O Discernimento da Formiguinha
Atualizado dia 15/02/2008 18:35:52 em Autoconhecimentopor Eda Cecíllia Marini
Quero registrar aqui a fluência de graças que caem sobre mim e sobre todos que se ligam a esta faixa, ao ler e meditar sobre esta frase de Babaji:
“Sê como a sábia formiga que pega somente o açúcar deixando intacta a areia".
Ela me atinje como a força e luz de um raio e com a ternura da chuva branda que conforta as plantas e clareia o céu! Quanta coisa há para se sentir e pensar, quantas mensagens, quantas advertências, nesta simples mas sábia comparação!
Este Mestre foi buscar um inseto pequenino, rastejante, quase invisível, mas muito poderoso, forte e determinado. Foi buscar grãos microscópicos – açúcar e areia, para exemplificar um ato de grandeza, humildade, discernimento e simplicidade.
Talvez você diga: está na cara! Mas, eu retruco: não, não está na cara! Na teoria, sabemos tudo, mas na prática, nem sempre é assim e agimos de acordo com nossas carências, medos, vaidades e vícios emocionais, com nossas ilusões e pseudo-metas.
Podemos dizer que a formiga é um inseto que faz do trabalho a sua vida, mas isso não a impede de discernir o que é bom ou não para ela e sua comunidade. Seu instinto a impele a procurar comida e tantas coisas mais para todos que vivem no formigueiro, de forma até exaustiva. Mas, com sabedoria, ela escolhe o que realmente é bom para si e os seus, sem se deslumbrar pela oferta que tem à frente, ou pelo que outros insetos fazem.
Pacientemente e com objetividade, mede, analisa, sente e decide.
Ao optar conscientemente (se é que formiga em consciência ...), ela pega só o que lhe serve e só o que agüenta carregar, mesmo que com até certo esforço, mas nunca nada além do necessário ou do que lhe é próprio.
Generosa, ela deixa o resto intacto para ser usado por quem de direito, sem ser maculado.
É um ato de sabedoria (“isto me serve, isto não me serve”), humildade (“preciso somente disto”), desapego (“realmente, não preciso deste outro”) e profundo respeito (“este outro será aproveitado por outros”).
Então, me pergunto:
- Sei discernir entre o que quero e o que realmente preciso? Entre o que realmente posso e o que desejo? Entre quem sou e o que quero parecer ser? Entre a realidade e a ilusão?
- Sei discernir os momentos e as situações que passo, a cada dia, percebendo o que é mesmo válido vivenciar, independente de meus condicionamentos, da vaidade e do medo? Independente da pretensão de ser ou ter mais que posso, das exigências dos “tem que”?
- Consigo avaliar para escolher?
A formiguinha não pára nunca – quer fazer sempre o seu melhor, e sabe que o está fazendo – mas nem por isso se confunde ou se desespera no afã de tudo açambarcar.
É generosa, não limitada.
É flexível, não orgulhosa.
É modesta e dedicada, fazendo o seu melhor, dentro de suas possibilidades.
Sem pretensões absurdas ou falsas.
E assim, ela tem sempre o seu quinhão, pois nada e ninguém são esquecidos pela Divina Fonte que a tudo provê. Uma lição de fé genuína.
Mais comentários são desnecessários.
Agora, mister se faz agir. E, diga-se de passagem, aproveitando o exemplo da formiguinha.
Que esta meditação possa lhe trazer a luz e o conforto que trouxe a mim.
Paz e Luz.
Texto revisado por: Cris
Avaliação: 5 | Votos: 9
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