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O HOMEM É O LOBO DOS HOMENS

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Autor Rita Maria Brudniewski Granato

Assunto Autoconhecimento
Atualizado em 1/17/2006 7:41:39 PM


A realidade nos mostra que a civilização não se contenta com as ligações que até agora lhe foram concedidas. São fornecidas, para uma sociedade ser civilizada, uma exigência ideal que é "Amarás a teu próximo como a ti mesmo". Esta exigência é conhecida no mundo todo e mais antiga que o cristianismo que a apresenta como sua reivindicação mais gloriosa.

O elemento de verdade por trás disso tudo, elemento que a maioria das pessoas está disposta a repudiar, é que os Homens não são criaturas gentis que desejam ser amadas e que, no máximo, podem defender-se quando atacadas; pelo contrário, são criaturas entre cujos dotes instintivos deve-se levar em conta uma poderosa cota de agressividade. Em resultado disso o seu próximo é para ele alguém que tenta satisfazer sua agressividade, explorar sua capacidade de trabalho sem compensação, utiliza-lo sexualmente sem consentimento, apoderar-se de suas posses, humilha-lo, causar-lhe sofrimento, torturá-lo, mata-lo.

Homo homini lupus (O homem é o lobo do homem, citado por Plauto, Asinaria II, IV, 88). Quem, em face de toda a sua experiência de vida e da história, terá coragem de discutir essa asserção? Via de regra, essa cruel agressividade espera por alguma provocação ou se coloca a serviço de algum intuito, cujo objetivo poderia ter alcançado por medidas mais brandas em circunstâncias que lhe são favoráveis, quando as forças mentais contrárias que normalmente a inibem se encontram fora de ação; ela também se manifesta espontaneamente e revela o Homem como uma besta selvagem, a quem a consideração por sua própria espécie é algo estranho. Quem quer que saiba das atrocidades cometidas durante as imigrações raciais ou invasões dos hunos, ou pelos povos conhecidos como mongóis sob a chefia de Gengis Khan e Tamerlão, ou na captura de Jerusalém pelos piedosos cruzados, ou mesmo, na verdade, os horrores da recente guerra mundial; quem quer que relembre tais coisas terá de se curvar humildemente ante a verdade dessa opinião.

A existência da inclinação para a agressão que podemos detectar em nós mesmos e supor com justiça que está presente nos outros, constitui o fator que perturba nossos relacionamentos com o nosso próximo e força a civilização a um tão elevado dispêndio de energia. Em conseqüência dessa mútua hostilidade primária dos seres humanos a sociedade civilizada se vê permanentemente ameaçada de desintegração. O interesse pelo trabalho em comum não a manteria unida; paixões instintivas e avassaladoras são mais fortes que os interesses razoáveis.

A civilização tem que utilizar esforços supremos a fim de estabelecer limites para os instintos agressivos do Homem e manter suas manifestações sob formações psíquicas reativas. Daí, portanto, o emprego de medidas destinadas a incitar pessoas à identificação e relacionamentos amorosos inibidos em sua finalidade; daí a restrição à vida sexual e daí, também, o mandamento ideal de amar ao próximo como a si mesmo, mandamento que é realmente justificado pelo fato de nada mais ir tão fortemente contra a natureza original do Homem.

Essa característica indestrutível da natureza humana seguirá a civilização. Se a civilização impõe sacrifícios tão grandes, não apenas à sexualidade do Homem, mas também à sua agressividade, podemos compreender melhor porque lhe é difícil ser feliz nessa civilização. O homem civilizado trocou uma parcela de suas possibilidades de felicidade por uma parcela de segurança.

"O sofrimento nos ameaça a partir de três direções: de nosso próprio corpo, condenado à decadência e à dissolução. E que nem mesmo pode dispensar o sofrimento e a ansiedade como sinais de advertência do mundo externo que pode voltar-se contra nós com forças de destruição esmagadoras e impiedosas; e, finalmente, de nossos relacionemos com outros Homens. O sofrimento que provém dessa última fonte talvez nos seja mais penoso do que qualquer outro."
Freud, "O Mal-Estar na Civilização", pg.95.

Texto extraído, em parte, da Revista Espaço Acadêmico, n.26, Julho de 2003.

RITA MARIA BDNIEWSKI GRANATO
(21) 3325-0301
Psicóloga clínica e Psicanalista

Texto revisado por Cris

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Conteúdo desenvolvido pelo Autor Rita Maria Brudniewski Granato   
Sua metodologia atual de trabalho combina diversas áreas da Psicologia tradicional e moderna, com resultados altamente eficazes comprovados pela recuperação de centenas de pacientes ao longo dos seus mais de 30 anos de profissão Especializou-se em atendimento a adultos, adolescentes, crianças, casais e família.
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