O CORPO E A SEXUALIDADE
Autor Nivio Ramos Sales
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 11/5/2010 2:29:15 PM
O nosso corpo não nos pertence. A sexualidade com suas variantes é sujeita ao contrôle da estrtura social que com suas garras nos oprime impondo normas e regras, modelando os costumes e estabelecendo padrões comportamentais. Há sanções difusas e latentes agindo de maneira que nossos corpos são sempre vigiados e coagidos a seguir as regras pré-estabelecidas.
O sexo ou as práticas sexuais são consideradas mácula, impureza, pecado, e está sempre associados à morte; mas podendo ser um ato divino quando está em função da procriação.
O mundo ocidental na sua luta para preservar o poder econômico, cada vez mais restringe o tempo da atividade sexual usando todo seu aparelhamento especializado em instrumentos repressores para que haja mais produtividade e menos dagastos de energia dos corpos. O lazer está cada dia mais tornando-se alvo de controle, através de uma rede altamente sofisticada e complexa, sendo a ideologia uma parte fundamental.
O sexo pertencendo ao mundo da natureza é manipulado pelo mundo da cultura, e dessa forma vai perdendo o seu verdadeiro sentido: fornecer prazer e felicidade para a humanidade.
Conforme Nietzche, grande filósofo alemão, "para os gregos, o símbolo sexual era o símbolo venerável em si, o verdadeiro sentido profundo dentro da inteira religiosidade antiga..." e, complementando, considera que "somente o cristianismo com seu ressentimento contra a vida no fundamento, fez da sexualidade algo impuro: lançou lodo sobre o começo, sobre o pressuposto de nossa vida..."
O ato sexual visto como uma atividade frenética, no seu aspecto, põe em ação forças que pelos seus efeitos são consideradas possíveis de serem controladas.
Na Idade Média o corpo foi engessado pela ideologia cristã, e o sexo, por sua vez condenado para o prazer. Com a revolução industrial, o capitalismo com sua ganância avassaladora, tornou o trabalho algo dígno e prazeroso para o ser humano enquanto o lazer, aos poucos, fora se tornando uma atividade rara, para o povo, a classe mais oprimida , o operariado. O Capitallismo veio juntar-se ao Cristianismo formando assim uma dupla ideal para controlar a atividade sexual e dominar o corpo, estabelecendo o certo e o errado. Apesar de tudo a natureza vai cumprindo o seu papel e estabelecendo as diferenças.
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