O advogado dos suicidas - IV
Atualizado dia 4/25/2006 11:46:28 PM em Autoconhecimentopor Bernardino Nilton Nascimento
- Excelentíssimo Divino, sabendo que encontraria na nobre colega Promotora Consciência a dureza de suas palavras e decisões, pois é assim que ela age constantemente de forma firme e dolorosa, declaro que muitos dos suicídios são exatamente por sua causa. A Excelentíssima Promotora Consciência desperta no ser humano um sentimento de culpa e arrependimento muito grande, que leva muitos irmãos a se suicidarem.
- Protesto! Disse a Consciência.
- Por que protesta? Perguntou o Divino.
- Por que o que ele está usando na sua defesa é contra as Leis Divinas, criadas pelo Excelentíssimo, que não tem erros nem duplas interpretações. É melhor o nobre colega da Defesa não confundir as leis Divinas com as leis dos homens. Aqui, a intenção não é punir, e sim aprimorar.Cada um tem que dar a sua sentença de aprimoramento. Não pode o Excelentíssimo Advogado tentar mudar as leis Divinas, pois poderá ser punido por sua promotora Consciência, que está dentro do Nobre Advogado.
- Gostaria de pedir calma e desculpas, respondeu o Advogado de Defesa. Confesso que estou excedendo um pouco as minhas colocações, mas tudo que estou fazendo, Excelentíssimo Divino, é por amor a estes irmãos que eu gostaria tanto de ajudar e provar que, na sua maioria, os atos de um suicida são atos de amor. Tentarei me conter sem colocar nenhuma dúvida sobre minha amiga Promotora Consciência, a quem devo muito.
- Gostaria de colocar mais algum caso? Perguntou o Divino.
- Sim, respondeu a Excelentíssima Promotora. Gostaria de ouvir o Advogado falar sobre as mulheres que estão tomando veneno, no Oriente, por não quererem se casar.
- Bem, eu diria que o Divino nos deu uma coisa muito sagrada, o livre arbítrio, que significa o poder de escolher os nossos caminhos. Estas pobres mulheres estão sob o poder dos homens, que dominam os seus verdadeiros desejos, contrariando a Lei Divina do livre-arbítrio. Elas são obrigadas a casar sem amor, mas simplesmente pelo prazer dos homens, que lhes dão o direito de não aceitar, porém, sob pena de serem castigadas pela lei dos homens. O que acontece é que elas não querem mais viver como antigamente, aceitando todo o poder do homem para manipular suas vontades. Excelentíssimo Divino, vejo isso como parte da evolução espiritual, que encontra as mulheres em igualdade com os homens, como diz a Lei Divina. Essas mulheres tentam o suicídio por amor a uma causa justa das Suas leis. Só que os tempos são outros. Elas, por sua vez, querendo chamar a atenção do mundo sobre tal situação e por amor à próxima geração de mulheres - dentro do seu livre arbítrio - estão doando suas vidas para a evolução da espécie. Peço ao Excelentíssimo Divino, em nome da evolução, que ampare estas irmãs tão sofridas e dominadas.
- Protesto! Gritou a Promotora.
- O que foi desta vez? Perguntou o Advogado.
- Continue, Promotora! Disse o Divino.
- Você está mudando de tática em sua defesa. Agora está usando as Leis Divinas como defesa dos atos mal pensados, uma vez que estas mulheres deveriam esperar o momento da evolução. Existem outros meios, que não o suicídio, para chamar a atenção do mundo. Não podemos esquecer de Ghandi, que não precisou usar o suicídio para chamar a atenção e libertar um povo do domínio de um país muito mais forte e poderoso. Mais uma vez, Excelentíssimo Divino, as palavras do Advogado de Defesa estão contra as Leis Divinas, e a pena deve continuar como todas as outras, deixando os suicidas no seu estado de pensamento na hora da morte, até a conscientização do seu ato antecipado das Ordens Superiores.
- Com a palavra o Advogado de Defesa!
- Promotora Consciência, Excelentíssimo Criador do Mundo e das Divinas Leis Espirituais. O que está me parecendo, neste julgamento, é que tanto a Promotora quanto a Defesa vão sempre usar as Leis Divinas para os devidos casos. Por quê? Por que no entender da Promotora, ela está rigorosamente dentro das Leis Espirituais, no que concordo plenamente. Porém, há algo muito maior em jogo e que está dentro das Leis Espirituais, que eu venho defender: o Amor. Claro que a Promotora tem este sentimento dentro de si, uma vez que ela avisa antes ou pune depois, causando dores fortíssimas. Mas isso faz parte da Lei Divina. Só que o que queremos não é nada fora das Leis Espirituais, pelo contrário, é a Lei mais forte e ao mesmo tempo mais suave e perdoável, que é a Lei do Amor ao próximo, ao irmão, esteja ele na Terra ou no mundo espiritual. Somos irmãos e sempre vamos nos encontrar, de uma forma ou de outra. Este motivo, o ”Amor”, é que me faz vir aqui pedir melhores condições após a morte para os suicidas. Com isso, subiriam mais alguns degraus na evolução e teriam mais atenção dos irmãos trabalhadores do pós morte. Eles teriam menos tempo para serem reencarnados e voltariam à sala de aula mais evoluídos e com mais experiência para ajudar a transformar a terra na escola modelo dos aprendizes dos seus Divinos Ensinamentos. Uma escola Paraíso, em nome do Amor que gera o Perdão, tão bem explicados e divulgados pelos irmãos mensageiros, que deram suas vidas para divulgar a Lei Divina, onde todos terão os mesmos direitos, os mesmos deveres e o verdadeiro AMOR, uns pelos outros, sem mais sentir saudades de casa. É o que suplico ao Excelentíssimo Criador: um lugar melhor para os que cometeram o ato de suicidar-se.
- Esta é sua palavra final, Caro Advogado de Defesa? Perguntou o Divino.
- Senhor, gostaria de dizer só mais uma coisa!
- Pode falar!
Continua
BNN
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