O ENGADO DO EVEREST
Autor Xavier Andre
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 11/20/2016 8:29:34 AM
Onte vim um film espetacular, baseado na dramática conquista do Monte Everest, o meirande do mundo, por um grupo de alpinistas de vários países, alô em 1996. Numha certa altura, antes de encetarem a rubida, falam sobre o motivo que os leva a tentar umha tal extrema proeza. De partida, todos eles concordam no grande sonho que lhes é conquistar o Monte Everest. Um deles diz que tem sempre umha nuvem preta, de infelicidade, a pairar sobre si, mesmo quando está coa família, e que só quando está na montanha, na escalada, é que ela desaparece. E um outro fala de fazê-lo tamém pra inspirar as persoas, nomeadamente as crianças dumha escola, de forma que ele próprio se sinta útil dalgumha maneira, e cum propósito na vida.
Estas testemhunhas servem pra ilustrar umha disfuncionalidade que praticamente todos os seres humanos sofremos, e que está na origem de tódalas nossas guerras, projetos desvairados e ególatras e abusos que deles derivam. Essa «preta nuvem» que paira sobre muitos de nós, é que só desaparece quando estamos na natureza, livres da escravagem material e mental que o mundo civilizado nos impom, é em realidade umha discórdia mental, umha treboada de pensamentos, frequentemente negativos, que nom somos quem de parar (e a que Steve Taylor chama Humania). É verdade que o alpinista acha a paz e felicidade na escalada, porque ao focar-se na própria e imediata supervivência ele deixa de escoitar a sua própria mente tagarela, com todo o fluir de pensamentos negativos que tem. A pura existência fica limpa da ilusom dos pensamentos, o único que existe prò alpinista é o momento presente, manifestado em ele próprio (nom nos seus pensamentos) e na montanha.
Emporisso, muitas vezes ele acaba por sucumbir ao embate dessa mente dominante (que é a que guia todas as persoas civilizadas, sem se aperceberem) e cismar numha proeza que lhe dea um senso de realizaçom. Em vez de se contentar co momento presente, seja na altura que seja, a mente tagarela dissocia a eternidade do tempo num agora insuficiente e um futuro ideal, sempre mais alto. E o momento presente desaparece coa atividade mental, que o nega. Nom é possível viver o momento presente pensando. Assi, ficam apenas o passado e o futuro, puras argalhadas mentais. E essa mesma Humania é a que guia as vidas dos nossos líderes políticos, dos homes de negócios e grandes executivos e banqueiros, em soma, a dos que governam o mundo. Mas em realidade é a mente louca deles, a mente tagarela, que governa o mundo.
Já que logo, os efetos da Humania som, como se depreende do devandito film, um pendor pra tentarmos cousas extremas, muitas vezes tipo grandes façanhas, que nos deam umha sensaçom de poder ou de realizaçom. E o resultado, como tamém se depreende do film, é o pôr as nossas vidas, e as de outrem, em grande perigo, além de perpetuarmos a nossa grande infelicidade. A questom aqui é a seguinte: porque o conquistar o Monte Everest se torna o objectivo final, enquanto o caminho que nos leva a ele, com todas as experiências, amizades e descobertas que nos oferece, perde esse privilégio final? É preciso ter umha mente doentia pra fazer essa troca, que todos tendemos fazer dalgumha maneira ou outra, mas som poucas as persoas que se decatam desta loucura coleitiva.
O dia que consigamos parar esse fluir descontrolado de pensamentos, que nos isola dos nossos semelhantes e nos encastra num ego idividual e claramente marcado, o dia em que nos decatemos de que nom temos porque ser úteis aos outros sem antes nos aceitarmos como somos, e de que estamos no mundo pra caminhar, cheguemos ou nom ao cúmio que for, deixaremos de ser seres loucos: a humanidade terá transcendido essa quimera mental que tanto teima em perseguir: o futuro ideal.
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Conteúdo desenvolvido pelo Autor Xavier Andre Produtos: “De volta à saúde“, traduçom do livro do psicologista transpersoal, Steve Taylor, “Back to sanity“. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |