NO DIA DAS CRIANÇAS - UMA REFLEXÃO
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Autor Christina Nunes
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 10/8/2004 8:51:15 PM
Em todo "Dia das Crianças" observo a mesma apoteose promovida pelo comércio, na exibição da profusão infinda daqueles produtos que, na linguagem indutora do consumo, "fazem a alegria das crianças". E todo ano, em decorrência, nesta mesma época, algo me soa terrívelmente mal.
Tenho filhos pequenos, em idade escolar. E creio que a todos aqueles mais sensíveis, que compartilham a experiência da dispensação do verdadeiro amor, comungando o mesmo gênero de preocupações nas tarefas diárias da educação, não passa despercebida a gritante incongruência de que, a despeito de todas as maravilhas da indústria do entretenimento, algo falta; nossas crianças teriam tudo para responder maravilhosamente aos nossos melhores empenhos e ideais na formação de seu caráter e personalidade, se para isto apenas bastasse presenteá-los abundantemente com as novidades de última geração do dia, que abarrotam as prateleiras das lojas de brinquedos. Mas por que será que a realidade não se dá exatamente assim?
Por vezes, aflitos, sentimos nos nossos filhos uma projeção brutal do desassossego que grassa assim, tão impetuosamente, apenas no mundo adulto, em decorrência da sobrecarga de ansiedade e de responsabilidades que assoberbam as nossas horas, no desempenho múltiplo dos nossos compromissos. Entretanto, presenciamos o espetáculo lastimável das nossas crianças supostamente "bem criadas" pejadas já, na idade mais incipiente, do nervosismo, da insubordinação crônica que atesta patente dificuldade no reconhecimento dos limites e do respeito ao espaço e aos direitos do outro; pequenos frequentando à mão cheia os consultórios dos psicólogos porque os pais, desnorteados, de dentro da mudança brusca do contexto de vida das últimas décadas, a lhes cobrar, impiedosamente um afastamento imperativo de um laço mais estreito na tarefa de educá-los, arrastados pelas exigências comezinhas de sobrevivência, se perdem na definição da diretriz mais adequada para orientá-los de dentro de uma mentalidade e de um padrão de conduta mais salutar, mais desapegado do rítmo frenético e estressante, draconiano, característico da nossa vida rotineira.
Os terapeutas competentes se esmeram e fazem o melhor que podem; no entanto, uma data como este "dia das crianças" nos faculta repensar, neste contexto, qual seria o melhor presente a oferecer aos nossos filhos; à criança maleável e confiante que, de dentro da sua visão franca e despojada dos acontecimentos, se alegra incondicionalmente com tudo o que aqueles que lhes são mais próximos afetivamente lhes oferecem, na intenção sincera de um agrado e de uma demonstração de amor que talvez fosse mais eficiente, mais preciosa nos seus resultados, no caso de um presente diferente: um presente que lhes proporcionasse a visão do quanto vale mais "ser" do que "ter"!
Ao observar tantos pequenos irritadiços, carentes de uma expressão afetiva mais calorosa para com o mundo que os cerca, reproduzindo de modo tão igual e lamentável as mazelas emocionais da vida adulta, que fustiga os nossos tempos com os cumes do tão propalado "stress", é de se refletir se não se faz urgente aproveitarmos o "quadro branco" que é o íntimo da criança a ser moldada para defrontá-la com o verdadeiro presente, tão menosprezado e ofuscado pelos investimentos de interesses materiais da hora difícil que passa para a humanidade: os valores excelsos da existência. Ofertar-lhe amor: abraços estreitos, mas entremeados da orientação firme e bem conduzida, rumo ao reconhecimento da necessidade de superação das suas por enquanto ainda pequenas dificuldades; levá-los à apreciação devida dos dons de Deus no cerne da própria vida, por meio da admiração e do respeito pelas obras magníficas da Criação; convidá-los à contemplação entusiasmada de um por do sol na beira de uma praia, do presente visual ofertado pelos canteiros e jardins; a alegria incomparável do cultivo do bem viver com os semelhantes, na hora em que colhemos os frutos luminosos da harmonia pacífica e da verdadeira amizade, pautada no respeito, na compaixão e no amor pelo próximo.
Presentes naturais para a criança, tão naturais e espontâneos como elas o são; tão autênticos na sua expressão como são os risos cristalinos dos pequenos quando correm com alvoroço na linha das praias embaladas pelo ir e vir das ondas.
Coisas assim seriam presente inestimável, não só no dia das crianças, como durante todo o ano; presente nascido de uma atitude amorosa, conduzindo à construção de seres humanos capazes de se abastecer, a qualquer tempo, da mais nobre expressão de felicidade: daquela que tira do próprio manancial da Criação divina, habitante de cada um de nós, tudo aquilo de que necessita para a sua realização, apagando assim, de uma vez por todas, a perigosa ilusão alimentada pela nossa era consumista de que o valor de um ser humano reside apenas na proporção do que possa ter, ou vir a adquirir no futuro, levando os seres ao esquecimento fatal de que o desejo do externo é um poço sem fundo, cujo vazio jamais é preenchido, cobrando sempre mais. Por uma única razão: porque é feito de ilusões. Das miragens que se esvanescem rapidamente no tempo, distanciando-nos da essência luminosa do nosso ser, a única coisa capaz de nos satisfazer, em abundância, na nossa ânsia de alegria e de paz.
Que em todos os dias, às nossas crianças ofertemos o melhor presente: amor, o extrato da essência da vida divina. Beijos, atenção, carinho, flores e natureza, segurança e paz. Um porto seguro que lhes valha no decorrer de toda a fugaz experiência terrena, e também depois, no mais além.
Com amor,
Lucilla e Caio Fábio Quinto
"Elysium"
https://elysium.com.br
Lucilla é autora do romance psicografado lançado este mês, "O PRETORIANO", pela editora MUNDO MAIOR (www.mundomaior.com.br). Leitura fácil e envolvente, de autoria espiritual de Caio Fabio Quinto, o conteúdo trata de uma das vidas passadas vividas pela médium e pelo seu mentor, na Roma de Júlio César, de cujos exércitos Caio foi um dos comandantes, narrando lances de convivência no cotidiano dos personagens, ricos de ensinamentos ilustrativos da Codificação Espírita de Kardec, das leis de causa e efeito, e do aprendizado espiritual que a todos nós envolve no decorrer do nosso trajeto evolutivo durante as reencarnações terrenas.
Os direitos autorais estão revertidos às obras assistenciais da FUNDAÇÃO ANDRÉ LUIZ, no amparo aos deficientes.
Aos interessados, maiores informações para compra no site da editora, ou no da FUNDAÇÃO ESPÍRITA ANDRÉ LUIZ: link
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Chris Mohammed (Christina Nunes) é escritora com doze romances espiritualistas publicados. Identificada de longa data com o Sufismo, abraçou o Islam, e hoje escreve em livre criação, sem o que define com humor como as tornozeleiras eletrônicas dos compromissos da carreira de uma escritora profissional. Também é musicista nas horas vagas. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |