O iluminado palco da vida
Autor Flávio Bastos
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 3/22/2008 4:32:36 PM
O teatro é a vida... a vida é o teatro. Embora não percebamos, somos atores no iluminado palco da vida, onde cada um de nós deve desempenhar o papel de personagem principal.
No entanto, nem todos desempenham o seu papel principal no palco da vida. Muitos fogem da responsabilidade ao transferir a terceiros esse papel. Ficam a observar dos bastidores do palco, o desenrolar da peça de sua vida... longe da luz dos holofotes e do desafio das vaias ou da consagração da platéia.
Lisete era uma dessas pessoas que não se assumia como atriz principal no palco de sua vida. Tivera pais biológicos, irmãos, uma família razoavelmente estruturada. Porém, uma crise de depressão camuflava um sentimento de insatisfação com a vida e consigo mesma.
A psicoterapia, através da técnica psicanalítica de "associar livremente", começou a pontuar passagens de sua infância onde ocorreram significativas perdas afetivas. Pequenas e grandes perdas que provocaram traumas psíquicos.
No entanto, na associação livre, Lizete não falava de si como se sentisse atriz principal no palco de sua vida. Sempre tinha um afeto, uma situação ou fato que representasse ter mais importância do que ela no contexto de sua história. Ela simplesmente não desempenhava o seu papel. Falava de sentimentos, mas nas entrelinhas dos bastidores, onde preferia representar o papel de coadjuvante... ou sósia...
O inconsciente de Lizete teimava em afastá-la do papel de personagem de si mesma ou como protagonista principal do enredo de sua história. No palco da vida, a platéia à sua frente encontrava-se indiferente... nem vaias, nem aplausos. O cenário... às escuras. A sua vida tornara-se vazia de conteúdo, de alma e de significado.
A experência regressiva de Lizete seguiu o mesmo padrão que provavelmente venha acompanhando-a vida após vida. No entanto, a sua memória resgatou da vida atual, importantes detalhes numa impressionante ordem cronológica dos fatos relacionados às experiências de perdas que a traumatizaram.
No decorrer da psicoterapia de orientação psicanalítica, a investigação de seu psiquismo revelou que a sua aparente capacidade de doação e entrega de nível altruísta, na verdade, era uma artimanha do inconsciente no sentido de protegê-la do foco dos refletores do palco, à medida que em seu lugar "apareciam" personagens que representavam papéis secundários em sua vida.
Diante desta situação, estava posto o grande desafio para a psicoterapia e, consequentemente, para a vida presente e futura de Lizete: fazê-la sair do esconderijo dos bastidores para que ela pudesse assumir no palco da vida o seu real e verdadeiro papel.
E assim... como num ciclo individual e coletivo, repete-se a história de muitos indivíduos que por detrás das sintonias-sintomas da depressão e do pânico, entre outros, esconde-se (nos bastidores...) o sentimento do medo, responsável pelo afastamento de suas "vítimas" do iluminado palco da vida.
Portanto, este é o maior desafio para as psicoterapias de uma forma geral em relação às vítimas do medo de viver: acertar o rumo do "desvio de percurso" de suas vidas para que elas possam assumir verdadeiramente o seu papel no universo, ou seja, o de desempenhar sob o foco da Luz da Criação e da consciência, aquilo que de fato e de direito conquistamos no palco da vida: o de principal personagem e agente transformador da nossa própria realidade.
Observação: o verdadeiro nome da pessoa foi preservado.
Psicanalista Clínico e Interdimensional.
flaviobastos
Avaliação: 5 | Votos: 11
Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), Psicoterapia Reencarnacionista e Terapia de Regressão, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose, e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |
