O MEDO . .parte " I "
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Autor Joäo Virginio Silva
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 9/1/2006 8:29:08 PM
O medo é uma sensação psicológica de pavor, de angústia, de deses pero, é uma sensação que nos paralisa diante os desafios da vida diária. Todo ser humano sente medo, o que difere é a sua profundidade, e a sua reação, uns sentem medo e reagem de uma forma, outros também sentem e reagem de forma diferente, mas, todos temem alguma coisa. O medo existe, isso não podemos negar, mas o medo só existe em relação a alguma coisa que conhecemos, nunca no isolamento. O medo do nada não existe. Algumas pessoas costumam dizer que temem a morte, dizem elas__ tenho muito medo da morte. Mas, isto não é verdade, pois, como posso ter medo da morte se não á conheço, como posso ter medo de uma coisa que não conheço?
Só posso ter medo do que conheço. Quando digo que temo a morte, estarei realmente com medo do desconhecido que é a morte, ou estarei com medo de perder, medo de deixar as coisas que conheço. Não tenho medo da morte e sim o medo de perder as ligações com as coisas que me pertencem. Meu medo está sempre em relação com as coisas que conheço, e não com as coisas desconhecidas para mim. Temos medo daquilo que conhecemos, temos medo de perder a nossa família, a nossa reputação social, o nosso caráter, a nossa conta bancária, nossos desejos, medo de não termos sucesso, de ficarmos doentes, etc, etc.
O medo nasce da nossa consciência, e a nossa consciência é formada pelos nossos condicionamentos e, sendo assim, a nossa consciência ainda é o resultado do passado, do conhecido. O que nós conhecemos.
Conhecimento é ter idéias, é ter opiniões a respeito de coisas, é ter um sentimento de continuidade, em relação ás coisas conhecidas e nada mais. As idéias são lembranças, são os resultados das experiências que já tivemos, é uma reação da nossa memória aos desafios novos da vida.
Temos medo do conhecido, daquilo que já conhecemos, o que significa que temos medo de perder as pessoas que gostamos, de perder coisas e idéias, temos medo de descobrir o que somos, medo de nos ver em confusão ou em conflito, medo da dor, que poderia ser o resultado da perda ou o resultado por não termos conseguido alguma coisa que queríamos ou o medo de sermos privados dos prazeres que conhecemos.
Há um imenso medo á dor. A dor física é uma reação nervosa natural do nosso corpo, mas a dor psicológica se manifesta quando estamos apegados ás coisas que nos dão satisfação, porque temos medo de qualquer pessoa ou de qualquer coisa que possa nos roubar, nos tirar aquilo que nos trás satisfação. As acumulações de coisas ou de bens materiais, psicologicamente, impedem que tenhamos a dor psicológica, claro que, enquanto não são perturbadas, ou seja__ nós somos um feixe de coisas acumuladas na nossa mente, um monte de experiências, onde essas coisas impedem uma perturbação mais seria__, pois não desejamos ser perturbados de forma alguma. Sendo assim, temos medo de qualquer pessoa que possa nos perturbar. O meu medo está relacionado com as coisas conhecidas, temos medo, por causa das acumulações físicas ou psicológicas que representam o meio que nos resguarda da dor e do sofrimento. Temos medo de sofrer por que já conhecemos o sofrimento das outras pessoas ou os nossos mesmos. Então, tentamos acumular as coisas na ilusão de que essa atitude nos proteja da dor. Mas não percebemos que o sofrimento existe no próprio processo de acumular. Buscamos na medicina o alívio para as nossas dores físicas, assim também como buscamos nas crenças uma fuga ao nosso sofrimento psicológico, e é por isso que temos medo de perder as nossas crenças, embora não tenhamos nenhum conhecimento perfeito e nem uma prova concreta da realidade de tais crenças, mas mesmo assim, temos muito medo de perdê-las. Podemos rejeitar algumas crenças tradicionais que nos foram ensinadas, porque minha experiência pessoal me dá força, me dá confiança e compreensão. Essas crenças, porém, e os conhecimentos por mim adquirido são basicamente a mesma coisa__ são um meio de me resguardar da dor. Existe medo enquanto houver acumulação do “conhecido”, a qual cria o mede de perder.
O medo ao desconhecido, portanto, nada mais é do que o medo de perdermos o que conhecemos, o medo de perdermos o que acumulamos, seja, materialmente ou psicologicamente. Acumulação implica, invariavelmente, temor, e no momento em que digo “não devo, não posso perder” há temor, há medo.
Embora a minha intenção ao acumular coisas seja a de me proteger para não sofrer, para não sentir dor, a dor é inerente ao processo de acumulação. As próprias coisas que possuo criam o medo, que é a dor.
A defesa contém o germe do ataque. Desejamos obter a segurança física, então, criamos um governo soberano onde há a necessidade das forças armadas, o que significa guerra, que destrói a nossa própria segurança.
Onde quer que haja o desejo de auto_proteção, há inevitavelmente, o medo. Quando você quer se proteger de alguma coisa, surge imediatamente o medo de não conseguir. Quando percebo que essa coisa de segurança pessoal é uma tremenda bobagem, pois a vida não é segura para ninguém, então, não acumulo mais nada, apenas usufruo as coisas. Pois onde há acumulação, há também a dor. Por exemplo __morre alguém que eu gostava muito, então, eu começo a crer na reencarnação para tentar me proteger psicologicamente da dor provocada pela perda dessa pessoa, mas no próprio processo de crer está também a dúvida, que é também um outro tipo de dor. Exteriormente, acumulamos coisas e fazemos vir às guerras, interiormente, acumulamos crenças e produzimos dor. Enquanto desejo estar em segurança, ter depósitos nos bancos, prazeres, etc, enquanto desejo tornar-me alguma coisa fisiológica ou psicologicamente diferente do que sou, tem de haver dor. As próprias coisas que estou fazendo para me proteger da dor é que trás a pena de mim mesmo e a dor.
O medo começa a existir quando desejo viver segundo determinado padrão ou crença. Viver sem medo significa viver sem determinado padrão. Quando desejo uma certa maneira de viver, isso em si é uma fonte de temor. Meu problema é esse desejo de viver dentro de uma certa regra, de uma certa forma. É a forma que causa o medo e o medo se torna mais forte que a forma de viver. Tudo o que a mente humana faz, visa fortalecer um padrão antigo ou favorecer um padrão novo. Isso significa que tudo o que a mente faz para se livrar do medo, gera mais medo. A mente com medo encontram vários meios de fuga, a mais comum é a identificação, o apego. A identificação ou o apego á Pátria, a sociedade, a uma idéia, a uma crença etc.
Você nunca percebeu em você mesmo como você reage quando assiste a um desfile militar ou a uma procissão religiosa, ou quando a sua Pátria está ameaçada de uma invasão.
Você se apega, se identifica com a Pátria, com uma entidade, com uma ideologia, em outras ocasiões você se identifica com o seu pai com a sua mãe, com a sua irmã, com seus amigos, etc, etc.
Continua: MEDO parte " II "
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