O MEDO . .parte " I I "
Autor Joäo Virginio Silva
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 9/1/2006 8:31:43 PM
A identificação, o apego é um processo, é uma forma de fuga de nós mesmos, é uma forma de esquecermos de nós mesmos, da nossa insignificância. Enquanto estamos conscientes de nós mesmos, do “Eu”, nós sabemos que a dor, a luta e o medo constante existem. Mas se posso ficar apegado, ou identificado ao menos por um período pequeno de tempo com algo que acredito ser maior que eu, com algo vantajoso__ tais como a beleza, a vida, a verdade, a crença, o conhecimento__ nisso há fuga do “Eu”.
Falando de minha Pátria esqueço-me de mim mesmo temporariamente. Se puder dizer, ou ficar falando algo a respeito de Deus, esqueço de mim mesmo. Se me identifico, se estou apegado a minha família ou com um grupo, com determinado partido político, com certa ideologia, há então uma fuga de mim mesmo temporária.
A identificação, então, é uma das maneiras de fuga do “Eu”. A pessoa que cultiva a identificação ou a virtude está fugindo do “Eu” e certamente, tem uma mentalidade estreita.
O medo é a não aceitação da realidade. Quando não existe obstáculos em nossas vidas, sabemos a extraordinária alegria que isso ocasiona. Quando o nosso corpo está em perfeito estado de saúde, há certa alegria e bem estar. E quando a mente está completamente livre de obstáculos, quando não existe o centro de reconhecimento, que é o “Eu”, experimentamos certa alegria também. Você nunca experimentou este estado de consciência em que o “EU” está ausente. Por certo, todos nós já experimentamos. Só há compreensão e isenção do “Eu”, quando podemos encará-lo completa e integralmente, como um todo, e isso só podemos fazer quando compreendemos o processo integral de toda atividade nascida do desejo, que é uma pura expressão do pensamento__, pois o pensamento não é diferente do desejo. E o desejo é uma forma de fugirmos de nós mesmos e de nossa realidade do momento, portanto, o medo se faz presente também.
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