O ELO




Autor Hellen Katiuscia de Sá
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 2/27/2006 6:37:19 PM
Ele havia nascido há muitos séculos atrás. Já tinha sido homem e mulher em várias e várias existências. E agora, faltava-lhe o último passo... Foi por causa de uma de suas vidas, quando veio moça bonita com cabelos de fogo e olhar de ágata, como um belo lago que refletia o tempo sem espaço ou proporção. Tinha vindo leve, tão leve quanto o vento. E por isso podia viajar como ele...
Ele, atualmente ela... tinha nascido num povoado ancestral ao de agora. E veio com a estrela sobre sua fronte. Teve ela então, os presentes. Ao conhecer a luz neste mundo, foi deitada sobre o seu berço. E à noite, longe dos olhos míopes dos humanos adultos, viera-lhe o brilho reluzindo os raios de cores.
Do amanhecer recebera a chance de ver a luz verdadeira e com isso a faculdade de abrir suas mãos sobre os campos. Do dia alto, quando o sol estivesse no meio do céu, ela poderia sentir os momentos... Sim! Os momentos. A jovem aprendeu cedo que o tempo em si, é ilusão!
E foi fácil estar em muitos lugares e assim atravessar a barreira ilusória do tempo e espaço. Soube que existem vários mundos coexistindo num só, aquele que temos força para criarmos e carregá-lo dentro de nós mesmos... Sabia que tudo está ali, dentro de si. Bastava dar o primeiro passo.
Ia e vinha para muitas de suas existências, poderia refazer o círculo de vida que a rodeava por dentro. O seu círculo se fechava, sem prender nada nele. E assim a pequena fez... Desenhou seu círculo alcançando o direito de ter acesso ao conhecimento das seis pontas da estrela.
Este, ela deveria entregar para possuí-lo... sabia que não seria fácil, mas assim concordou na sua existência de olhos de ágata. Teve a paciência de aguardar os demais. Voltou a um presente distante desse para reunir todos os ancestrais da primeira linhagem e os esperaria retomar às reais formas para poderem, juntos, completar finalmente o elo.
A espera seria exaustivamente longa e difícil. A luta de todos eles era interna e feroz... Mas os pássaros ancestrais retornariam ao ninho único. Isso aconteceria quando conseguissem se libertar da última barreira imposta pela ilusão desse planeta: o medo de mudar.
Hellen Katiuscia de Sá
27 de fevereiro de 2006
Texto revisado por Cris
Avaliação: 5 | Votos: 4




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