O magnetismo do homem bom




Autor Flávio Bastos
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 1/26/2011 8:37:44 PM
"E toda a multidão procurava tocar-lhe, porque saía dele uma virtude que os curava a todos" (Lucas - 6:19)
A benevolência ou o exercício da caridade independem de doutrinas religiosas. No entanto, fazer o bem sem esperar recompensas é uma prática difícil de ser adotada como filosofia de vida, pois exige discernimento entre valores materiais e espirituais e, principalmente, libertação das nocivas influências do ego, que diga-se de passagem, também não é uma tarefa fácil de ser realizada.
O ego, pelo fato de ser o responsável pela forma de como nos relacionamos com as pessoas, torna-se uma "marca" da personalidade projetada como imagem no nosso círculo de relacionamentos interpessoais.
Nesse sentido, o egocentrismo e o egoísmo, derivados do prefixo ego, que tem as suas raízes na imaturidade do espírito, são os principais fatores de desequilíbrio nas relações afetivas. Consequência do espírito encarnado ainda preso às futilidades da matéria.
Portanto, renovar-se é transformar a sua própria energia através do exercício do bem na vida diária, seja nas pequenas, minúsculas ou grandes coisas realizadas. Mas para aprendermos a praticar a benevolência, temos que cultivar também a simplicidade e a humildade como valores básicos da longa caminhada em direção à essência do que somos.
Como registramos, é difícil a jornada rumo à transformação interior através da prática consciente da bondade, porque estamos condicionados, culturalmente, a sentir ou perceber as relações interpessoais com a imposição ou afirmação do ego de uma forma vantajosa, egocêntrica e interesseira, onde a auto-satisfação encontra-se em primeiro lugar.
Por isso, conhecer o outrem através de um olhar profundo e verdadeiro, é abdicar, aos poucos, do egoísmo e egocentrismo que tanto nos prendem aos laços da matéria. É baixar do pedestal do orgulho infértil e e desprender-se para a compreensão de si próprio e da pessoa amada, através da energia que fertiliza os relacionamentos afetivos.
A benevolência não é uma virtude exclusiva dos espíritos santificados pela Igreja, mas uma condição inerente ao ser humano. O bem está na atitude de quem preserva o ambiente natural em defesa da flora, da fauna, da qualidade do ar e da água. A benevolência está na atitude de respeito e consideração a quem nos solicita atenção e auxílio. A bondade no coração está nos mínimos detalhes que compõe o cotidiano da vida, mas que difícilmente percebemos porque não temos tempo ou porque não queremos ser chamados, pejorativamente, de "bons samaritanos", ou sermos supreendidos com uma observação leviana, tipo: "Que santa ingenuidade!" Porque, na "realidade", o importante e ser esperto, é estar ligado e levar vantagem em tudo...
No entanto, se desejarmos, convictamente, nos libertarmos de interesses pessoais que determinam o padrão comportamental de tendência egóica que nos acompanha há muito tempo, devemos transformar o nosso magnetismo pessoal que é a energia correspondente à inclinação de nossos sentimentos, e pelo qual atraímos energias afins, sejam elas de origem física ou espiritual.
Emmanuel, através da psicografia de Chico Xavier, registrada no livro "Pão Nosso", capítulo 110, dá-nos uma dica sobre o magnetismo pessoal fundamentado na prática desinteressada do bem como fator de gradual purificação do espírito: Se intentas atrair, é imprescindível saber amar. Se desejas influência legítima na Terra, santifica-te pela influência do céu.
Heitor Durville, escritor e autor do livro "Olhar Magnético - Os poderes do magnetismo pessoal", informa-nos que as pessoas que nos rodeiam fazem parte da nossa própria projeção mental e que somos felizes na medida que temos tudo na proporção de nossa necessidade. Para ele, é infeliz quem quer ter as coisas na medida de sua ambição. E completa o seu raciocínio: E mesmo que alguns tenham um grau de evolução maior que o de seu semelhante, é quando chega a velhice que sabemos se as pessoas foram boas ou más, porque forte mesmo é o homem que não se queixa de nada! É aquele que diante das adversidades da vida conserva, com o passar do tempo, a mesma paz de espírito e bom humor de quando era mais jovem.
Portanto, torna-se imprescindível para uma melhor compreensão de si mesmo, do outrem e do mundo que o rodeia, o indivíduo desprender-se das invisíveis amarras que o prendem aos desequilíbrios do ego.
Transformar a energia interior através do desenvolvimento de um magnetismo pessoal alicerçado na prática do bem sem interesses, é caminho de quem deseja atrair energias afins e encontrar a felicidade possível. No entanto, não devemos usar o nosso magnetismo para conquistar vantagens ou benefícios sobre terceiros. Se isso ocorrer é porque não aprendemos a lição de amor que a experiência proporciona.
Não esqueçamos que somos indivíduos dotados de um conhecimento pré-adquirido. E uma vez conquistado o magnetismo do homem bom, é só continuar praticando o bem no cotidiano das muitas vidas do espírito imortal, pois neste caso, a persistência na prática é garantia de felicidade plena.
flaviobastos









Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), Psicoterapia Reencarnacionista e Terapia de Regressão, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose, e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia. E-mail: flavio01bastos@gmail.com | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |