O óbvio que poucos querem enxergar
Atualizado dia 3/21/2017 3:07:10 PM em Autoconhecimentopor Paulo Tavares de Souza
Poderiam argumentar que, pensando assim, tudo estaria resolvido e poucos haveriam de se interessar pelo conhecimento dos fenômenos da natureza. Diriam ainda que poucos acreditariam que não precisam insistir na busca do paraíso perdido, sendo que o próprio paraíso encontra-se no interior do Ser.
Pois é, como poderiam livrar-se das tábuas às quais estão agarrados, para seguir um discurso tão reduzido?
Acreditar nessa sandice poderia ser até perigoso, pois desta forma os mistérios da existência estariam resolvidos. A verdade não poderia ser algo tão óbvio assim, afinal, quando o homem souber que ele é o próprio Deus que está procurando, toda essa busca se tornaria desnecessária e ninguém quer sentir-se um tolo.
Por esse motivo, as pessoas preferem aprofundar-se em complicações, preferem buscar fora o que se encontra dentro delas e, assim, optam por disciplinas complicadas e rituais infrutíferos. Com isso, apontam o seu olhar curioso no estudo de chakras, canais energéticos, nadis, energias e uma infinidade de souvenirs da nova era. Para a grande maioria, a vida precisa seguir o seu escrutínio e continuar sendo investigada de forma minuciosa. Qualquer discurso que possa simplificar ou apresentar atalhos sofreria descrédito.
É triste perceber que esse pensamento resistente oferece as condições para que todo um universo de novidades se desenvolva e a cada instante apareça algum tipo de solução mágica para os anseios humanos. Quem poderia supor que não é necessário fazer nada disso para alcançar a realização? Como imaginar que precisamos apenas ser o que somos?
É claro que manifestar aquilo que somos implica em nos desidenficarmos daquilo que não somos e aí começa o problema. Como poderíamos perder a identificação com essa vida de ilusões se estamos tão envolvidos com as suas mentiras? Como nos livraremos de um personagem que estamos tentando realizar com tanto sofrimento se temos tanto apreço por ele? Como dominar os desejos e as necessidades que são verdadeiros combustíveis nas lutas da nossa existência, se a vida é feita de desejos?
Pois é, querido amigo, quem quiser salvar ou realizar essa vida irá perdê-la, ou talvez perder-se nessa busca, porém, aquele que perder essa vida será salvo, estará realizado. Lembram dessa palavras? Foram ditas pelo Nazareno, o mesmo que afirmou sermos deuses, o mesmo que disse: “Eu e o Pai somos um”.
Você é o único Deus que irá conhecer, eu digo irá, justamente, por saber que você ainda não se conhece, vive tateando no escuro em busca de si mesmo, tentando seguir orientações externas, doutrinas funestas e pensamentos esdrúxulos. Está cada vez mais frio nessa busca (lembram-se daquela brincadeira de criança: quente e frio?), pois é, cada vez mais distante do objetivo. É como se o peixe estivesse dentro do oceano procurando pelo oceano, aliás, o homem procurando Deus é como um peixe procurando o próprio peixe.
A grande verdade é simples, mas temos muita dificuldade de enxergar o óbvio, a primeira coisa a se ocultar é justamente aquilo que é mais óbvio, não aceitamos facilidades, achamos que qualquer conquista depende de muita luta e sofrimento, pois estamos revestidos do mito do herói; para cada um de nós, a vida eterna é algo a ser alcançado.
Quanta tolice!
Caetano Veloso, em sua canção "Um Índio", brindou-nos com uma frase que merece profundas reflexões:
“E aquilo que nesse momento se revelará aos povos
Surpreenderá a todos não por ser exótico
Mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto
Quando terá sido o óbvio”.
okss
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