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O ego e o eu

Atualizado dia 18/05/2019 14:15:27 em Autoconhecimento
por Paulo Tavares de Souza


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Existe o ego e existe o eu, ambos disputam espaço na consciência. Um é positivo e outro é negativo. Tudo aquilo que é negativo sinaliza uma ausência, por exemplo: na matemática o menos dois é um número negativo, pois eu posso dar duas maçãs para alguém, mas não posso dar menos duas maçãs para ninguém. Isso significa que aquilo que é negativo, simplesmente não existe, apenas sinaliza uma falta. O ego, portanto, não existe, é um construto ilusório que sinaliza a ausência do eu. Ele é um personagem criado pela sombra da psique, oriundo dos nossos medos e um retrato da nossa ignorância, ou seja, ele não é nada.  

A existência do ego depende de combustíveis emocionais que não são nada menos do que os conteúdos carregados de emoção devidamente armazenados no inconsciente (samskaras). É aquilo que não foi bem elaborado através dos eventos da existência e guardamos com toda a sua carga afetiva.

O eu, ao contrário, possui um escudo poderoso, um verdadeiro escudo de Atenas, como aquele que foi oferecido a Perseu para enfrentar a Medusa. Esse escudo é a razão, pois só a razão pode confrontar a ignorância e dissolver o medo, ambos, o medo e a ignorância,  são instrumentos que representam a argila desse campo ilusório. Vencer o ego, portanto, só é possível através da razão. Só poderemos lograr êxito nessa luta usando nossos recursos cognitivos no enfrentamento do medo que nos assombra.

O medo é essa Medusa, ele nos petrifica. A inércia toma conta de nossas vidas em função da supremacia desse gigante, tudo fica paralisado, pois, infelizmente, toda a nossa personalidade foi elaborada por esse material. Enfrentar o medo só é possível usando o escudo da razão, já o disse, mas a potência dessa arma depende do conhecimento. Quanto maior for o nosso conhecimento, mais racionais nos tornaremos e muito mais poderosos seremos diante desse combate.

Existe um campo onde germinam todos os elementos negativos do nosso campo psíquico: é o campo da ignorância. No hinduísmo, ele recebe o nome de samsara e é justamente dentro desse campo que nos aprisionamos. Ficar preso na roda de samsara, em sucessivas idas e vindas ao corpo é ficar preso na ignorância, apenas isso. Na medida em que expandimos o eu positivo, esse campo sofre uma redução, até desaparecer; isso é iluminação.

Todos os discursos, espiritualista ou filosófico, que não contemplarem essa verdade, estarão reforçando o ego, isso mesmo, estarão dando vida ao falso eu que precisa ser desconstruído.

O que precisamos ser, entendam, já somos! Não há o que melhorar, apenas realizar. Precisamos realizar aquilo que já somos, precisamos apenas ser.

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Conteúdo desenvolvido por: Paulo Tavares de Souza   
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