O CORPO ENVELHECE... O ESPÍRITO RENASCE
Autor Maria Lúcia Pellizzaro Gregori
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 12/29/2007 8:43:20 AM
Respire fundo e faça seu primeiro som. Você acaba de nascer.
Frágil, dependente, dorminhoco...
Muitas vezes cercado de pessoas que lutam para que você cresça saudável e feliz...
Muitas vezes, abandonado numa cesta de lixo, começando aparentemente uma luta precoce para ganhar sua chance de sobrevivência.
Assim, nosso corpo vai tecendo suas defesas, oscilando entre a vida e a morte, entre conquistas e derrotas, num ir e vir de possibilidades, aproveitando oportunidades que passam bem perto, desprezando outras que nem reconhece como tal.
O corpo físico é um grande representante de uma invisibilidade permanente, que vai ganhando formas, cristalizando em si seus sofrimentos e alegrias, tornando-se para muitos a única realidade concebível, exatamente pela sua impressão de concretude.
O tempo passa, e este corpo também vai passando junto, manifestando suas carências, perdendo sua vitalidade, escoando por um canal natural que limita seus impulsos e começa a ampliar suas necessidades de reposição.
O corpo envelhece!
O corpo morre!
Lá no começo, antes da primeira respiração, o corpo físico já ganha um parceiro que não o abandonará um minuto sequer, enquanto for necessário, enquanto for permitido, para ajudá-lo a trafegar nessa via passageira, que é a vida aqui, agora.
Esse parceiro, ao contrário do corpo material, tem a capacidade de se renovar a cada dor, a cada momento de prazer, a cada desafio, a cada vitória, a cada derrota.
Esse parceiro é o grande comandante desse esqueleto carnudo que carregamos durante uma existência e deve ser muito bem cuidado, para que sua lapidação se faça simultaneamente às ocorrências do cotidiano.
O diamante bruto só se torna valioso quando se desapega das inúmeras camadas externas que o protegem, podendo estas ser retiradas a duros golpes, para que seu núcleo se manifeste com todo o brilho que pertence à essência desta pedra.
Todos nós temos uma célula luminosa incrustada no mais profundo do nosso ser, encoberta pelas falhas ainda não corrigidas, pelos sentimentos ainda não elaborados, pelas existências ainda desajustadas.
Cada dor que conseguimos suportar, cada felicidade que conseguimos dividir, cada dia que conseguimos agradecer, faz emergir nosso potencial de luz para que, aos poucos, todos nós possamos chegar a uma única respiração coletiva, numa humanidade feliz.
O espírito renasce!
O espírito vive!
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