é observada nas ações diárias e não apenas em rituais religiosos. Somos o que somos o tempo todo.
E nós que queremos nos livrar do sofrimento entendendo as pessoas, também devemos entender nossas atitudes, porque o sofrimento nasce em nós. Às vezes o outro, o mundo nos magoa e nos faz sofrer muito... Porém, o sofrimento é uma resposta do nosso ser às coisas que nos são oferecidas como aprendizado.

Como qualquer outra pessoa, não gosto de aprender com a dor, mas tenho tentado pôr em prática aquilo que aprendo com os Mestres de Luz. Eles ensinam que o sofrimento nasce de uma profunda contrariedade em aceitar o que o mundo nos oferece. Assim que fazemos as pazes com esses “presentes”, aceitando a vida como ela se revela, deixamos de sofrer. Para este importante movimento se consolidar como mais uma força no nosso caráter, temos que colocar nossa mente expansiva em prática:
Olhar o outro como ele é. Olhar a vida como ela é. Mudar o que for possível e aceitar o que nos cabe.

Paz e Luz no coração de todos vocês...

Convido você a participar do meu Grupo de Meditação que acontece todas as quartas feiras às 20:30 hs. Não esqueça de trazer sua doação de alimentos que enviamos para entidades carentes que ajudamos sustentar. Fazer o bem aos demais auxilia nosso crescimento espiritual. Participe!

Texto revisado por: Cris

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Conteúdo desenvolvido por: Maria Silvia Orlovas   
Maria Silvia Orlovas é uma forte sensitiva que possui um dom muito especial de ver as vidas passadas das pessoas à sua volta e receber orientações dos seus mentores.
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