O difícil caminho da Liberdade e da Felicidade
Atualizado dia 7/8/2015 6:04:39 PM em Autoconhecimentopor Renato Mayol
E para você, o que é felicidade? Estar junto da pessoa amada? Estar junto dos filhos ou dos amigos? Ter conforto e estômago cheio? Vencer, ganhar e receber prêmios? Ter uma boa casa, boa companhia, lazer, sucesso, dinheiro, amores? Ter poder? Trabalhar, festejar, produzir, copular, gozar e procriar?
Nessa dimensão, enquanto sonolentos, tudo isso nos apetecerá e fará com que nos esforcemos para alcançar uma felicidade feita de muito disso tudo. Uma felicidade que, porém, limita a percepção e faz saborear o fel como se fosse mel.
Drogas são também sempre mais utilizadas na busca de alguma felicidade ou na fuga da infelicidade, da tristeza e do sofrimento.
E as drogas são tantas que por acaso alguém pode se considerar livre delas? Sejam elas rotuladas de lícitas ou ilícitas, conforme as conveniências. São chás de plantas, de cogumelos, cocaína, heroína, crack, calmantes, barbitúricos, sedativos, antidepressivos, anfetaminas, ácidos, maconha, cafeína, tabaco, álcool e tantas outras.
Se for através das drogas que buscamos a alienação para suportar o cotidiano da nossa infeliz condição humana contaminada pelas convenções, pela falsa moralidade, pelo certo e pelo errado atribuídos de acordo com interesses escusos e particulares, como é possível sermos realmente livres e felizes? A felicidade e a liberdade estarão sempre longe do nosso alcance enquanto agirmos como pobres animais presos na jaula da vida. Jaula sem grades, portas ou fechaduras aparentes, porém de segurança máxima, cuja central opera através de crendices e ilusões.
Padres, rabinos, pastores, vigários, bispos, pregadores, pais de santo, e outros, de que forma podem eles mostrar ou ensinar o caminho para a verdadeira felicidade e liberdade se, em sua maioria, eles mesmos são vítimas de suas próprias crendices e ilusões? Levar o ser humano a acreditar que apenas com algumas preces, rezas, velas, crenças ou rituais realizados por seja lá quem for irão ajudá-lo a ganhar a liberdade e a felicidade é um bem elaborado estratagema de manipulação da mente para manter o homem aprisionado, porque isso tudo o leva a crer que está no caminho certo. As ciladas para ludibriar são sutis e invadem sub-repticiamente, como um câncer, e enquanto o câncer pode acabar matando o corpo, o domínio da mente por outrem pode acabar matando a alma.
É como manter prisioneiros em uma cadeia após dar-lhes a sugestão pós-hipnótica de que são livres e felizes e que sempre o serão enquanto fizerem tudo o que lhes for mandado por seus guardas!
Somente o próprio “homem” realizando sua própria transmutação poderá libertar-se de si mesmo e se tornar “Homem”. Mas, quando isso vai acontecer?
Só vai acontecer quando o homem sentir náusea de ser como é: pequeno, egoísta, preocupado com suas necessidades fisiológicas, com sua vontade de ter dinheiro, fama e poder. Um ser com inveja e ciúme, vivendo com medo de tudo e de todos. Um ser que acredita que objetivos e consecuções externas fazem a diferença, quando em verdade ele mesmo é a obra sobre a qual deve trabalhar.
Importante é o despertar para a percepção de si mesmo e descobrir que o resto é tudo ilusão. Enquanto iludidos, estaremos escravizados a participar de uma corrida onde não há linha de chegada.
Um dos pesados elos da corrente que nos prende é a vaidade. Vaidade que abre a porta ao orgulho e à inveja, e que leva à perda do sentimento da unidade. E isso se repete praticamente a cada vez que nos olhamos no espelho!
Vaidade que, quando ferida, diminui a autoestima e abre as portas da autopiedade, fechando as da liberdade e da felicidade.
Quando, na busca da verdadeira liberdade, de repente, o homem acaba se encontrando consigo mesmo e se dá conta de sua prisão, nessa hora emitirá do mais íntimo do seu ser, sua silenciosa e desesperada súplica por socorro.
Imagine-se acordando em corpo de hiena, ou de minhoca, ou de outro animal qualquer, mas conservando o seu humano raciocínio. Qual não seria o seu desespero? Igual é quando nos percebemos presas das pobres e limitadas vestes humanas que um dia desejamos vestir, atraídos que fomos pela armadilha da matéria.
Porém, quando você se descobrir prisioneiro, nada mais será igual para você. E para não revelar sua louca lucidez, você continuará agindo com aparente naturalidade, mas no íntimo, assustado e emocionado você tentará achar forças para continuar sua jornada em busca da via de saída rumo à verdadeira Liberdade e à Felicidade. E você vai descobrir que a via de saída passa pelo difícil caminho de ser capaz de libertar-se das miragens esfuziantes que inebriam os sentidos aprisionando o Ser, que deixa de ser, quando adentra o azul planeta jaula.
Texto extraído do livro: “O Labirinto Azul”
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