Menu
Somos Todos UM - Home

O MOVIMENTO SEM NOME

Facebook   E-mail   Whatsapp

Autor fatima bittencourt

Assunto Autoconhecimento
Atualizado em 2/8/2018 3:55:27 AM


Um fenômeno sem precedentes acontecendo agora mesmo neste nosso mundo. Sejam professores em favelas, defensores de florestas, fazendeiros urbanos, designers de tecnologias alternativas, resistência antimilitar (a lista continua…), o fato é que pessoas de todas as áreas da vida estão revivendo e se reunindo, impelidas a criar uma sociedade mais justa e sustentável. . Em seu livro Blessed Unrest, Paul Hawken apresenta este fato – que ele chama de O Movimento sem Nome – como o maior movimento social da história da humanidade. Estimando o número de grupos de base e organizações não-governamentais pela justiça social, direitos dos indígenas e saúde ambiental ele sugere um número de 2 milhões de nós (no ano de 2007), que continua aumentando. . Cada um destes grupos e organizações representa um número ainda maior de indivíduos que, de alguma forma (cada uma delas única em seu próprio modo), estão ouvindo ao chamado para ampliar suas noções para além de seus próprios interesses e agir a serviço da vida na Terra. Neste momento de definição, escolhas infinitas estão sendo feitas; hábitos, abandonados; amizades, forjadas; e portões abertos para colaborações e capacidades imprevistas. . Isto forma as histórias que merecem ser contadas – histórias de homens, mulheres e jovens comuns que estão fazendo mudanças em suas mentes, em suas vidas e em suas comunidades, para estabelecer os fundamentos para um mundo mais justo e sustentável. São estas as lendas que precisamos ouvir, e aqueles que virão depois de nós irão querer ouvi-las também. Porque quando as gerações futuras olharem para este momento histórico, eles verão, mais claramente do que nós podemos ver agora, o quão revolucionário ele é. Elas poderão até nomeá-lo como ” a era da Grande Virada”. . Para aqueles de nós que vivem este momento é fácil permanecer inconscientes da imensidade desta transição – de uma sociedade arraigada no crescimento, militarizada e industrial para uma civilização que apoia a vida. . A educação e os meios de comunicação dominantes não oferecem as ferramentas para compreendermos tal perspectiva. Ainda assim, pensadores sociais como Lester Brown, Donella Meadows e outros reconhecem esta transição como o terceiro maior divisor de águas na jornada da humanidade, comparada em magnitude e escopo às revoluções agrícola e industrial. Esta é a aventura essencial de nossa época. Como acontece em todas as revoluções, ela pertence ao povo. Suas histórias mais inspiradoras não são as de magnatas da indústria ou políticos partidários, generais militares ou celebridades midiáticas. A força desta revolução reside no fato de que ela vem de pessoas de todas as idades e origens, conforme elas se engajam em ações a favor da vida. Sua motivação representa uma expansão notável de lealdade que vai além da vantagem pessoal ou de um grupo. Este senso ampliado de identidade é uma capacidade moral mais frequentemente associada com heróis e santos, mas agora ela se manifesta em todos os lugares, de uma forma prática e corriqueira. De crianças recuperando córregos para a desova do salmão a vizinhos em cidades plantando hortas comunitárias, de defensores de florestas empoleirados no alto de árvores marcadas para o corte ilegal a inúmeras ações climáticas para limitar as emissões de gases que causam o efeito-estufa, uma onda jamais sonhada de realizações humanas está acontecendo. Cada um destes engajamentos oferece suas próprias recompensas intrínsecas, tenha o objetivo inicial sido alcançado ou não. E mesmo quando se falha em conseguir o resultado desejado, os ganhos podem ser inestimáveis em termos de tudo o que foi aprendido no processo – não apenas sobre o assunto em si, mas também sobre coragem e co-criatividade. Ainda assim, é fácil nos afastarmos de cumprirmos um papel na Grande Virada. Todos nós somos presas do medo de que possa ser tarde demais e, sendo assim, qualquer esforço é essencialmente sem esperança. Qualquer estratégia que pudermos criar parece muito insignificante em comparação com as poderosas forças sistêmicas incorporadas ao complexo militar-industrial. O passo acelerado da destruição e da contaminação pode já ter nos levado para além daqueles pontos onde os sistemas ecológico e social ruirão irreparavelmente. Juntamente com a Grande Virada, também está acontecendo o Grande Desenlace, e não há como dizer de que forma a grande história irá acabar. Então, nós aprendemos novamente as mais duras e mais recompensadoras lições: como fazer amizade com a incerteza; como colocarmos toda a nossa paixão em um projeto quando não sabemos se ele dará certo; como nos livrarmos da dependência de testemunharmos os resultados de nossas ações. Estes aprendizados são cruciais, já que os sistemas vivos estão sempre revelando novos padrões e conexões. Não há um ponto do qual é possível prever com clareza as possibilidades que emergirão a partir das condições futuras. Mais do que qualquer projeto de futuro, nós temos este momento. Ao invés de uma estratégia garantida para provocar a Grande Virada, nós podemos apenas desenhar orientações que nos ajudem a continuarmos em frente da melhor maneira possível e a nos mantermos no caminho com uma fé simples na bondade da vida. Aqui estão cinco destas orientações que já serviram a vários de nós ao longo do tempo. Experimente-as, e crie mais algumas por sua conta. 1. Sinta gratidão Nós recebemos um presente inestimável: estarmos vivos neste universo maravilhoso e auto-organizado, com sentidos para percebê-lo, pulmões para respirá-lo, órgãos que retiram nutrição dele. E como é incrível termos recebido uma vida humana com uma consciência autorreflexiva, que nos permite fazer escolhas, nos deixando escolher tomar parte na cura do mundo. O próprio alcance da Grande Virada é causa de gratidão também, porque ela abarca a gama completa da experiência humana. Suas três dimensões incluem ações para retardar a destruição causada por nossa política econômica e suas guerras contra a humanidade e a Natureza; novas estruturas e modos de realizar as coisas: da posse de terras ao cultivo de comida, passando pela geração de energia; e uma mudança de consciência para novos modos de saber, um novo paradigma de nossa relação uns com os outros e com o sagrado corpo vivo da Terra. Estas dimensões são igualmente essenciais e se reforçam mutuamente. Há milhares de maneiras de fazer parte da Grande Virada. 2. Não tenha medo do escuro Quando perguntaram ao poeta Zen Thich Nhat Hanh “Do que nós mais precisamos para salvar o mundo?”, as pessoas esperavam que ele identificasse as melhores estratégias a adotar nas causas sociais e ambientais. Mas Thich Nhat Hanh respondeu: “O que nós mais precisamos fazer é ouvir dentro de nós os sons da Terra chorando”. Quando aprendemos a ouví-los, descobrimos que nossa dor e nosso amor pelo mundo são a mesma coisa. E isto nos faz mais fortes. Este é um tempo escuro cheio de sofrimento, conforme os sistemas antigos e as certezas prévias desmoronam. Como células vivas em um corpo maior, nós sentimos o trauma de nosso mundo. É natural e mesmo saudável que o façamos, porque isto mostra que ainda estamos vitalmente conectados à teia da vida. Então, não tenha medo da tristeza que você poderá sentir, ou da raiva ou medo: estas respostas surgem não de uma patologia particular, mas das profundezas do nosso pertencimento mútuo. Reverencie sua dor pelo mundo quando ela se fizer sentir, e a honre como testemunha de nossa interconectividade. 3. Permita-se sonhar Nós nunca conseguiremos realizar aquilo que não sonhamos ou não aprendemos a imaginar. Para aqueles de nós mergulhados em uma sociedade de consumo tecnológica, repleta de distrações eletrônicas que se proliferam, a imaginação é a nossa capacidade mental menos desenvolvida, até mesmo atrofiada. No entanto, o seu poder de entusiasmar e inspirar nunca foi tão mais desesperadamente necessário do que agora. Então, pense nos muitos aspectos de sua realidade atual que começaram como o sonho de alguém. Havia um tempo quando a maior parte da América era colônia britânica, quando as mulheres não podiam votar e o comércio de escravos era visto como essencial à economia. Para mudar algo, precisamos sustentar a possibilidade de que poderia ser diferente. O escritor e coach Stephen Covey nos lembra: “Tudo é criado duas vezes. Há uma primeira criação mental, e uma segunda criação, física, para todas as coisas”. 4. Junte-se a outros Seja o que for que você se sinta atraído a fazer na Grande Virada, nem pense em fazê-lo sozinho. O hiperindividualismo de nossa cultura industrializada competitiva isolou as pessoas umas das outras, gerando conformismo, obediência e uma epidemia de solidão. As boas notícias são que a Grande Virada é uma empreitada grupal. Ela evolui a partir de inúmeras interações espontâneas e sinérgicas, conforme as pessoas vão descobrindo seus objetivos em comum e suas habilidades diversas. Paul Hawken vê esta emergência incrível no nível básico como uma resposta imunológica da Terra viva às crises que nos confrontam atualmente. Muitos modelos de grupos de afinidade e estudo-ação têm emergido nas últimas décadas, oferecendo métodos para aprendizagem, estratégia e colaboração. Eles nos ajudam a descobrir a confiança em nós mesmos, assim como nos outros. 5. Aja de acordo com sua idade Agora é o tempo de nos investirmos de nossa verdadeira autoridade. Cada partícula de cada átomo de cada célula em nossos corpos pode ter seu passado traçado até o resplandecente início do tempo e do espaço. Neste sentido, você é tão velho quanto o universo, com uma idade de aproximadamente 14 bilhões de anos. Este seu corpo atual tem sido preparado para este momento pela Terra pelos últimos 4 bilhões de anos, então você tem direito absoluto de destacar-se e agir em nome Dela. Quando você estiver falando em uma reunião do conselho municipal, ou protegendo uma floresta do desmatamento, ou testemunhando em uma audiência sobre rejeitos nucleares, você está fazendo isto não a partir de alguma virtude pessoal, mas a partir da autoridade de seus 14 bilhões de anos. A beleza da Grande Virada é que cada um de nós pode tomar parte dela de modos diferentes. Dadas as nossas circunstâncias diversas e nossas disposições e capacidades distintas, nossas histórias são todas únicas. Todas têm algo novo a revelar. Todas podem nos ajudar a inspirar outras pessoas. E é por isto que precisamos destas histórias. Escrito por Joanna Macy, ativista ambiental, escritora e uma das principais pensadoras da Ecologia Profunda e da Teoria de Sistemas na atualidade.
Gostou?    Sim    Não   

starstarstarstarstar Avaliação: 5 | Votos: 1


estamos online   Facebook   E-mail   Whatsapp

foto-autor
Conteúdo desenvolvido pelo Autor fatima bittencourt   
Psicóloga há mais de 25 anos, Fundadora do Grupo Sanare, Casa Azul e Solar dos Budas. Sua base teórica e vivencial reúne a filosofia oriental, neurociência e psicologia integrada. Oferece consultoria e atendimento psicoterápico clínico.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

Saiba mais sobre você!
Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui.
Veja também
Deixe seus comentários:



© Copyright - Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução dos textos aqui contidos sem a prévia autorização dos autores.


Siga-nos:
                 

Energias para hoje



publicidade










Receba o SomosTodosUM
em primeira mão!
 
 
Ao se cadastrar, você receberá sempre em primeira mão, o mais variado conteúdo de Autoconhecimento, Astrologia, Numerologia, Horóscopo, e muito mais...


 


Siga-nos:
                 


© Copyright 2000-2025 SomosTodosUM - O SEU SITE DE AUTOCONHECIMENTO. Todos os direitos reservados. Política de Privacidade - Site Parceiro do UOL Universa