O HOMEM DO CASTELO
Autor Hellen Katiuscia de Sá
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 5/12/2005 2:28:06 PM
Havia um homem muito estudioso que vivia em seu castelo de pedras, numa época remota. Esse homem não saía, não conhecia seus vizinhos do vilarejo abaixo da montanha, onde ficava seu castelo.
Permanecia apenas com seus livros, estudos, afazeres e descobertas científicas. Em sua mente dormitava, exclusivamente, essa realidade das coisas. As pessoas da vila nunca tinham visto esse homem e notícias corriam de que ele era um mago malvado e sem coração.
Até que um dia, uma moça do vilarejo estava passeando com seu irmãozinho pela mata, à procura de amora, e perderam-se do caminho habitual indo parar nos fundos do castelo do “mago malvado”.
Seu irmãozinho, despreocupado, continuou caminhando, fingindo ser um cavaleiro da corte com sua espada imaginária combatendo dragões que sua imaginação criava. De repente, o menino olhou para o alto e viu um homem barbado vestido numa capa preta. Espantou-se e correu para os braços da irmã.
O homem do castelo os viu, aproximou-se vagarosamente, e disse: “O que fazem aqui? Este terreno me pertence. Vocês não têm permissão de estar aqui.”
“Sim, senhor. Sabemos disso, nos perdemos na mata... Estamos procurando o caminho de volta para casa.” disse a moça, muito assustada.
O homem do castelo olhou bem nos olhos dela e constatou que a moça falava a verdade e indicou o caminho de volta. Os irmãos agradeceram e foram andando.
Desde esse encontro, porém, o homem do castelo não esqueceu o olhar e a voz da moça. Um profundo desânimo abateu-se sobre ele. Não lhe serviam mais a companhia de seus livros, nem de seus estudos. Sua única vontade era ver aquela moça novamente.
E ele, que era um homem cheio de conhecimento, sabia dos segredos e mistérios do Povo do Norte e do Povo do Sul não sabia, no entanto, que sua alma estava aprisionada por muros sem grades, a prisão que liberta: o amor que invade o peito e arrebata todas as ilusões do conhecimento, pois o amor não se aprende nos livros.
Hellen Katiuscia de Sá
24 de abril de 2005
Texto revisado por Cris
Avaliação: 5 | Votos: 5
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