O LOUCO
Atualizado dia 7/12/2007 7:00:46 PM em Autoconhecimentopor Zaida Miranda Rebêlo da Silva
O Louco, também designado como The Fool, Le Fou, Der Narr, Il Matto ou El Loco, tem como ornamento comum na lâmina do tarot, um homem com movimentos largos; usa roupas de bufão e chapéu; carrega uma trouxa nos ombros; segura um cajado frouxamente; um animal doméstico rasga sua calça.
O simbolismo do homem, já visto nos arcanos anteriores, anda a passos largos indicando intensa atividade e longo caminho. Ele segura com uma das mãos uma trouxa, símbolo de experiência e desprendimento do ego social, apoiada em seu ombro, símbolo de força braçal e capacidade de suportar problemas, e com a outra mão segura um cajado, já visto no arcano 9 como prudência, mas que neste arcano está posicionado atrás de seu pé direito, simbolizando completa displicência e irreverência. Está vestido como um bufão, símbolo da segregação social, bode expiatório e inadaptabilidade e, é mordido por um animal doméstico, símbolo da comunidade social, simbolizando que a comunidade está tentando chamar-lhe a atenção para seus atos anticonvencionais. Na realidade, toda a sociedade necessita de uma vítima, normalmente escolhida pela inveja, para imolar a parte de si mesma que a incomoda, não permitindo que ninguém ouse romper as estruturas vigentes. A revolução dos padrões sociais incomoda ao mais liberal dos seres, e ninguém está preparado para mudanças de paradigmas, sem que o deseje. No arcano 21 vislumbramos novos horizontes; neste arcano caminhamos por um novo mundo de auto-espressão de possibilidades ilimitadas porém, sem observar os rumos tomados ou diretrizes estabelecidas.
Em seu signo, O Louco evoca uma condição peculiar que tange tanto a coragem como a imaturidade; seu nome representa o que está fora de si, sendo contrário ao bom senso, dominado por pensamentos irrefletidos, excentricidade nos hábitos, alienação de pensamentos e atitudes, demência, imprudência, travessura e força incomum.
Este arcano sugere tudo ou nada, pois sua ousadia está além da compreensão racional. Revela que não há limites em sua busca, mas buscar o quê? Não se sabe, pois somente uma força interior e instintiva o está movendo para uma direção, mas também não sabe qual será. Temos um momento peculiar do ser humano e de seu destino: livre-arbítrio ou carma? Nem um e nem outro: traduz o momento mais livre da vida, tanto sobre a ótica da vontade pessoal quanto a do destino e a liberdade atingida é tão incomensurável, que tangencia o caos. Porém a falta de uma consciência absoluta desse precioso aspecto, produz uma desordem mental, extravagância material, imaturidade emocional, insensatez social e imprudência espiritual. É importante observar que, embora o momento e a situação se encontrem dispersos e à deriva, evocam o período mais poderoso da vida, no qual a única forma de realizar alguma coisa produtiva é com planejamento, objetivo e direção; porém não é o forte dessa situação, infelizmente.
Este arcano ousa, inventa e avança, não importando as consequências, procura seu próprio caminho sem saber qual será e buscará sua revolução pessoal, unicamente pelo tempo e quando lhe for conveniente; brevemente ele personificará os atributos do arcano 1 e iniciará uma nova jornada, fazendo o eterno ciclo da vida humana: buscar, buscar, buscar... até atingir o arcano 21, fechando outro ciclo e, assim, por todo o sempre. O arcano sem número, não é o número 0 e nem o 22 e nem é o primeiro e nem o último dos arcanos; ele é o caos a ser ordenado, o vácuo a ser preenchido, o elo entre o final e o início de um ciclo de vida, sendo similar à teoria do big-bang, da física quântica, porém, ocorrendo ciclicamente em nossos corações e mentes, num eterno moto contínuo. Podemos extrair uma reflexão: Nada fazendo, nada acontece.
Taróloga
Texto revisado por Cris
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