NEUROSES
Autor Sylvio Alipio Pinto Filho
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 3/9/2007 6:45:54 PM
NEUROSES
A personalidade evolui, da infância à maturidade, segundo um curso que, ao ser perturbado, gera as neuroses. Essa evolução se processa a partir de impulsos biológicos, a princípio ligados a funções vitais como a alimentação ou a excreção, por exemplo, e que por fim se organizam numa síntese sob a primazia dos genitais. As neuroses são distúrbios do desenvolvimento da personalidade devidos a fixações e regressões.
Em geral elas comportam sérios transtornos da afetividade que cursam sem alterações do juízo de realidade. A Psicanálise as entende devidas às vicissitudes experimentadas pelos impulsos reprimidos da sexualidade. Mantendo formas infantis, esses impulsos dariam origem a conflitos com as partes adquiridas da personalidade (ego e superego), os quais originam sintomas e formações do caráter. Para entender esse pensamento há que se compreender a idéia que a Psicanálise tem da sexualidade e da sua evolução, desde suas manifestações infantis até sua forma adulta. Embora esse ponto seja central à Psicanálise, ele é também um dos mais mal entendidos. Para começar, deve-se distinguir genitalidade de sexualidade.
Quando o leigo se refere à sexualidade geralmente tem em vista apenas o exercício genital do sexo e a focalização do prazer sobre os órgãos genitais. No entanto, Freud afirmou que “em psicanálise o conceito do que é sexual abrange bem mais: ele vai mais abaixo e também mais acima do que seu sentido popular. Essa extensão se justifica geneticamente. Reconhecemos pertencer à ‘vida sexual’ todos os sentimentos ternos que têm os impulsos sexuais como fonte. Por isso, preferimos falar em psicossexualidade, colocando ênfase em que o fator mental não deve ser desdenhado ou subestimado. Usamos a palavra ‘sexualidade’ no mesmo sentido compreensivo que aquele em que a língua alemã usa a palavra lieben [‘amar’]. Temos considerado desde muito que pode existir a ausência de satisfação mental mesmo se não há falta de relações sexuais e como terapêutas sempre temos em mente que as tendências sexuais insatisfeitas podem encontrar apenas uma derivação muito inadequada no coito ou em outros atos sexuais.
A genitalidade é apenas o ponto de culminância da sexualidade, depois que ela passa por uma evolução que parte de impulsos ligados a funções vitais.
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