O ILUSIONISTA - MENSAGENS SUBLIMINARES II
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Autor Christina Nunes
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 04/05/2008 12:12:17
(...)O que se compreende com clareza nesta bela história, num nível subliminar, é o franco dilema que enfrentava naquelas épocas um homem dotado não apenas das habilidades para prestidigitador, mas também dos dons avançados do sensitivo, ou médium dos tempos atuais. A acuidade mental de que se fazia portador, para driblar investidas do poder estabelecido que não podia tolerar o manejo de leis naturais ainda desconhecidas da ciência tida como oficial, e ainda por um homem das classes mais desfavorecidas da população, afrontando o poder estabelecido e respeitado pelas massas. Pois, se se admitisse o que toda gente presenciava naqueles palcos, que espécie de ciência era a consagrada e tida como douta, na última palavra sobre questões graves a respeito de vida e de morte, da existência, ou da ilusão imposta pela contagem do tempo, e derivações infindas a partir daí?! Mais - como lidar com bom senso com a verdade de que tais dons extemporâneos vinham favorecer um representante humilde das camadas sociais mais baixas, e não um nobre?! E como admitir que uma duquesa prometida ao príncipe herdeiro da coroa o preterisse, e de resto prejudicando seus interesses políticos, em favor do homem representante dessas classes desprezadas que lhe fora amigo de infância, a par de primeiro amor de juventude?!
Sem dúvidas, a duquesa Sophie não nos surge como uma mulher comum, representante autêntica da mentalidade e das castas daqueles tempos. Jovem, interessou-se com inteireza dalma pelo rapaz modesto, mas sobre o qual a sua sensibilidade pura, cristalina, livre de máculas, lhe segredou um indivíduo especial, dotado de dons e de valores que a encantaram e, com sinceridade, encontraram em seu íntimo ressonância perfeita.
Sophie pode ser identificada como a alma gêmea de Edward - aquele encontro que mais cedo ou mais tarde se verifica entre duas almas em ressonância perfeita de visão de vida e de padrão vibratório evolutivo. E que não encontram obstáculos para realizar sua união, acima dos ataques e posicionamentos em contrário de terceiros, devido à sua compreensão tácita de que a união prescinde de distâncias. De fato, isto se evidencia, na trama, no camafeu confeccionado por Edward, com o qual a presenteia no início da história, e que jamais ela retira do cordão delicado que traz ao pescoço, denunciando os sentimentos pelo amigo de infância que nunca deixaram de habitar seu íntimo, unindo-os, desta forma inexpugnável, até ao instante em que se reencontram.
O Ilusionista é, portanto, tocante história, onde o amor e a espiritualidade retratada nos primórdios da arrancada dos fenômenos de ordem mediúnica no último século encontram palco fascinante para exibir ao telespectador, de forma exuberante, os lances de uma realidade que ainda hoje encontra ressonância no dia-a-dia de muitos. Não talvez no de mágicos ou prestidigitadores, nada embora muitas polêmicas girem em torno de uns tantos, cujas realizações permanecem envoltas em encantamento e em mistério - mas no cotidiano de seres humanos comuns que, em qualquer época e em qualquer região do mundo, se vêem assim aquinhoados com a manifestação espontânea destas faculdades reveladoras da existência das dimensões ignoradas, muito mais ricas e mais vastas da vida, tendo que, em decorrência, enfrentar a ira, o orgulho e o despeito dos inquisidores cegos existentes em todas as épocas onde se viram obrigados a defrontar a grande ameaça representada pela simplicidade soberana destas almas de vanguarda.
Carinho a todos.
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Chris Mohammed (Christina Nunes) é escritora com doze romances espiritualistas publicados. Identificada de longa data com o Sufismo, abraçou o Islam, e hoje escreve em livre criação, sem o que define com humor como as tornozeleiras eletrônicas dos compromissos da carreira de uma escritora profissional. Também é musicista nas horas vagas. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |