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O ADEUS e o PERDÃO

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Autor Fátima Rodrigues Graziottin

Assunto Autoconhecimento
Atualizado em 01/11/2006 02:47:36


"Foram-se os amores que tive ou me tiveram:
Partiram
Num cortejo silencioso e iluminado
O tempo me ensinou
a não acreditar demais na morte
nem desistir da vida: cultivo
alegrias num jardim
onde estamos eu, os sonhos idos,
os velhos amores e seus segredos.
E a esperança – que rebrilha
Como pedrinhas de cor entre as raízes".
(Texto de Lya Luft, em Secreta Mirada)


Há algum tempo, pensando sobre a irreversibilidade, a imutabilidade do ADEUS, dei-me conta que a palavra ADEUS poderia ter nascido da expressão "a DEUS".

As palavras, quando repetidas ou usadas muito freqüentemente, acabam ficando com "vazio de sentido", se tornam banais, superficiais, sem muito significado para quem as utiliza.

No meu solilóquio, perguntei-me: “Será que ADEUS, ou seja – a DEUS - significa entregar-se, render-se à ENERGIA MAIOR, à VIDA? E mais: à VIDA ETERNA, no sentido de MORTE, de FIM? Dar ADEUS é deixar fluir, ir embora naturalmente, irremediavelmente, eternamente? O ADEUS tem mesmo somente essa conotação de... NUNCA MAIS?”

Pensei, então – e pensei mais ou menos certo – que a palavra ADEUS, etimologicamente, vem da expressão "a DEUS". Porém eu acreditava que daí, de DEUS, é que derivara a idéia de FIM.

Para clarear e apaziguar meu diálogo interior, fui ao dicionário e encontrei:

Adeus.[De a+Deus] Interj. 1. Emprega-se como cumprimento, em sinal de despedida e significa: ‘Deus o acompanhe!’ 2. Exprime pena ou saudade de pessoa ou coisa perdida ou desaparecida, de bem que se gozou. 3. Emprega-se para significar desaparecimento, como sin. de “e lá se foi’. S.m. 4. Despedida, separação. 5. Gesto ou sinal de despedida, ou por vezes, de saudação.

Normalmente, podemos utilizar, em despedidas, tanto o “adeus”, como o “até logo”. Porém em despedidas consideradas definitivas, usamos o inevitável...ADEUS!

Lembrei-me que em algumas situações, tive vontade de que o “adeus se danasse”!
Sim, tive a sensação de que não havia espaço suficiente para ele em meu coração! O adeus parecia não querer obedecer ao meu comando, à minha vontade, à minha necessidade, à realidade que se impunha! Em certos momentos, mesmo eu DECRETANDO o ADEUS em meu coração, ele não se concretizava!

Percebi, então, que meu coração é meio avesso a DECRETOS...
E isto me surpreendeu...

Não ter o controle dos sentimentos é realmente perturbador!
Sinto que minhas emoções são comos cavalos selvagens que não se submetem facilmente a cabrestos, baias ou maneios!

Sou uma caixinha de surpresas para mim.
Invariavelmente, acabo me surpreendendo comigo mesma, positiva ou negativamente, não há como escapar disto! Quero crer que ,isso, é universal e que faz parte da natureza humana...

Penso que existem diversos “tipos” de ADEUS, de acordo com as pessoas envolvidas e as situações que VIVENCIAMOS. Dizer ADEUS pode ser muito fácil ou muito difícil!

Alguns ADEUS são rápidos e fáceis de se dar, de se concretizar, pois são sinônimos de “até logo”!

Outros, são medianamente demorados e podem ser sinônimos de “até mais ver”!

E outros, ainda, levam muito tempo para serem concretizados. Estes, são os implacáveis, dolorosos, angustiantes, terríveis, irreversíveis, irremediáveis, derradeiros, definitivos e eternos ADEUS!

Percebi que, no último caso, o ADEUS vai acontecendo aos pouquinhos, até se concretizar definitivamente! Este “tipo” de ADEUS tem como seu melhor amigo, CRONOS, o “Senhor do Tempo”. Nestes casos, busco ser paciente e compassiva comigo mesma. E com os outros, quando é o caso.


No fundo, no fundo, penso que o que está fora não tem tanta importância. TUDO acontece DENTRO e é DENTRO que resolvemos nossas dificuldades.

Cada pessoa tem suas escolhas, seus caminhos, suas vivências seu tempo e seu ritmo interno de assimilação e digestão dos fatos. Por mais que desejemos apressar ou retardar o tempo e o ritmo dos outros e o nosso próprio, isso não é aconselhável e nem muito viável, tangível... Demanda esforço e quase não se obtém resultados.

"Cada qual sabe de si".
... ou não!

Freqüentemente, não fazemos idéia do quanto estamos bem ou mal, ou com sede, ou com fome, ou com sono, ou bem agasalhados, ou mal agasalhados... isso, se ficarmos somente nas necessidades básicas! Se formos observar nosso aspecto emocional e espiritual, descobrimos que realmente somos uma "caixinha de surpresas" para nós mesmos, o que pode ser muito bom... e muito ruim! Depende apenas de nós!

Mas... e quanto ao PERDÃO?

O PERDÃO também tem o mesmo princípio.
Depende do quão poderosa e forte - ou leve e fraca - calou em nosso coração, a situação que nos agrediu ou magoou!

Há PERDÕES difíceis de se consumarem em uma ÚNICA VEZ, por mais que nosso lado racional nos sinalize em direção a eles.

O PERDÃO vem do CORAÇÃO!

E, dependendo da situação vivida, o CORAÇÃO, – como no caso do ADEUS- não se submete a DECRETOS!

Há um “tipo” de PERDÃO que somente pode acontecer em doses homeopáticas!
Este "tipo" de PERDÃO acontece assim: vamos perdoando de forma tateante, insegura, resistente, lentamente, aos pouquinhos, até que ele se CONSUMA definitivamente!

E isso pode levar... anos, décadas!

Contudo, um belo dia acordamos, vemos a "pessoa-alvo" de nosso perdão, ou lembramos dela, ou enfrentamos situação semelhante... e constatamos que o perdão consumou-se!

Sim, CONSUMOU-SE!

FINALMENTE!

Quando conseguimos adquirir e manter o estado de agentes de ação e agentes observadores dos próprios sentimentos, emoções e atos, nossa sensibilidade fica mais acurada e refinada. Desta forma, passamos a perceber nós mesmos, o outro e o ambiente ao nosso redor com maior exatidão e perspicácia.

É amigos, para consumar esse "tipo" de PERDÃO, é necessário ter "mira", acertar o alvo no CENTRO! Caso contrário estamos ainda na etapa que, como vimos, é também importante:perdoar aos pouquinhos, pelas BORDAS...

"Tudo que está sob o céu" tem seu tempo, seu ritmo, seu momento.

"Nada acontece por acaso".

As resoluções acontecem no tempo CERTO e EXATO. Nem ANTES, nem DEPOIS!

As Leis Universais funcionam matematicamente, milimetricamente, de forma PRECISA e EXATA, pois existe uma INTELIGÊNCIA que tudo REGE por debaixo do aparente CAOS!

A nós, basta ficarmos atentos às Leis e fluirmos com elas.

Quando descobrimos que o PERDÃO tem também o seu tempo de espera e que algumas vezes precisa acontecer aos BOCADINHOS, nosso coração sossega, se alivia, fica mais compassivo, compreensivo e mais em PAZ!

Porto Alegre 30/10/06
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