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O Apostolado de Augustin Lesage

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Autor Flávio Bastos

Assunto Autoconhecimento
Atualizado em 17/08/2005 09:57:50


Augustin Lesage era um humilde operário em mina de carvão no interior da França quando, num dia do ano de 1911, a aventura começou transformando um homem, então na idade de 35 anos, em verdadeira bomba lançada na face dos racionalistas, dos positivistas e materialistas.

"Eu trabalhava abaixado numa pequena passagem de 50 centímetros que dava para uma galeria afastada do movimento da mina. No silêncio eu escutava, apenas, o barulho da minha enxada. Foi quando, de repente, ouvi uma voz nítida dizer: "Um dia serás pintor!" Olhei para todos os lados para ver de onde vinha esta voz. Ninguém. Estava ali eu, apenas. Fiquei estupefato e assustado. Voltei da mina e nada disse a ninguém, nem aos amigos, nem aos meus filhos e nem à minha esposa. Acreditava que iriam tomar-me por um alucinado ou louco. Poucos dias depois, igualmente na mina e trabalhando sozinho, a voz se fez, novamente, escutar. Fiquei apavorado. Guardei segredo, porém, inquieto, acreditando estar ficando louco. Oito meses, dez meses, talvez, passaram-se. Já não pensava mais nas vozes, quando, um dia, conversando com alguns camaradas da mina, um deles disse: "Sabem vocês que os espíritos existem? E que é possível nos comunicarmos com eles? Li sobre este assunto. Chama-se Espiritismo." Esta revelação me perturbou. E me perguntei: "Será que o Espiritismo não tem ligação com minhas vozes?"

Segue-se então, uma série de experiências espíritas envolvendo Lesage e um restrito grupo de amigos mais a esposa, quando uma vez por semana resolvem se reunir em volta de uma mesa com bastante simplicidade e fé e esperam o que estaria por acontecer.

"Então recebi de meus guias o nome das tintas. Imaginem! Eu teria de procurar tintas! E jamais havia visto um tubo de tinta! Na loja eu olhava sem ver, tal era a emoção que me invadia. Deixei, então, que minha mão, guiada pelo espírito, se dirigisse para as tintas e foi assim que ele escolheu quinze tubos e vários pincéis."

E assim, o pintor mineiro, cheio de fé e embevecido como uma criança que descobre aspectos surpreendentes e encantadores da Criação, deixa-se envolver totalmente pela pintura.

"Quando trabalho tenho a impressão de estar num outro ambiente que não o comum. Entro numa espécie de êxtase. Dir-se-ia que tudo vibra à minha volta. Escuto sinos, um carrilhão harmônico, às vezes longe, às vezes perto, som que dura enquanto pinto. Esta deliciosa música eu a escuto quando há absoluto silêncio; ela cessa a qualquer barulho: uma porta que se fecha ou uma simples conversação. Às vezes, os guias fazem com que, repentinamente, minha mão pare de pintar, pegue um lápis e escreva uma mensagem, dando-me conselhos sobre o que faço..."

Lesage tornou-se, gradativamente, objeto de curiosidade, interrogações e polêmicas e, chegando em casa, de volta da mina, sua única preocupação era lavar-se e continuar o "diálogo" com a tela inacabada. A fadiga que durante tantas horas impregnara os músculos, abandonava seu corpo e ele sentia profundo bem estar.

"Jamais tive conhecimento, antes de pintar uma tela, de como seria ela. Jamais tive qualquer visão de conjunto da pintura que iria executar. Pinto as telas detalhe por detalhe, sem que qualquer idéia venha ao meu pensamento, previamente. Meus guias disseram-me: Não procure saber aquilo que faz. Por esta razão, abandono-me à impulsão deles."

Em 1932, após uma exposição de suas pinturas, Lesage é admitido e torna-se sócio do Salão dos Artistas Franceses.

"Meus guias me fizeram atingir o nível mais elevado que um pintor possa conseguir; eu, um mineiro que nada havia aprendido, que não pertencia a nenhuma escola de arte!"

E as exposições de Augustin Lesage continuam, transportando a outros países uma pintura que desperta grande admiração e uma mensagem de beleza por onde passa. Em 1935, recebe a Medalha de Prata da Exposição Artesanal de Auchel. Em 1937, viaja à Algéria, Bélgica e Marrocos. Exposições são realizadas favorecidas por seu renome, que cresce dia a dia. Em 1938, recebe as Palmas Acadêmicas e logo é convidado a expor em Londres e Edimburgo. Entra num período de graça e recompensa.

A segunda guerra estourou, Lesage pintava em meio aos bombardeios... O rumor da guerra o incomodava na solidão, pois tinha necessidade de silêncio. Mas, nesses dias em que se vendia muito caro, a felicidade, no mercado negro do ódio, era preciso que sua obra se realizasse. Ele sofria, todavia, por receber aquela graça, da qual se julgava indígno.

Em 1946, após o término da guerra, trama-se contra Lesage uma campanha difamatória.
Acusavam-no de hábil charlatão, de falsificador, etc. Estas acusações eram ridículas, pois em Saint-Pierre-Les-Auchel os cientistas que controlaram o trabalho de Lesage quando de sua passagem pelo Instituto Metapsíquico Internacional e as numerosas pessoas que assistiram à execução de suas telas, puderam constatar que o mineiro nunca sabia o que iria pintar, nunca lera revistas especializadas em pintura e jamais se utilizava de modelos de papelão.

Augustin, no entanto, numa confissão a amigos, desabafa: "Estas mãos que envelheceram não souberam usar, senão, a pá e a picareta. Sem meus guias, que as utilizaram como instrumento de arte, pois eu não possuía nenhum dom, não teriam conhecido, senão, o trabalho grosseiro da mina. Fico admirado tanto quanto os que descobrem as minhas telas e a minha vida. Como eles, cheguei a não levar-me a sério e até ousei duvidar da realidade de meus guias. Mas, quando o paradoxo de minha ignorância e o prodígio executado pelos espíritos levantaram-se à minha frente, eu não mais duvidei, nem por um segundo, e nada, desde então, pode abalar minha fé. Gostaria, sobretudo, que a mensagem da Espiritualidade fosse recebida e compreendida por todos com o respeito e a admiração que suscita..."

Era noite de 21 de fevereiro de 1954, Lesage iria completar 78 anos. Exilado na terra durante tanto tempo, ele pôde, finalmente, voltar à morada prometida como recompensa ao apostolado que fora sua vida. No dia seguinte, os jornais anunciaram sua morte e fariam um balanço sumário, lacônico e irrisório de sua existência.

Texto baseado no livro "O Fantástico Lesage", de Marie-Christine Victor.



Texto revisado por Cris




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Conteúdo desenvolvido pelo Autor Flávio Bastos   
Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), Psicoterapia Reencarnacionista e Terapia de Regressão, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose, e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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