O Desenvolvimento da Mediunidade - III
Autor Guilhermina Batista Cruz
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 10/12/2005 12:04:02 AM
Resumindo os conceitos vistos anteriormente, podemos citar o que nos diz Alan Kardec no Livro dos Espíritos:
“Há no homem três coisas:
1° - o corpo ou ser material, análogo aos animais e animado pelo mesmo princípio vital;
2º - a alma ou ser imaterial, espírito encarnado no corpo;
3º - o laço que prende a alma ao corpo, princípio intermediário entre a matéria e o espírito.
Tem assim o homem duas naturezas: pelo corpo, participa da natureza dos animais, cujos instintos lhe são comuns; pela alma, participa da natureza dos espíritos.
O laço ou perispírito,que prende ao corpo o espírito, é uma espécie de envoltório semimaterial. A morte é a destruição do invólucro mais grosseiro. O espírito conserva o segundo, que lhe constitui um corpo etéreo, invisível para nós no estado normal, porém que pode tornar-se visível e mesmo tangível, como sucede no fenômeno das aparições.”
Esses conceitos são importantes também para entendermos como se processa a sintonia para que se realize o intercâmbio entre o mundo físico e o mundo espiritual através da mediunidade. A influência dos espíritos sobre os encarnados é exercida através da sintonia vibratória entre eles. Ligamo-nos aos espíritos por meio da fusão magnética das vibrações, ou seja, pelos pensamentos estabelecemos uma reciprocidade vibratória, atraindo aqueles espíritos que mais se afinem com nosso padrão de pensamento, estabelecendo uma ponte de comunicação que ligará nossa mente à mente do desencarnado e vice-versa. Para que o intercâmbio mediúnico aconteça é fundamental a sintonia da mente encarnada com a desencarnada,que o pensamento e a vontade de ambos atuem no mesmo nível vibratório; quando os pensamentos estão sintonizados, o do espírito comunicante exterioriza-se através do campo físico do médium, seja em forma de palavras, pela psicofonia, ou através da escrita, psicografia, ou ainda através da audição, quando o médium ouve as palavras que o espírito diz.
Muitas obsessões acontecem pela reiterada vinculação de pensamentos inferiores que atraem mentes enfermiças de espíritos desencarnados que, por sentimentos de ódio ou vingança, vinculam-se à mente dos encarnados que emitem constantemente vibrações viciosas e são atraídos pela afinidade dos pensamentos, palavras e ações de padrões inferiores. Por essa razão é fundamental, principalmente para o médium que inicia seu desenvolvimento espiritual, o esclarecimento e o estudo, indispensável para que inicie o intercâmbio com os espíritos através de sua mediunidade.
Os espíritos mais evoluídos ao se comunicarem através de um médium ainda não evoluído moralmente baixam suas vibrações, ou seja, condensam seus perispíritos para que possam transmitir seu pensamento através dele. Quando o médium apresenta um desenvolvimento moral acentuado as transmissões acontecem mais facilmente. É através dessa compensação vibratória, dessa graduação de vibrações, que conseguimos expressar o pensamento dos espíritos comunicantes.
Martins Peralva, no livro Estudando a Mediunidade, nos diz a respeito da sintonia vibratória, o seguinte: “Recorramos a outros campos em que a mesma lei de sintonia funciona para que os fenômenos se expressem. A luz e o som são resultados de modificações vibratórias que facultam a sua percepção por nós e por outros seres. O ouvido humano é incapaz de perceber o som produzido por menos de 40 vibrações por segundo. 50 vibrações, porém, produzem um som que o ouvido humano percebe, sente, ouve. 30 vibrações produzem um som que o ouvido humano não ouve, não sente e nem percebe. O mínimo de vibrações perceptíveis é de 40 por segundo e o máximo de 36.000. 35.500 vibrações produzem um som que nosso ouvido percebe. 36.200 vibrações produzem um som que ultrapassa os limites de nossa acústica. Com a luz, o fenômeno é semelhante, o mínimo de vibrações perceptíveis é de 458 milhões. Essa mesma lei de equivalência funciona e opera em todas as manifestações vibracionais da natureza, inclusive, nos fenômenos psíquicos ou mediúnicos.”
O problema da sintonia é de vital importância na mediunidade, principalmente, na mediunidade de intercâmbio quando no atendimento a irmãos sofredores ou para exteriorização do pensamento e dos ensinamentos dos espíritos mais evoluídos.
O pensamento do espírito, antes de chegar ao cérebro do médium, passa pelo seu cérebro perispíritico o que proporciona ao Médium, em tese, fazer ou não fazer o que a entidade comunicante pretende.
No caso do intercâmbio espiritual, como por exemplo, através da psicografia, o espírito não atua sobre a mão do médium, atua sobre a alma deste e, sob esse impulso, dirige a mão do médium por meio do fluído que compõe seu próprio perispírito. Ele não substitui a alma do médium, pois não pode desalojá-la; apenas controla os órgãos do corpo que são responsáveis pela transmissão de suas idéias ou pensamentos.
O médium sofre, também, influências exteriores no seu intercâmbio espiritual e por isso é preciso que, além de harmonizar as suas ondas vibratórias com as do espírito comunicante, desligue-se de interferências das pessoas que assistem às comunicações, sejam elas encarnadas ou desencarnadas. Nas reuniões mediúnicas, as comunicações espirituais não acontecem somente pelo desejo que o espírito tem de se comunicar ou pelo desejo do médium de promover ou realizar o intercâmbio. A afinidade ou sintonia vibratória é que vai determinar a possibilidade da comunicação, juntamente com a sintonia fluídica dos participantes do fenômeno, além de outros fatores de ordem moral.
Essa sintonia vibracional é que permite que duas pessoas fiquem intimamente associadas, entrosadas, imantadas na mesma faixa de pensamento, havendo como que uma ponte, através do magnetismo, a liga-las profundamente. Quanto mais o ser é evoluído, mais acelerado é o seu estado vibratório. Isso explica porque as entidades “iluminadas”, como já explicado anteriormente, tenham que reduzir o seu tom vibratório para tornarem mais densos seus perispíritos e serem vistos ou sentidos pelos espíritos menos desenvolvidos.
Léon Denis, a esse respeito, nos diz: “Admitamos, a exemplo de alguns sábios, que sejam de 1.000 por segundo as vibrações do cérebro humano. No estado de transe ou de desprendimento, o invólucro fluídico do médium vibra com maior intensidade e suas radiações atingem a cifra de 1.500 por segundo. Se o espírito, livre no espaço, vibra à razão de 2.000 no mesmo lapso de tempo, ser-lhe-á possível por uma materialização parcial baixar esse número a 1.500. Os dois organismos vibram então simpaticamente; podem estabelecer-se relações e o ditado do espírito será percebido e transmitido pelo médium em transe sonambúlico”. Segundo ele, os espíritos superiores, para reduzir o próprio padrão vibratório, impregnam-se de matéria sutil colhida no próprio ambiente e para elevar o tom vibratório do médium o Espírito encontra na própria concentração ou transe daquele, os meios de ativar as vibrações.
Segundo Martins Peralva: “o êxtase dos grandes santos é oriundo, sem dúvida, da profunda alteração vibracional a possibilitar-lhes meios de relação com as altas esferas e com o que nelas se relaciona: visões maravilhosas, celestes harmonias, cenários deslumbrantes ou vozes cheias de sabedoria.”
Paz e Luz.
ok
Avaliação: 5 | Votos: 31
Visite o Site do autor e leia mais artigos.. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |
