O fenômeno da fé
Atualizado dia 01/04/2015 13:37:44 em Autoconhecimentopor Leandro José Severgnini
Já comentei em outras oportunidades que o conceito de fé encontra-se deturpado e precisa ser revisto para evitar que seja taxado de antirracional. Em suas pesquisas, Huberto Rohden descobriu que fé não é sinônimo de crença. Usar a expressão "crer" para se referir à fé torna-a incompleta. Segundo Rohden, fé traduz-se melhor por fidelidade. Mas fidelidade a quem ou fidelidade a quê? Talvez a uma Divindade, ao Cosmos etc.. O certo é que, assim analisada, essa fidelidade ganha uma conotação de sintonia, de conexão com uma Divindade ou aos harmônicos mecanismos da vida. Sabendo que a consciência humana oscila, energeticamente dependendo da qualidade de seus pensamentos e sentimentos, é bastante óbvio que para estabelecer essa sintonia com Consciências Superiores, a consciência humana individual precisa vibrar também de modo superior. Se este indivíduo vibra amorosamente pela humanidade e pela vida de uma forma geral, podemos dizer que ele alcançou algum nível de fé, de sintonia, de fidelidade ao Cosmos e seu plano evolutivo. Por isso, Rohden chegou à conclusão de que a crença, na maioria dos casos, é insuficiente para determinar se o indivíduo tem fé ou não, pois ele pode crer, mas não ter fé alguma, dado o seu baixo nível moral.
Motivado por questões pessoais, ao longo de minha vida refleti muito sobre a questão fé. Hoje preciso concordar com Rohden em sua visão, mas não posso concordar com aqueles que julgam a fé como antirracional. Se tomarmos por base o conceito de fé como sinônimo de crença, esta sim pode ser facilmente refutada a um exame racional, pois, na maioria das vezes, ela é resultado de um condicionamento familiar ou mesmo social, portanto, não tem sustentação. Por outro lado, a fé como sinônimo de sintonia espiritual tem outro aspecto, pois ela é fruto de um alto nível de desenvolvimento moral. Logo, esse estado de "conexão" com uma Divindade é algo bastante subjetivo, uma experiência mística pessoal, algo que não pode ser refutado, pois transforma até os mais racionais. A história está repleta de seres que foram verdadeiros mártires e sacrificaram suas próprias vidas devotados à uma causa. O que os motivou? A crença? A razão? Duvido muito! Somente um estado de conexão transcendental é capaz de motivar um indivíduo a sorrir jubilosamente em meio à dores e sofrimentos, algo como um estado supra-racional de fé-fidelidade-sintonia.
Mas o que quero enfatizar é que esse nível de fé não é exclusividade de alguns escolhidos pela Divindade. Não, esse é um potencial inerente a toda a humanidade. Para desenvolvê-la, o primeiro passo é compreender que estamos aqui por um motivo muito especial que é a nossa evolução. O segundo aspecto é perceber que o caminho mais curto é devotar-se à prática do amor. O amor é o único sentimento capaz transformar em sábio o mais humilde e ignorante. Assim se desenvolve a fé, a fidelidade e a sintonia com o Todo!
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Palestrante espiritualista e escritor. Autor dos livros intitulados "Dias de Luta, Dias de Glória", "Liberdade - Nada Menos Que Tudo" e "Em busca do infinito". E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |