O DIA EM QUE A TERRA SE TORNOU DE OURO.
Atualizado dia 09/05/2006 11:32:30 em Autoconhecimentopor Vera Godoy
Pensou muito e decidiu parar com esse hábito. "Se devo dar, devia ser apenas àqueles que estão mesmo necessitados. Já é hora de saber quem está realmente precisando de alguma coisa, e para começar, devo descobrir quem é o homem mais pobre do meu reino", decidiu ele.
Assim pensando, mandou seus ministros procurarem o homem mais pobre do reino. Uma semana mais tarde, um ministro retornou anunciando: "Meu senhor, não longe daqui, dentro de uma floresta, há uma pequena colina. No topo dela está sentado o homem mais pobre da nossa terra: um mendigo. Ele não tem um teto e sobre o corpo apenas alguns farrapos; vive de qualquer fruto que algum cortador de lenha se lembre de deixar a seu lado quando vai da floresta para casa."
"Existe realmente alguém assim em meu reino? Preciso vê-lo", disse o rei. Montou no cavalo e partiu para a floresta; subindo a colina achou o mendigo sentado, quieto, com os olhos fechados. O rei teve que esperar um longo tempo. Quando o mendigo abriu os olhos, o rei disse: "Eu sou o rei desta terra. Entristece-me ver as condições miseráveis em que você está vivendo. Quero que se vista bem; diga-me, que espécie de roupa prefere?"
O mendigo sorriu, mas conservou-se calado. O rei disse outra vez: "Gostaria de construir uma casa para você. Diga-me, que espécie de casa desejaria possuir?" O mendigo sorriu outra vez, contudo não falou. "Providenciarei para que lhe tragam alguma comida todos os dias. O que gostaria de comer?" O mendigo sorriu, mas conservou-se completamente mudo.
O rei começou a perder a paciência e gritou: "Estou falando com você, responda!" Bem devagar, mas docemente, o mendigo disse: "Meu querido rei, você está errado. Eu não sou o homem mais pobre deste reino. Existe alguém mais pobre do que eu. Quanto a mim, apesar de parecê-lo, sou muito rico, porque posso transformar terra em ouro."
O rei ficou boquiaberto durante algum tempo e depois perguntou: "Quem é o homem mais pobre do que você? E, por favor, poderia me revelar o segredo de transformar a terra em ouro?" O mendigo disse: "Para conhecer estas coisas você deve seguir uma certa disciplina." "Segui-la-ei", disse o rei entusiasmado.
"Durante o ano inteiro, todos os dias, você deve vir antes do sol nascer e, outra vez, antes do pôr-do-sol e passar algum tempo comigo", disse o mendigo. "Assim farei", disse o rei cheio de alegria, inclinando-se diante do mendigo.
E ele veio duas vezes por dia sem faltar. O mendigo raramente proferia alguma palavra, mas seu sorriso encantador sempre falava de sua afeição pelo rei. Fazia o rei sentar-se e meditar durante algum tempo. Para o rei, a disciplina era um pouco embaraçosa nas primeiras semanas. Mas logo verificou que era uma mudança bem vinda das horas duras ou tensas da corte, onde estava sempre cercado por diplomatas, aduladores e gente descontente. Depois de alguns meses, ele começou a gostar tanto de suas visitas ao mendigo que esperava ansiosamente pelo raiar da aurora e pelo entardecer.
O silêncio das montanhas, o sol nascente e poente que coloriam a paisagem, a brisa que abraçava com uma mensagem de liberdade, o canto dos pássaros nas florestas e, acima de tudo, a presença tranqüila e irresistível do mendigo, aos poucos fizeram do rei um homem diferente. O pouco que ele passava lá, todos os dias, exercia grande influência no resto de seu tempo e rotina. O rei não percebeu quando um ano se passou. Nem mesmo quando vários anos se passaram. Mas ao fim do terceiro ano, um dia, o mendigo, de repente, disse ao rei:
"Bem, parece que nos esquecemos das duas coisas que você queria saber: sobre o homem mais pobre do que eu e a respeito do segredo de transformar a terra em ouro. Você não gostaria de saber?" O rei sorriu e replicou: "Mas eu já não sei? Eu era o homem mais pobre do reino porque estava ansioso para possuir mais ouro e queria, a todo custo, saber como transformar a terra em ouro. Agora acho que aprendi o segredo. Quando me sento aqui, ao alvorecer do dia e ao sol poente, fico maravilhado com os esplendores da natureza ao redor, quando as cores do céu estão salpicando a terra, com as nuvens debruadas de diamantes, com toda a criação de Deus; tudo me parece milhares de vezes mais maravilhoso do que ouro."
O Evangelho diz: “A felicidade não é deste mundo” mas, não podemos esquecer, que é aqui, exatamente onde encontramos os maiores obstáculos e sofrimentos, é que ela começa, ou melhor, aqui começamos a construir seus alicerces.
Questionado, um Orientador da Luz Maior, a respeito dessa questão disse: "Se Eu pudesse dar um conselho a vocês, diria: "A felicidade está também neste mundo para aqueles que souberem identificá-la. Para aqueles que olharem ao redor e souberem perceber como são ricos, simplesmente por contarem com o amor e carinho da família, com a solidariedade dos amigos.
Para aqueles que perceberem que são afortunados porque são capazes de olhar ao redor e ver que existem outros que não contam com esse tipo de fortuna, mas principalmente para os que também pensam: como posso eu auxiliar os que não são tão afortunados quanto eu? Ou ainda, o que posso eu fazer para que eles sofram menos?
Aqueles seres humanos contaminados pela entorpecedora febre do ouro não vacilam em torturar, mentir e trair, se for preciso, para satisfazer a sua cobiça, sem perceberem que a finalidade da nossa existência é ser feliz, mas que essa felicidade, entretanto, está relacionada aos valores humanos alicerçando seu caráter, refletindo na sua conduta como uma conquista espiritual da personalidade e não com dinheiro, bens ou propriedades.
De nada vale a riqueza material para um homem se possuir um espírito pobre, pois seguirá vivendo numa grande miséria, desprovido da verdadeira riqueza que é a riqueza do "ser", onde os sentimentos, valores e atitudes nobres constituem o maior patrimônio.
A felicidade não vem pronta, nem segue fórmulas estabelecidas; é preciso compreender que é rico, é próspero, aquele que tem a sua saúde mental, espiritual, emocional, física e financeira equilibradas e integradas. A partir deste princípio podemos compreender a profundeza das palavras “seja feita a Tua Vontade e não a minha”.
Depositar nas Mãos do Nosso Pai, nosso livre arbítrio e confiar nos Seus Sagrados Desígnios, aceitando o contato com nosso Ser Divino como a nossa maior riqueza, e estabelecer Seu Amor e Suas Palavras como nosso único guia.
O essencial é invisível aos olhos, só se vê com os olhos do coração.
Antoine de Saint Exupéry
VERA GODOY
Texto revisado por Cris
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