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O CAVALEIRO

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Autor Hellen Katiuscia de Sá

Assunto Autoconhecimento
Atualizado em 10/19/2005 2:08:54 PM


Ele tinha estado em todas as guerras de seu mundo. Guerreou em arenas, templos profanos e gaiolas de gelo. Cobriu-se com o lençol vermelho da dor e do sofrimento, mas pendurou a cor escarlate no varal do esquecimento, lavou a colcha e soltou-se o azul-celeste – seu manto sagrado de agora em diante.

Encheu seu peito de coragem e superou as adversidades da terceira guerra de águas-vivas. Navegou pelos náuticos desconhecidos e selvagens. Sem nenhum amigo... superou até a solidão dos séculos.

Seguiu rumo ao Leste, em busca de seu troféu: a medalha que ficaria estampada no peito simbolizando vitória dos Tempos. Mas nunca encontrava tal artefato...

Foi aos desertos... Enlouquecera no calor e no frio áridos do Saara e, sempre em sua mente, a medalha luzia. Foi ao fogo do Sol, lampejou a cor fria da Lua e não encontrava nada parecido com o que procurava.

Decidiu, sua mente, que não existia tal presente precioso e sagrado. Mesmo na infelicidade da dúvida seu peito ainda dava-lhe forças nessa busca. Eis que um dia, após três mil anos, o cavaleiro sentou-se à beira de um jardim. E como quem não olhasse para nada descortinou-se um botãozinho brilhante de flor amarela. Estava fechado mas na luz dos olhos do Cavaleiro houve o pequeno milagre: o botãozinho abriu-se. Era uma florzinha meiga, pequenina e delicada. Mal poderia um ser vivo tocá-la...

O Cavaleiro metido no metal de sua armadura não sabia como se aproximar mais para apreciar delicada beleza. Tinha medo que sua truculenta roupa metálica pesasse sobre o ar em volta da flor. Sabia ele que aquela miudeza era a medalha preciosa que tanto buscava séculos após séculos. E agora, sua roupagem grosseira e pesada não lhe permitia tocar em tão delicado Amor...

Imóvel, sem saber o que fazer, decidiu despir-se dos sólidos adereços. Não havia mais necessidade do metal pesado em volta de si. Retirou todas as peças de sua armadura; estava de igual para igual frente à Natureza nua. E mesmo assim, ainda não poderia tocar na amarela flor. Seu peito carregava os emaranhados do que guerreou pelos idos anos... Despir-se das roupas era fácil, mas desfazer-se das lembranças era a derradeira guerra. A pior delas: a guerra desapegada contra si mesmo.

Somou-se mais um século e o Cavaleiro retirou trave após trave de seu peito e, agora, ele estava com o coração aberto, como um pequenino arado para sua florzinha delicada. E lá nesse pedacinho de chão, essa florzinha finalmente se cultivou e o Cavaleiro de soldado tornou-se um semeador.

Hellen Katiuscia de Sá
19 de outubro de 2005

Texto revisado por Cris

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