Menu

O DESEJO DO OUTRO

Atualizado dia 1/2/2007 4:02:54 PM em Autoconhecimento
por Arlette Machado


Facebook   E-mail   Whatsapp

Desde que nascemos é de um Outro que dependemos. Nossa mãe, seja ela biológica ou por adoção e amor, é aquela de quem depende tudo: desde o leite morno que nos sustenta e acalanta, até a interpretação do choro através do qual nos comunicamos para que ela o traduza, trazendo ao corpinho frágil o conforto almejado. O ser humano é o mais dependente desse Outro; o animalzinho é tocado pela mãe para a vida muito antes. Portanto, a subjetividade humana, as emoções, vão começar a surgir dessa dependência, dessa fusão do pequenino ser com essa Mãe, seja ela quem for, biológica ou não. É um lugar, uma função que é sempre ocupada, até mesmo com os órfãos.

Dessa dependência nasce um grande amor, um sentimento que nunca nos abandonará, por toda a nossa vida, apesar de estar sempre se deslocando - da mãe - para os outros que encontramos em nosso percurso. Esse amor, essa dependência é a base de muitas questões que acompanham o homem em sua vida, muitas vezes fazendo-o sofrer sem se dar conta de que aquilo que o aflige é, justamente, esse desvio para fora, esse “desejo do Outro” que, desde seus primeiros instantes de vida, o leva, progressivamente, a afastar-se de seu próprio Desejo.

Com o decorrer da vida, no entanto, vai-se desenrolando uma batalha para que aquela dependência inicial vá cedendo espaço a novas buscas e encontros que propiciem ao humano deixar aquele lugar que o satisfazia plenamente e bastava, e partir em busca de novas direções que possam diferir daquela já conhecida e confortável. O caminho será, então, somente seu, as escolhas não virão mais carregadas do desejo do Outro, indispensável nos primeiros tempos, mas, penoso neste novo momento, por não representar o seu genuíno desejo.

Mas, como descobrir a morada do nosso desejo? Parece uma tarefa impossível! Realmente é difícil porque ao ser humano é mais fácil percorrer caminhos conhecidos e habituais, mesmo que dolorosos. Deslocar a força daquele poder inicial que nos fez sobreviver é mais fácil e comum. Daí as pessoas estarem sempre repetindo atitudes errôneas ao seu próprio bem-estar, atribuindo aos outros a causa de seus problemas e esperando destes a aprovação de seus atos.

Isto é, justamente, o “afastar-se de si”, o desvio de seu próprio caminho e, daí... a instauração do conflito, do sofrimento, da dor. Esses conflitos seriam, pois, resultado de escolhas aparentemente propícias e tentadoras, mas que estão contaminadas pelos anseios do mundo que nos cerca, representante instaurado pela sociedade, daquele Outro inicial, que nos deu a vida, naquele momento em total dependência, mas que num momento futuro pudesse envolver escolhas, comprometimentos e responsabilidades, dentro já do nosso próprio desejo.

Texto revisado por Cris

Gostou?    Sim    Não   

starstarstarstarstar Avaliação: 5 | Votos: 6


estamos online   Facebook   E-mail   Whatsapp

foto-autor
Conteúdo desenvolvido por: Arlette Machado   
Visite o Site do autor e leia mais artigos..   

Saiba mais sobre você!
Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui.
Deixe seus comentários:



Veja também
© Copyright - Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução dos textos aqui contidos sem a prévia autorização dos autores.


Siga-nos:
                 




publicidade










Receba o SomosTodosUM
em primeira mão!
 
 
Ao se cadastrar, você receberá sempre em primeira mão, o mais variado conteúdo de Autoconhecimento, Astrologia, Numerologia, Horóscopo, e muito mais...


 


Siga-nos:
                 


© Copyright 2000-2024 SomosTodosUM - O SEU SITE DE AUTOCONHECIMENTO. Todos os direitos reservados. Política de Privacidade - Site Parceiro do UOL Universa